segunda-feira, fevereiro 27, 2006

É INACEITÁVEL!!!!!

O Ministro Mário Lino e a Administração do Metro do Porto, nos últimos meses têm andado num braço de ferro.
Confesso que a personagem em causa não colhe a minhas maiores simpatias e, em abono da verdade, até fiquei estupefacto quando o vi com sérias intenções de "pegar o touro pelos cornos".
Mas sou obrigado a concordar.
É de facto inaceitável o que se passa no Metro do Porto.
Não está em causa a importância do projecto para a região. Nem a discussão passa por saber se existe mais uma linha ou menos uma linha.
O que acontece é que os desmandos naquela torre de Babel ultrapassaram o razoável.
É inaceitável que a execução das empreitadas do Metro atingam desvios orçamentais superiores a 100%.
É inaceitável que o Metro do Porto ande a fazer empreitadas (que nada têm que ver com o seu objecto) a pedido e em compadrio com os diversos autarcas que, curiosamente, pertencem à referida Administração ( ex: corridas de carros antigos na Cidade do Porto).
É inaceitável que Valentim Loureiro (com o beneplácito de R. Rio) se mantenha Presidente do CA da Metro do Porto depois de se constituir arguido e quando há suspeitas de práticas ilícitas em benefício de determinado(s) empreiteiro(s).
É inaceitável que o Metro do Porto se tenha transformado num novelo de influências politicas duvidosas.
É, no mínimo duvidoso que Oliveira Marques se tenha agarrado de tal forma ao "poleiro" que não o larga apesar dos diversos Governos que entretanto passaram, tendo todos eles tentado que tal personagem abalasse e não mais voltasse.
São inaceitáveis os favorecimentos politicos e pessoais que por lá pululam.
É inaceitável que à custa do futuro da região e em nome dessa mesma região a face mais negativa da politica nortenha engorde a olhos vistos e ninguém tenha a coragem para lhes por fim.
É inaceitável que o dito "impoluto" Rui Rio assegure a manutenção daquele estado de coisas.
É inaceitável que o mesmo alegado "impoluto" & Co. abichem uns vencimentos imoralmente chorudos por serem administradores não executivos = que nada fazem.
É inaceitável que apesar do Ministro "já lhes ter mostrado a porta da rua" que, ainda assim não larguem o "tacho".
É inaceitável que o PPD e o CDS/PP não sejam os primeiros a apontar o dedo e a exigir do Ministro a limpeza necessária à boa administração e moralização da coisa pública no Metro do Porto.
Diria que o PPD seria o primeiro a apoiar a decisão de expulsar daquela torre a Administração vigente mas do PSD não me espanta a atitude.
Não me espanta porque o actual líder do PSD é fraco e tem os dias contados.
Não me espanta porque naquele torre de Babel pernoita uma parte muito poderosa do PSD que não é PPD e com quem Marques Mendes já não se pode dar ao luxo de perder segunda vez.
Afinal de contas aquela torre de Babel representa o que de pior há na politica nacional.
O que me parece também inaceitável é que o CDS/PP vá na cantiga.
Tenho a certeza que Ribeiro e Castro é impoluto. Aliás, digo mais, o líder do CDS/PP só pode ter vindo a terreiro em defesa do Metro do Porto porque alguém lhe omitiu a realidade dos factoshttp://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1249051&idCanal=0.
Se os Portugueses estão descontentes com os partidos politicos este é um momento de ouro para que estes se reconciliem com o eleitorado dando mostras de maturidade e seriedade.
É imperioso que os partidos sejam um exemplo. Deixem de fazer "contas pelos dedos" e assumam como causa nacional o combate áqueles que estão na politica não para servir mas apenas para dela se servirem!
ainda vai a tempo...


A bem da Nação!

Comunismo

Decorreu no passado dia 23, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, uma conferência evocativa das vítimas do comunismo organizada pela delegação húngara do grupo PPE-DE por ocasião dos trinta anos da Revolução de 1956. Os media quase silenciaram este evento.
Mas O Comunismo Anti-Democrático existiu mesmo e estivemos a pouco de o sentir directamente em Portugal!
A prática soviética de detenções de presos políticos em unidades psiquiátricas, a condenação a anos em prisões, clínicas psiquiátricas e campos de trabalho, foram crimes cometidos pelo totalitarismo comunista e pela ideologia que os promoveu, conforme é sublinhado em http://www.cds.pt/noticia.asp?id=829.
Temos que saber perdoar, mas também não nos impeçam de recordar e de fazer lembrar!

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Parabéns Portuense

Parabéns ao Portuense pelo 2ª ano de vida. E desculpa lá só agora te dar os parabéns. Continua com força

Ocidente e Multiculturalidade

Um dos vectores preocupantes para que toda a polémica sobre os cartoons, Choque de Civilizações, ocidentalofobia e quejandos, nos remete, é o Multiculturalismo. No Ocidente, um mundo de sociedades abertas, convivem no seu seio, muitas mundividências, muitas sensibilidades, e muitas Culturas. É nessa via, por uma dinâmica tolerante e receptiva ao convívio multicultural, que subjaz uma certa pseudo-autoridade moral da Europa e, por que não, do Ocidente.
Ensina-nos a História que o aproveitamento espúrio de outras Culturas não traz felizes resultados. O paralelismo entre os tempos de hoje e os do ido Império Romano, são muito reveladores. No séc. V, enquanto uma Roma hedonista e culta, vivia “isolada” do resto do mundo, o Império sofria os reveses das invasões bárbaras. Um exército profissionalizado, parecia o garante da augusta cidade, sempre imune a toda e qualquer incursão belicista alheia.

A relatividade da moral e ética romana, ao tempo, fruto de uma certa multiculturalidade filha do Império, levava a que os costumes estranhos fossem apreciados, face à decadência dos usos romanos. Os pilares sobre os quais se havia erguido o Império, ruíam. Santo Agostinha dizia que "na cidade de Deus tanto há lugar para os Godos como para os romanos".
Na verdade, já com Teodósio, a resistência aos povos Bárbaros não era uma opção. Preferia-se tolerá-los. E foram penetrando no Império e nas suas organizações administrativas. Aliás, seria Estilicon, general Vândalo, quem seria o chefe dos exércitos imperiais após a morte de Teodósio. Com a morte de Estilicon, sucedem-se alguns acontecimentos, sendo a criação de um verdadeiro estado Bárbaro, talvez o mais importante, chefiado pelo Godo (visigodo) Alarico. Por sua vez as relações entre o Império do Ocidente e do Oriente deterioravam-se. O que permitia que os estados bárbaros surgidos dentro do Império se consolidassem. Foi aí que Alarico, descontente com a repartição de terras, indemnizações e privilégios obtida de Honório (filho de Teodósio) se insurgiu contra Roma, e a sitiou pela primeira vez em 408.
Claro que há outras razões, mediatas, e muito mais relevantes: a exploração a que eram votadas as populações bárbaras, sob os mais variados pontos de vista. Na verdade, os exércitos, já não eram formados por romanos mas por homens (mercenários) arregimentados às populações que Roma tolerava no seio do seu Império. Às quais tudo prometia, mas nada cumpria.
Sem dúvida, é nesta sobranceria que reside uma parte da revolta bárbara. Um sentimento de exploração e desdém, por parte de uma nata cada vez mais decadente e viciosa. Sempre disposta transigir, a ceder e, sobretudo a prescindir dos seus valores. Mas é na falta do culto das virtudes cívicas que, na verdade, se fará o diagnóstico da doença que corroía o Império. A propósito e para não me alongar, nada melhor que uma vista de olhos ao clássico dos clássicos sobre o tema: “The History of The Decline and Fall of the Roman Empire” de Edward Gibbon (curiosamente está à mão de semear nos escaparates da Fnac).


Donde, dizia, a História ensina-nos que é essencial, o respeito por outras idiossincrasias. Mas também demonstra, que acima da valorização e reconhecimento das outras culturas, é fundamental um profundo respeito pela nossa. Não bastará um necessário aprofundamento das ligações (a todos os níveis) entre cidadãos concretos de todas as culturas, baseado em princípios de plena igualdade – muito embora reconheçamos as terríveis contingências do conceito no caso concreto. Nem será suficiente o enaltecimento dos valores da tolerância. Tal será importante para afastar o anátema secular do oportunismo Ocidental. Por outro lado, também não se cuida aqui só de invocar as boas intenções, mas de acção no terreno, com medidas onde estes princípios se plasmem e cumpram. Nutrir na sociedade uma atitude positiva face ao multiculturalismo, é criar espaços de sinergias que apelem e favoreçam a plena integração das outras culturas.
Todavia, e independentemente da receptividade genuína que lhes ofereçamos (às diferentes culturas), nunca se poderá prescindir dos princípios que norteiam o Mundo Ocidental. Tudo isto para dizer que: a fidelidade aos nossos valores não se pode compadecer com relativismos culturais. O penhor da nossa gregariedade é o respeito escrupuloso pelos nossos valores. Só seremos respeitados se nos fizermos respeitar. Parece-me, pois, um preço bem razoável que quem queira conviver connosco terá de pagar…!!!

Mourinho, fitas e ameaças


Que José Mourinho era homem de muita fala e insinuações já todos nós sabiamos. No FCP usou e abusou e então desde que rumou a terras inglesas é um forró. Ninguém escapa à sua língua viperina, estratégia que visa irritar adversários e estimular tropas internas.

Nunca fui um admirador da personagem, reconhecendo-lhe os méritos desportivos, por isso não estou a aproveitar a derrota para atacar, mas tão sómente analisar o seu comportamento à luz do que eu considero ser um comportamento deportivo.

As declarações antes do Chelsea-Barcelona serviram para animar o jogo. As declarações depois do jogo para despoletar ameaças de morte ao árbitro. Diga-se em abono da verdade que desconheço se as autoridades consideram-nas válidas ou apenas desabafos de mau perder de adeptos mais mal dispostos. O certo é que após o Barcelona - Chelsea de há um ano elas foram levadas a sério.

E é aqui que José Mourinho tem que perceber o seu papel na sociedade em que se insere. Ele não é um irresponsável que ninguém lê ou ouve. Infelizmente, ele é ouvido e lido por muita gente e seguido por alguns lunáticos, que diga-se em abono da verdade tenderão a ser cada vez menos. José Mourinho insiste em não o perceber.

Eu gosto do Mourinho que nos explica as opções táticas. Eu não gosto do Mourinho que se desculpa nas derrotas. Eu gosto do Mourinho que diz que o Lampard é o melhor jogador do Mundo. Eu não gosto do Mourinho que diz que joga com a equipa B em Barcelona.

Pode ser que ainda alguém vá a tempo de explicar ao homem que assim a sua vida será curta. Pois quando não aparecerem resultados vão aparecer as facadas nas costas.

Nota final: o argentino Messi fez fita sim senhora. Mas o del Horno entrou com tudo e não era na bola que pensava. O justo era vermelho no jogador do Chelsea e amarelo no do Barcelona. Mas o futebol nunca foi o desporto mais justo do mundo.

SAMPAIO

O mandato de Jorge Sampaio está a chegar ao fim. As últimas iniciativas e posições têm sido polémicas. ZPA fez uma apreciação interessante a que deu o título de PRESIDÊNCIA FECHADA (http://depoisdoadeus.blogspot.com). Vale a pena ler!

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Nuclear - Uma discussão séria?




Esta é a imagem que vem à cabeça de todos. Essa e a de Chernobyl. Só que há muito mais para além disso e valeria a pena fazer um debate sério.

Não acredito que seja a solução para todos as necessidades que temos. Como as eólicas sózinhas não o são. Como a solar não é. Como a das marés também não é. E então agora o que fazer? Porque não o seu somatório?

Tem que ser feito um trabalho profundo. Mas convém antes de mais alertar para um aspecto:

Portugal tem que criar condições para depender energéticamente quase só de si.

O petróleo vem de zonas complicadas.
O gás idem aspas.

E nenhum é nosso. Pensemos um pouco nisso.

Velocidade e sinistralidade



Rezam as noticias que o governo quer colocar "limitadores de velocidade" durante os dois primeiros anos de carta de condução de automóvel. Acredita o secretário de estado que essa medida diminuiria a sinistralidade. Acredito também que sim. Mas antes de voltarmos ao "ovo estrelado" (que é feito desse simbolo amarelo com um 90 colado?) eu proporia algumas medidas extras:

1 - aumentar o limite de velocidade na auto-estrada em função da cilindrada dos carros - tratar diferente o que é diferente.

2 - as aulas serem verdadeiras aulas de condução e não apenas de pára-arranca e estacionamento. Quantas vezes se aventuram os instrutores para estradas nacionais ou auto-estradas? não é a condução bem diferente se estivermos a falar de auto-estradas e ruas lá da paróquia?

3 - verdadeira fiscalização do cumprimento das leis de trânsito e das principais vias. Recebo amiúde listas com zonas da A1 onde a policia se encontra, outras trazem as matrículas outras ainda as zonas onde estão os radares. A isto tudo chama-se "chico espeperto". Lamento mas eu não falo sinais de luzes a ninguém para avisar de uma operação Stop. A policia está lá para minimizar o meu risco. Eu tenho que colaborar com eles.

4 - as vias secundárias serem cuidadas como o são as auto-estradas. De preferência sem obras infindáveis. Mas alguns cuidados são urgentes.


A conjugação destes factores seria uma ajuda preciosa. E algumas das medidas demonstravam coragem.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

As leis da Blogosfera segundo JPP

No Abrupto José Pacheco Pereira tem dez leis sobre a Blogosfera mas para já escreveu seis. Vale a pena ler, entender algumas das análises criticas e esperar pelas quatro que faltam.

Noticiários


"Quase 20 por cento dos temas presentes nos noticiários televisivos são relacionados com desastres e acidentes, dominando em larga escala em relação a outra matérias. As notícias desportivas, com 10 por cento, aparecem no segundo lugar, seguidas de perto por outros temas como: governo, terrorismo, violência, notícias de interesse social e partidos políticos.

Para realizar esta análise os investigadores tiveram em conta o tempo dedicado aos primeiros temas dos noticiários, a duração média das notícias em segundos, entre outros."


Ao ler este excerto, estou certo que os meus amigos pensaram nos noticiários portugueses. Pois estão enganados. Aqui fica o resto do artigo publicado na revista Meios e Publicidade.


"Nas conclusões do estudo foi divulgado que o primeiro canal da TVE é o que “mais aprofunda as notícias e mostra mais recursos. O que tem maior presença de todos os partidos, ainda que mostrando a atitude mais positiva para com o Governo, de todos os canais”, referiu Fernández del Moral, um dos investigadores, citado pelo El Mundo."

terça-feira, fevereiro 21, 2006

O NORTE É A NOSSA VERDADE

O NORTE

Um amigo enviou-me este texto do Miguel Esteves Cardoso que versa sobre Portugal e, em particular, sobre o Norte.

Aprecio as coisas escritas por MEC e este é mais um bom exemplo da forma arguta como apreende o mundo que nos rodeia.

Embora não me reveja totalmente nesta sua visão de Portugal e do Norte não deixo de concordar com a maior parte mas mais ainda de me regozijar quando um Lisboeta escreve desta forma sobre o Norte e, também por isso, não resisto a transcrever este fabuloso texto, autoria do MEC.

“Primeiro, as verdades.
O Norte é mais Português que Portugal.
As minhotas são as raparigas mais bonitas do País.
O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela.
As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.
Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde- rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas.
Mais verdades.
No Norte a comida é melhor.
O vinho é melhor.
O serviço é melhor.
Os preços são mais baixos.
Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia.
Estas são as verdades do Norte de Portugal.
Mas há uma verdade maior.
É que só o Norte existe. O Sul não existe.
As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta.
Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte.
No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista?
No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país.
Não haja enganos.
Não falam do Norte para separá-lo de Portugal.
Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.
Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal.
Mas o Norte é onde Portugal começa.
Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.
Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte.
Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular.
É esta a verdade.
Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.
O Norte cheira a dinheiro e a alecrim.
O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade.
Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.
O Norte é feminino.
O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.
As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos.
Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito. Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas.
São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente.
Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos.
O Norte é a nossa verdade.
Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores. Depois percebi.
Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte".
Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.
No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os- Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?”

Obrigado MEC

A gripe das aves

Ela já por cá anda há algum tempo. Tem é atacado algumas espécies muito protegidas. E os sintomas são outros.

O remédio para a TV Cabo

Nos últimos dias sou bombardeado com telefonemas da TV Cabo: "Boa noite Sr. Carlos, (não percebo porque nunca sou Carlos Furtado) fala Eduarda Simões (elas sim têm nome próprio e apelido) e queria falar com o sr Carlos por causa de..." (tanto pode ser do fantastic live ou do canal especial de qualquer coisa). Depois esta gente só trabalha entre as 18 e as 22 horas. Horas a que eu estou a enfrentar as minhas adoráveis pestinhas. E eles/elas insistem dia após dia. Amanhã vou utilizar a técnica de um amigo. Cansado que estava do "assédio" não esteve com meias medidas: "sabe, não quero mais canais. Não posso estar muito tempo sentado. Tenho hemorróidas." Foi remédio santo. Até hoje.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

FÁTIMA

Hoje a Igreja Católica celebra : Beato Francisco Marto, vidente de Fátima, +1919 e a Beata Jacinta Marto, vidente de Fátima, +1920. Ontem Fátima assistiu a mais uma grande cerimónia e a mais uma enchente. Fátima É especial e não deixa ninguém indiferente!

Para si.

Quando alguém de que gostamos muito está doente, é como se nós também estivessemos.
Estamos doentes de maneira diferente, pois se pudesse-mos ficar com as doenças dos outros, não havia filhos a sofrer e todos aliviaríamos a dor dos nossos irmãos, pais e amigos.
Quando esse alguém faz parte de nós, como um dedo da mão, também sofremos, mesmo sendo o mais pequenino precisamos dos cinco dedos por igual.
Onde está, não me vai poder ler, mas não interessa, apeteceu-me escrever isto.

MAIS VALE TARDE DO QUE NUNCA

Infelizmente o Porto não tem conseguido atrair à cidade grandes eventos capazes de dinamizar a imagem da cidade e da autarquia.
Mas desta vez a história é diferente.
O Porto, mais propriamente, o Estádio do Dragão vão ser palco de um evento de grande dimensão - rolling stone´s
Pena é que não tenham vindo mais cedo.

domingo, fevereiro 19, 2006

ERC

O Professor Azeredo Lopes, presidirá ao Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) seguramente com competência, independência e rigor. Prova disso é o seu passado, garantia é a forma como tem vivido e desempenhado as suas funções.

Criminalidade

De acordo com notícias há dias divulgadas a criminalidade desceu no Porto.
Não é isso que, infelizmente, sinto e que vou ouvindo. Por essas e por outras é que as vítimas devem apresentar sempre participação junto das autoridades. Se não o fizerem os seus casos não contam para a estatística e, não estando compreendidos na estatística, não existem! É esta a verdade a que temos direito!

ANAFRE

Encerrou ontem o 10.º Congresso da Associação Nacional de Freguesias. O Governo parece querer fazer das freguesias milhares de "mini lojas de cidadão" pelo País fora. As Freguesias querem ser muito mais. Não Querem ser parte do problema, mas sim parte da solução do País!

Morais Leitão

Morreu Morais Leitão!
João Morais Leitão, fundador do CDS, deputado e governante de Portugal foi sempre fiel ao ideário personalista e democrata-cristão. Perdemos um exemplo como cidadão, como político, como Advogado e como dirigente desportivo(http://www.fpf.pt/scriptnews/view/show.php?id=2455).

sábado, fevereiro 18, 2006

CDS e CCS

Carlos, entrevejo alguns estados de alma na tua sentida resposta. Porém, na visão, de um curioso “outsider”, a questão do CDS-PP/Ribeiro e Castro é estrutural dos partidos do chamado “mainstream” político. Aliás, Marques Mendes, sofre de um problema semelhante.


1 – Um bom político, em sentido estrito e corrente, não é, necessariamente, um bom governante;
2 – Um bom líder de oposição não faz, necessariamente, um bom governante (deveria ser);
3 – Um bom líder de oposição não deveria ser, necessariamente, um comunicador de excelência;
4 – Um líder político é escrutinado, (prima e definitiva facie), não pelo seu conteúdo, mas pela sua boa prestação telegénica, radiofónica, e quejandas;
5 – O antigo aforismo “aquilo que parece é” transmutou-se para “aquilo que aparece é” (Bénard da Costa) - é a frivolidade elevada à potência;
6 – Porque, de todos os vícios do sistema político, o mais inquietante é que de um pretenso e aparente paradigma de meritocracia, passamos para o da mediacracia.
E é aqui que Ribeiro e Castro soçobra…!

(Descansa Carlos, que nem tudo está perdido…hoje a minha mulher é eleita presidente da comissão política da vossa concelhia de Esposende!!!!)

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Resposta à CCS por causa do Daniel

Pois é Daniel aceitei o teu desafio. Vou procurar em poucas linhas tentar fazer ver o que se passa. Não te vou dizer se concordo ou se discordo. Apenas tentar analisar.

1. Fui um dos primeiros apoiantes da candidatura de Ribeiro e Castro. Ainda RC dava entrevistas a dizer que podia ser candidato, e eu publicamente o apoiei.

2. Acreditei que a sua candidatura era um sinal positivo e um ponto de partida para quebrar com o passado, não porque este fosse negativo mas sim porque era importante quebrar um círculo.

3. Eu sabia da dificuldade que seria para RC viver com um grupo parlamentar que apoiava quase na sua totalidade a candidatura de Telmo Correia.

4. O congresso revelou que afinal os que pensavam que controlavam aparelhos não controlavam pessoas. E RC fez um grande discurso.

5. A partir daí foi um corropio. Vieram as eleições autárquicas. Mal preparadas por quem tinha responsabilidades na anterior direcção, com entraves e espinhos por quem controlava as estruturas e alguma desorganização à mistura.

6. O resultado não podia ser bom. No momento, pelas razões que já apontei, e no futuro por razões não explicáveis.

7. Saidos das autárquicas foi hora de entrar nas Presidenciais. Com o desgaste que já vinha de trás e causado por aqueles que desde a primeira hora tinham adoptado um politica de guerrilha.

8. Aí, nas presidenciais, RC obtém uma vitória. Por Cavaco ter ganho e pelo resultado com que ganhou. Acabava o ciclo eleitoral.

9. Entramos agora num ciclo que se preve ser de 3 anos sem eleições. Tempo de arrumar o partido, até porque a guerrilha está momentaneamente desactivada.

10. Sinal desse novo estado é o Conselho Económico e Social recentemente anunciado e que reune o partido. Atrevo-me a dizer que reúne as partes.

11. A reforma que tem que ser feita nos partidos politicos é enorme. Que precisa de tempo. No CDS o trabalho é ainda maior. E mais tempo portanto.

12. O estilo de RC é claramente diferente do de Paulo Portas. O primeiro mais "esticado" nas palavras, o segundo mais "eficiente" na mediatização da mensagem.

13. RC e a sua direcção não têm tido tanta mediatização nos media, o que é o inverso do que sucedia no tempo de PP.

14. Acusam RC de não estar cá e de ser um homem só. A PP acusavam-no de estar em todo o lado e de ser um homem só.

15. RC tem que abrir o partido. Mas de uma forma clara e sem medos. Assumidamente reunindo à sua volta todos aqueles que queiram trabalhar em prol de Portugal e do partido. Militantes ou não militantes. Criando grupos de trabalhos sérios. A PP diziam o mesmo. E antes dele a MM.

16. Resumindo diria que a RC não faltam trabalhos. E acredito que ainda lhe sobra muita vontade. E não se pense que no congresso foi a vitória do CDS sobre o PP. Quando muito foi a vitória de RC sobre TC. Garantidamente o partido é só um, onde podem porventura existir variações.

17. RC terá que viver com todas essas variações. Como PP teve que viver quando assumiu em Braga o partido. Faz parte da vida dos líderes.

Tinha prometido ser em poucas linhas. Não foram. Mas o tema merece estas e muitas mais. E acredita Daniel que o CDS não é invísivel. Ou não pode ser, como diz o FVF "a bem da nação".

Detalhe...

"O Islão, desde a origem militar e expansionista, conquistou, dominou e converteu à força quatro quintos do Mediterrâneo.Ainda em meados do século XVII Viena estava cercada pelo exército turco e mesmo hoje o sonho da ressurreição do Califado não morreu. Taheri, que provavelmente se orgulha dessas velhas façanhas, só podia interpretar as divagações de Freitas como fraqueza e arrependimento da "Europa"." VPV.
Aí está uma novidade(???) blasfema para muita gente.

Farpas...

Então caríssimos blogmates...não é que sendo o aqui escriba a única laranja neste pomar de limões, descobri esta pérola. Creio que semelhante afronta merece uma resposta...macroscópica e à altura...!

O inicio das pequenas batalhas

Até hoje a PT sempre negou uma das exigências do grupo Sonae: a separação da rede de cobre. Era uma velha luta de Paulo Azevedo que até queixa europeia meteu. E a PT sempre foi mantendo esse "poder". Mesmo quando do anúncio da OPA Paulo Azevedo fez questão de anunciar que em caso de vitória faria a separação pela qual tinha lutado. E eis que a Administração da PT resolve começar um jogo novo. O baralhar de cartas para procurar esvaziar os argumentos da OPA e assim dificultar ainda mais a decisão. Está no seu direito. O que não é um direito é ter feito, fazer, pouco de nós ilustres cidadãos portugueses.

Descaramento

A resposta dada pela RAVE (Rede Alta Velocidade) ao pedido de reunião solicitada pela JMP (Junta Metropolitana do Porto)é de um descaramento, de uma desfaçatez de uma filha da putice que a resposta merece ser dada ao mesmo nível.

Vejamos algumas hipóteses:

- alcatrão e penas no dito vogal (caramba como eu gosto disto)
- solicitar a demissão por inteiro da administração da RAVE (bem podem ir para casa e levar com eles o ministro Mário Lino)

Por isso disponibilizo desde já as penas das minhas almofadas. Só preciso de saber onde entregá-las.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

SR MINISTRO DA JUSTIÇA QUE TAL UMA BOA DOSE DE DIMICINA

Na amálgama de problemas que assolam o nosso Estado de Direito hoje destaco o problema da Justiça.
Não é por ser Advogado. Mas porque, entendo, que a Justiça é um dos pilares fundamentais do Estado de Direito.
Digo mais,
é, mesmo, o pilar mais importante.

Com efeito, quando tudo o mais falha, resta ao Cidadão de um Estado de Direito a possibilidade, última, de se fazer justiça.
E, no dia em que o Cidadão deixe de ter acesso a essa justiça então, nesse mesmo dia, ruiu o Estado de Direito.

Poderão continuar a existir os demais órgãos de soberania (Presidente da República, Governo, Assembleia da República) poderá continuar a existir paz pública, exército, policias, organização do estado, empresas, riqueza, cultura, língua, tradições, mas sem justiça deixa de haver, seguramente, Estado de Direito.

E, isto é tão mais grave quanto teremos na mesma um território, um povo, uma cultura mas deixaremos de
poder assegurar os nossos direitos,
de exigir dos outros cidadãos e do Estado o cumprimento da legislação
e, consequentemente, teremos a liberdade individual de cada um hipotecada por dependente das arbitrariedades do Estado.

Não sou tão pessimista ao ponto de achar que estamos perto da queda desse pilar, aliás, é dos poucos pilares da nossa democracia em que ainda vou acreditando (apesar de uma ou outra notícia de corrupção ou menos independência de alguns Magistrados, mas que não passa de isso mesmo - casos esporádicos).
É certo que há decisões que são de bradar aos céus,
mas também não é menos verdade que a justiça não é divina,
é feita por Homens e para Homens.

Mas tal não impede que se procure a sua menor imperfeição.

E, para isso, não nos podemos esquecer que a reforma da justiça tem de ser feita sem se esquecer que o seu fim teleológico - é o Cidadão.

Por um lado, urge proceder à reforma do mapa judiciário por forma a que se ganhe eficiência e rentabilidade.

Nessa medida, sou tributário da ideia que é necessário concentrar alguns Tribunais .

Não faz sentido que, por hipótese, no Minho, existam Tribunais em tudo o que é Vila quando muitas das vezes, essas Vilas, Cidades distam entre si 20/30kms e têm excelentes acessos rodoviários.


Mas, sempre sem esquecer o Cidadão e a garantia do mesmo de acesso à Justiça.

Por outro lado, a nossa Justiça padece, genericamente, de:
- lentidão;
- incompetência;
- falta de meios materiais;
- falta de meios humanos.

O diagnóstico está feito e já se vai fazendo alguma coisa ainda que ténue embora muitas das vezes ineficaz.

Mas antes de mais e a montante é preciso que o poder legislativo produza leis de qualidade e a pensar no cidadão.

Ora, infelizmente a produção legislativa em Portugal vai de mal a pior.

Por um lado, os Governos esquecem-se de qual deve ser o seu fim último (a justiça para os cidadãos) e acabam por se enrodilhar em quezilias por direitos corporativos dos diversos operadores judiciários.
Por outro lado, nos últimos anos os nossos Governos parecem padecer de uma doença - "diarreia legislativa".
E, como é óbvio com tanta diarreia só pode sair borrada.

Recentemente, temos duas verdadeiras aventesmas legislativas que a referida diarreia se prepara para produzir.

É o caso da Lei Quadro da Politica Criminal e do Anteprojecto da Reforma dos Recursos em Processo Civil.

Meus caros não vou explanar a quantidade de barbaridades que esses diplomas legislativos contêm porque seria demasiado extenso e enfadonho, mas, a coisa é tão má que vai desde a existência de, omissões, imprecisões, contradições
enfim, tudo o que nos possamos lembrar e que reflicta um bom exemplo daquilo que é péssima produção legislativa.

E, já para não falarmos das soluções que foram aí plasmadas.

A produção de legislação tem de ser entendida como algo de muito sério, que como tal, tem de ser feita por pessoas competentes, com experiência e, acima de tudo, tem de haver o tempo necessário para se pensar e maturar suficientemente as ideias.


Ora,

quando, no panorama judiciário, há tanta coisa mal e tão mais urgente para resolver é, no mínimo, confrangedor assistir, de forma impotente, a mais um acto de destruição do que não está mal (processo penal e recursos em matéria civil) criando-se mais um problema na Justiça sem se resolver o que está verdadeiramente mal.

Por isso Senhor Ministro da Justiça uma boa dose de Dimicina, não curava, mas pelo menos impedia algumas asneiras da grossa.

A bem da Nação!

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

DIZ-ME COM QUEM ANDAS DIR-TE-EI QUEM ES

O novo admirador Ministro Freitas do Amaral é uma personagem espantosa. Como os amigos são para as ocasiões, o Embaixador do Irão ao mesmo tempo que elogiava Freitas do Amaral, e com bastantes razões para isso como todos sabemos, desatou a disparar afirmações revisionistas a propósito do holocausto. Será que o Ministro percebeu finalmente de que lado é que deve (tem de) estar?

A propósito do Choque de Civilizações

No que tange este tão polémico e recorrente tema, tenho algumas resistências em seguir a interessante visão que nos propõe o Paulo Gorjão : O terrorismo transnacional é o resultado de uma interpretação do Islão -- e do fundamentalismo islâmico em particular -- que expressa um projecto de cariz ideológico. É o resultado de uma interpretação do Islão em função de uma ideologia política.
Os Estados ocidentais -- bem como os Estados islâmicos -- estão envolvidos numa guerra. Numa guerra contra o fundamentalismo islâmico, do qual o terrorismo transnacional é a expressão com maior visibilidade.
Esta é a «Longa Guerra» que, afinal, Estados de diferentes civilizações estão a combater em conjunto e em cooperação. Uma guerra ideológica e não cultural.
É precisamente a sua natureza ideológica que exige que se actue com firmeza e sem cedências.
P.S. -- Note-se, uma vez mais, que não estou a dizer que não existem diferenças culturais. Elas estão lá, no pano de fundo. O que estou a dizer é que não se pode confundir as causas e os sintomas
.
Na verdade, creio que a questão Cultural ou Civilizacional, não aparece, somente, como pano de fundo. Nem sequer é a aparência de um "projecto de cariz ideológico". É muito mais do que isso. É o que lhe subjaz. Porque não surge só das contingências da geo-estratégia política económica. Não vemos caras islâmicas de escândalo com os atentados até hoje perpetrados. Não há actores visíveis (é certo que podem ser cerceados) do mundo Muçulmano que façam uma crítica paulatina, uma reflexão séria e estruturada sobre a sua Cultura. Aliás, o que se intui é uma complacência generalizada dos protagonistas do "arco islâmico". Onde reside esta atitude ? Tem uma génese profundamente cultural.
Evidentemente, quando falamos do fenómeno do Novo Terrorismo, à escala global e difusor de uma "cultura de morte", "apocalíptica", não o podemos identificar com o Islão. De todo. Mas o certo é que as suas raízes estão lá. Não surge dos ensinamentos de Confúcio, ou de Buda, não se reclama tributário de Shiva ou Vishnu.
De facto, persiste toda uma idiossincrasia que, para nós ocidentais, não pode ser partilhada e só, muito dificilmente, compreendida.
A propósito, voltei a um texto meu, já publicado noutras andanças (aquando do 11/09), e que para além de conter uma curiosidade mais do que perturbadora, creio, lança algumas pistas:
"Mas por mais cruel que pareça, na verdade, a questão que existe é, eminentemente, civilizacional. Não é fruto dos princípios sob que assenta o Islão, aliás, os da tolerância e do respeito, mas do uso que, historicamente, os muçulmanos dele fizeram. Primeiro de tudo, há que ter em conta que o Islão, que, etimologicamente, quer dizer paz, não se impôs, como o Cristianismo, sua religião meia-irmã, pela mesma forma.
Nos primeiros séculos de Cristianismo, a adesão de novos fiéis era conseguida através da conversão, fenómeno í­ntimo e individual, fruto de uma relação directa com Deus. Roma, cujos exércitos perseguiram os cristãos, fazendo mártires os seus seguidores, sucumbiu pela Fé e converteu-se. O Cristianismo cresceu com a palavra.
No Islão, Deus, é uma entidade sempre inatingí­vel, existindo um fosso entre Alá e os homens. A sua difusão muito passou pela conquista militar. Daí­, a eterna promiscuidade entre religião e polí­tica. Uma foi condição da outra. O Islão cresceu com a espada.
No século XI, no Próximo Oriente, mais especificamente, no Cairo, surgiu uma seita religiosa e polí­tica (repare-se nesta constante coexistência) que se impôs pelo terror, a seita Ismaelita de Alamut. Visava, sobretudo o confronto dos cristãos e das cruzadas, que, como se sabe, haviam recuperado Jerusalém (faça-se o paralelo com a actualidade). O seu desiderato era a conquista do poder polí­tico. Esta seita foi criada em volta de um prí­ncipe, Hassan ben-Sabbat, que ficou conhecido para a posteridade como "O Velho da Montanha". Era um muçulmano xiita, que não sunita (diferença que aqui não abordaremos). O príncipe foi expulso do Cairo (Osama Bin Laden da Arábia Saudita) e instalou-se na Pérsia, ou seja o actual Irão, bem ao lado do Afeganistão. Aí­ reunia a sua seita e, do castelo de Alamute, partiam os seus homens em incursões sanguinárias contra os inimigos. O líder, nunca aparecia em público, vivia refugiado. A seita espalhou-se de tal forma que chegou aos Balcãs. Hassan arregimentava os seus homens, quase sempre jovens, exaltando a fé muçulmana e exigindo uma obediência total, sem reservas. Havia vários graus de evolução dentro desta Ordem. No último grau era transmitido o último segredo: "nada é verdade, tudo é permitido". Diz-se, também, que para dominar os seus seguidores e estimulá-los, proporcionava-lhes orgias, nos magní­ficos jardins do castelo. Embriagando-os com álcool e haschich (haxixe), fazia-lhes crer, coincidência das coincidências, que, se lhe obedecessem, usufruiriam para sempre dos maiores prazeres, no paraí­so celestial - as virgens. Assim, dominava-os de tal forma, que alguns dos seus homens, os "fidawis", obedeciam-lhe a tal ponto que se matavam a um mero sinal dele - facto que é relatado por algumas fontes. Quais terroristas, organizavam-se em hordas violentas e com uma ferocidade inaudita, saqueavam, chacinavam populações, matavam os cristãos que encontrassem, além de populações árabes (tal qual...!). A sua fama de crueldade redundou na actualíssima palavra assassino, que lhes é devida. Provém de "hashchashin" que quer dizer, "os que estão tomados pelo haxixe". Esta seita só foi, totalmente, exterminada no séc. XIII.
De facto, as semelhanças são evidentes com o fenómeno actual da Al-Qaeda. E é esta semelhança que os identifica e nos permite compreender muito do que acontece nos dias de hoje.
No fundo, o que subjaz a todos os tremendos acontecimentos da actualidade não é a questão palestiniana, não é o imperialismo americano, não são as desigualdades norte/sul ou Ocidente/Oriente, não são razões eminentemente políticas ou económicas. É um fanatismo suicida que mergulha as suas raízes no mais profundo da alma do povo Árabe. O facto é que as próprias nações Árabes e Islâmicas reconhecem-se, mutuamente e inconscientemente, contra o histórico inimigo comum, a Cristandade. É a referência, a alteridade, que os une e que os identifica. Por isso, sentem tanta dificuldade em combater os seus irmãos. Os séculos passam mas a ideia permanece. Intocada."

Gaspar Castelo-Branco foi assassinado há 20 anos

Gaspar Castelo-Branco foi assassinado há 20 anos, por uns FP's, com dois tiros na nuca.

Aconselho a leitura do texto do Manuel Castelo-Branco, n'O Acidental (link ao lado) de hoje dia 15.

Ao cuidado dos fumadores

Ficou-se ontem a saber que as autoridades policiais foram aconselhadas a não prestar demasiada atenção persecutória a quem for apanhado com drogas leves - haxixe e liamba - destinadas a consumo pessoal para os dez dias seguintes. Por outro lado, ficou também a saber-se que o Reino Unido aprovou leis muito restritivas em relação ao fumo de tabaco em locais públicos. Como se sabe, em Portugal, o legislador tem vindo a aprovar leis exactamente nesse sentido. O que leva a crer que, um dia destes, quem for apanhado a fumar um cigarro de haxixe só será preso se a droga estiver mistura com tabaco.
Já este ano, de férias na belíssima aldeia de Marvão, entrei num restaurante em que o empregado me anunciou - ao pedir-lhe um cinzeiro - que não podia fumar no local. Pousei o menu, levantei-me e anunciei-lhe que nunca jantaria num local onde não se pode fumar - mera questão de liberdade individual de que não abedico. O espantoso é que o homem olhou para mim como se eu não passasse de um marginal e praticamente expulsou-me do restaurante.

Só pode ser anedota

O dia 1 de Abril ainda vem longe e mesmo assim as mentiras não conseguem ser tão imaginativas. Mas a ser verdade que o estado Português pagou as pensões a Fátima Felgueiras enquanto ela estava fugida, sim FUGIDA, no Rio de Janeiro é uma ofensa a todos nós. Mas vamos imaginar que é mentira pois senão só mesmo a rebelião neste país. Por isso devemos dizer muitas vezes: É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA,É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA,É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA, É MENTIRA.

viram como já estou mais calmo

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Ao cuidado do Exmo. P.R.: última oportunidade

Exmo. Sr. Presidente da República:
venho por este meio agradecer-lhe o cuidado com que passou estes últimos dez anos pelo magistério que agora se encontra prestes a abandonar. Percebo que a sua preocupação foi, desde sempre e em primeiro lugar, claramente ambientalista e de furuto: as árvores que, daqui para a frente, terão que ser abatidas para serem transformadas em papel e de seguida suportarem o prelo que lhes imprimirá o historial da sua passagem pelo mais alto cargo da Nação não serão, felizmente, muitas. Mas algo, nesta hora de despedida, me inquieta: sabe quem é o senhor António Almeida Henriques? Eu também não. Sabe o que é a Câmara de Comércio e Indústria do Centro? Eu também sei: é mais uma agremiação pró-associativa - a mais recente de centenas de outras - cujo papel é, salvo melhor opinião, nenhum. Pois bem, acabo de saber que, sempre atenta, a Presedência da República vai atribuir ao tal senhor António Almeida Henriques a Ordem de Mérito Industrial. Serve por isso a presente para lhe dar a conhecer que eu próprio - que nem eu sei ao certo quem é - ainda não fui agraciado com nenhuma Ordem, nem de mérito nem de falta dele. Somos poucos, bem sei: não é fácil encontrar portugueses que não as tenham, ou uma ou outra. É para colmatar esta triste lacuna - que eventualmente se deverá ao facto de o meu nome não constar de nenhuma das listas telefónicas todos os anos gentilmente oferecidas pelas Páginas Amarelas aos portugueses distraidos que continuam a ser assinantes da rede fixa de telecomunicações - que aqui deixo esta notícia sobre a minha disponibilidade para ser agraciado, até que venha o outro, por uma qualquer Ordem. À sua escolha e desde que não seja a de mérito cultural, porque lá em casa ia ser difícil de explicar. Quanto às restantes, esteja à vontade. Muito obrigado e até sempre, desde que não seja já a seguir.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

PORTO - GOSTO E RECOMENDO

Há coisas para as quais a razão não dá explicação.
Gosto de Portugal e dos Portugueses
Gosto do Porto e mais ainda dos Portuenses.
Embora goste de viajar, conhecer novos mundos e novas culturas, para mim não há como o Porto.
Pode parecer absurdo mas é a mais pura das verdades.
Gosto do Porto fodassse!
E que ninguém me impeça.
Ainda não tenho filhos mas imagino que seja como quando os Pais têm um filho enfermo que instintiva e naturalmente, adoram, protegem mais do que tudo.
O Porto é cinzento,
não cheira bem como Lisboa
cheira a mijo e a esgoto
é bruto e rude na aparência
é caoticamente bonito
um exemplo de que é possível fazer bonito de forma desordenada
é parolo, provinciano
e as suas gentes são reflexo de tudo isto
tem alma,
independente,
orgulhosa, sofrida e verdadeira
E, tal como os Pais quando lhes criticam os filhos para mim o Porto é sempre perfeito
por outro lado, tenho consciência que pode e deve ser melhor
e, aliás, exigo do Porto e dos Portuenses mais e cada vez mais.
É importante incentivar os portuenses - a começar pelos mais novos - a sentir a cidade e, para tanto, basta dar a conhecer.
Adoro literatura, cinema, pintura e fotografia e ainda mais quando o tema é o Porto.
Neste fim de semana assisti ao nascimento de mais um magnifico livro sobre esta cidade ("Porto essa minha cidade"), este tem uma história especial e é de uma jovem autora do Porto e amiga - Inês Neiva Santos.
E é embebido nesse exemplo que escrevo este texto e lembro que é importante - a Câmara Municipal do Porto juntamente com as demais instituições (Museus e Faculdades) - assegurar a criação, promoção e divulgação de programas culturais para melhor se conhecer a nossa cidade.
Há tanta coisa que pode ser feita e com tão pouco.
Porque não visitas a pé à sé, santo idelfonso, são nicolau, guindais, ribeira.....?
Uma freguesia por cada fim de semana acompanhadas de um guia que sugiro que fosse formado em história ou em arquitectura ( não é nada que já não tenha acontecido, mas acabou).
E, para além disso, podiam-se organizar "workshops" de fotografia/pintura cujo tema seria sempre o Porto.
Aqui ficam as sugestões que desta vez quem sabe não caem em saco roto.
E, para o caso de a ideia não agradar ao Dr. Rui Rio sugiro que o Sr. Vereador lhe apresente a mesma ideia mas, em vez de ser a pé, de calhambeque.
Talvez aí, quem sabe, até se disponibilizam uns milhões?

E, a propósito, tenho estado a ler e recomendo 0 "Não há Porto sem Nó" e estejam atentos que deve estar a ser o lançamento do "Porto essa minha cidade" da autoria da Inês Neiva Santos.

A bem da Nação!

Só para lembrar




que o Boavista ainda não perdeu nesta segunda volta, que está a um ponto do 5º lugar e a 3 do 4º. Que deve ter uma das equipas mais baratas do campeonato e que o João Pinto tem jogado muito futebol.

Como está a OTA

Convém não ficarmos embalados pelos impulsos positivos dos últimos dias e esquecer que anda aí uma gente a querer desbaratar o nossos rico dinheirito. Como está a OTA e o TGV? Já é toda a gente a favor? Ou estamos todos amordaçados?

Regionalização ou reorganização

Seja qual for o nome que lhe queiram dar, o certo é que a forma como o País se organiza está obsoleta e é claramente um entrave ao progesso.

Faz todo o sentido repensar a divisão das freguesias. Como faz mais sentido dotá-las posteriormente de mais tarefas e claro está de mais meios. Tarefas essas que saem das camaras municipais que ficam com tarefas que saem do governo central. Isto não é regionalização mas sim reorganização? Avance-se então e em força na mesma.

É preciso repensar a divisão existentes de concelhos? Porto-Gaia ou Porto-Gaia-Matosinhos? Vamos a isso. Divida-se o que é preciso dividir, agrupe-se o que faz sentido agrupar. Mude-se o que faz sentido mudar.

Pior do que uma má decisão é não decidir. Parece que Sócrates percebeu isso.

Proposta do MNE

O nosso MNE agora resolveu entrar nos domínios do Secretário de Estado do Desporto ou tomar ares de Presidente da UEFA. Propos a criação de um campeonato de futebol "Europa-Países Islamicos". Abençoado pontapé na bola.

Campanhas temáticas

Hoje (ontem domingo) tinha a caixa de postal com uma série de emails cujo assunto é "Fucking St.Valentine". Já imagino os slogans de outros dias:

"Fucking S.João" ou "Fucking S.Pedro". "Fucking Dia de Portugal". É o marketing a funcionar.

domingo, fevereiro 12, 2006

Nuclear?

Estive presente no Seminário “Energia e Desenvolvimento Sustentável- Portugal na encruzilhada” que decorreu no Porto, na passada sexta-feira. Assisti a uma exposição e a um debate de altíssimo nível. Embora promovido pelo CDS-PP este evento não se limitou ao âmbito partidário DC e ainda bem! O tema mais polémico foi, sem dúvida, a abordagem do eventual recurso à energia nuclear. Os problemas energéticos são mais actuais que nunca, as suas implicações são inúmeras, e o certo é que seremos, em breve, convocados a tomar decisões. O tema está aí!

Caricaturas

Em toda esta polémica das caricaturas de Maomé esteve sempre a discutir-se, na minha opinião, o acessório. Pode ser interessante discutir se os caricaturistas Dinamarqueses podiam ou não ter publicado as caricaturas, se deviam ou não tê-lo feito, se os crentes no Islão tinham legitimidade em reagir violentamente, mas para mim não é isso que interessa neste caso.
Na minha perspectiva o que interessa ver é que motiva tanto a publicação das caricaturas como a reacção violenta.
Nos ultimos anos temos assistido de forma muito visível a um choque de culturas que se tem expressado pela violência. A visão que o mundo àrabe tem do ocidente é negativa e representa para esse mundo um choque cultural e religioso. Este choque tem sido habilmente aproveitado por extremistas para conquistarem o poder em diversos países. Por esta via o Ocidente tem sido visto como uma ameaça à forma como cada crente no Islão vive. Esta perspectiva tem sido dramatizada pela via religiosa e torna-se fácil eleger o Ocidente como o alvo a abater.
A reacção a esta realidade é a forma como o Ocidente vê o Islão. É frequente ver perspectivas que desvalorizam a sua cultura, estranham os seus hábitos e mesmo os consideram uma ameaça a forma de vida do Ocidente. É cada vez mais frequente confundir-se Islão com terrorismo. Neste caso a diferença (substancial) é que os governos ocidentais não utilizam estes factos para ganharem apoio das suas populações.
O caso das caricaturas resulta destes sentimentos e foi aproveitado por extremistas. O que está a acontecer é o inicio de uma guerra de culturas fomentada por quem necessita de ter um inimigo credível para se sustentar no poder. Falo desses governos extremistas que utilizam o Islão para se sustentarem (Irão e Siria por exemplo).
Depois disto, seguir-se-ão outras questões (aparentemente menores) que ajudarão a aumentar o nível de agressividade para com o Ocidente.
Como é que o Ocidente tem de reagir?
Na minha opinião deve procurar laços de proximidade com governos moderados de países Islamicos. Uma confrontação será sempre entendida com um reforço à ideia que o ocidente é uma ameaça. Durante esta polémica vimos lideres Islamicos a reclamar de forma pacífca e a não apoiar a violência. Deve ser com estes que o Ocidente deve criar laços de proximidade.
Acredito que a maioria dos crentes do Islão é pacífica e quer melhorar o seu modo de vida. O Ocidente tem uma responsabilidade neste ponto. A bem da paz e da Humanidade.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Não estou deprimido, mas para lá caminho...

Um país onde Freitas do Amaral faz o comunicado que faz, onde Vitalino Canas diz o que diz e onde o presidente da república faz uma presidência secreta a Nelas, é um país que não se respeita a si próprio.
Portugal perdeu definitivamente a vergonha, atingimos a escala zero do orgulho nacional. Daqui a uns meses maior parte dos portugueses vai sentir-se imensamente patriotas quando Figo e Pauleta começarem a dar chutos no esférico, mas isso não esconde a nossa mediocridade.
O sentimento que nos abate é cada vez mais fundo, não temos esperança que mude, não sabemos como, e principalmente com quem.
Cada um vive para si, cagando no país, cagando nesta gente que se apropriou de um bocado de nós.
Vivemos o dia a dia com as nossas alegrias particulares, esperando que ao deitar não tenhamos mais uma vez que pensar:
Que raio de azar ter nascido aqui.

Uma imensa tristeza

Todos temos os nossos Blogues preferidos, os de leitura diária, com os quais os dias não ficam completos.
O Semiramis é um deles. Por isso foi com enorme tristeza que soube da morte da Joana Gomes.
A Blogosfera fica mais pobre.

Porque não fazê-lo a todos?

Na Madeira foi proposto pelo PSD que se fizesse um exame às faculdades mentais de um deputado do PS. Tal coisa foi considerada uma aberração e levou a um coro de protestos sem fim.

Pois eu propunha que se fizesse esse exame, não de forma esporádica e apenas ao dito deputado do PS madeirense, mas sim de forma obrigatória a todos os deputados, ministros e demais figuras públicas.

Como justificação basta ver os exemplos do ministro de estado e negócios estrangeiros e mais fresco ainda as aberrantes declarações de Vitalino Canas sobre os caricaturistas dinamarqueses.

Depois venham dizer que não avisei

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Como uma Liberdade...

Claro que já subscrevi...aqui!

Comunicado do MNE

O Nortadas está em condições de revelar como surgiu o ridículo comunicado do ministério dos negócios estrangeiros sobre os não incidentes por causa das caricaturas.
Não nos perguntem como conseguimos estes dados, apenas podemos dizer que vai ser feito um rigorosíssimo inquérito, urgentíssimo e até às últimas consequências.

-Noc, noc.
-Quem é ?
-É o Excelentíssimo Senhor Professor Doutor Diogo Freitas do Amaral, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa, Centrista por vocação, escritor nas horas livres, que um dia com certeza vai receber um Nobel.
-Entre, entre, então ao que vem ?
-Senhor Primeiro-Ministro já tenho aqui o comunicado para apresentar ao povo muçulmano, desculpe... para apresentar ao povo português.
-Se não se importa, podia ler-mo ? sabe as muletas...
O senhor ministro sentindo-se como se estivesse à porta das Nações Unidas a dar uma entrevista conjunta à CNN, BBC, SIC, RTP e Jornal do Fundão, põe o seu ar nº33 com que fica muito mais inteligente que o comum dos pacóvios que habitam este pais.

Portugal lamenta e discorda...blá ...blá ...blá....povos muçulmanos.
A liberdade de expressão...blá...blá...blá...dos outros.
Entre essa...blá ...blá...blá...ter ou não ter...blá...blá...blá...professa.
Para os católicos...blá...blá...blá...Virgem Maria.
Para os muçulmanos...blá...blá...blá...Profeta Maomé.
Todos os...blá...blá...blá...respeitados.
A liberdade...blá...blá...blá...licenciosidade.
O que se passou...blá...blá...blá...”guerra de religiões”...blá...blá...blá...monoteístas...blá...blá...blá...Abraão.

-Ó Senhor ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros venha daí um abraço, brilhante. Não percebi nada, mas se eu que até sou primeiro-ministro não entendi aonde quer chegar, imaginemos os indígenas analfabetos que nós governamos.

Quebra do segredo de justiça, parte MMCDXL

Aquela tanga obscena que é o segredo de justiça foi aparentemente e mais uma vez alvo de quebra, desta vez para desmascarar as pornografias de Valentim Loureiro e da corja futeboleira que o acompanha para todo o lado, como um séquito de bandalheiros engravatados. O problema é que, como se sabe, a quebra do segredo de justiça costuma suceder para desviar as atenções do fundamental para o meramente acessório e, em efeito de cascata, para salvaguardar arguidos de se sentarem no banco dos réus. Por uma razão óbvia, a quebra do segredo de justiça não se dá normalmente ao nível dos juizes, mas ao nível dos advogados de defesa. O mecanismo já está em marcha: lá vêm os apelos ao mais alto magistrado da Nação, a auto-defesa lacrimejante face à propagandeada selvajaria dos jornais e a delapidação pública dos juizes. É sempre a mesma coisa. Só é pena que, aparentemente, ninguém aprenda nada com isto.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

CIDADANIA

O "movimento cívico" de Manuel Alegre deixou cair, com fragor, uma das suas primeiras causas: a despenalização do aborto. Durou pouco a festa, pá. Folgo em saber.
E porquê é que tombou a causa? Porque, segundo Inês Pedrosa, o movimento é transversal e o aborto não é uma questão de consenso. A "cidadania", como era de prever, acabou de morrer. Fico contente, tendo em conta o tema, mas quem deve estar ainda mais feliz com este "flop" é o próprio Manuel Alegre que se livra, numa penada, de toda esta gente que lhe andava a exigir posições "cívicas" e atitudes. Ele já percebeu, com certeza, que este tipo de agregações, tipo albergue espanhol, cheios de idealismos e entusiasmos, mas sem qualquer aderência à realidade, esbarra-se frente à primeira dificuldade concreta. Não existindo um "core" de ideias e valores comuns não é possível, de facto, "defender causas". Qualquer "causa" há-de necessariamente prejudicar a estabilidade transversal do movimento.
Bem os queria ajudar sugerindo alguns temas consensuais que pudessem ser defendidos pela "cidadania", mas só me ocorre a protecção do lince da Malcata. Não desanimem, todavia, os cidadãos, há-de haver outros, creio.

Comunicado - Convite

Na próxima 5ª feira, 9 de Fevereiro, pelas 15 horas, um grupo de cidadãos portugueses irá manifestar a sua solidariedade para com os cidadãos dinamarqueses (cartoonistas e não-cartoonistas), na Embaixada da Dinamarca, na Rua Castilho nº 14, em Lisboa.

Convidamos desde já todos os concidadãos a participarem neste acto cívico em nome de uma pedra basilar da nossa existência: a liberdade de expressão.

Não nos move ódio ou ressentimento contra nenhuma religião ou causa. Mas não podemos aceitar que o medo domine a agenda do século XXI.

Cidadãos livres, de um país livre que integra uma comunidade de Estados livres chamada União Europeia, publicaram num jornal privado desenhos cómicos.

Não discutimos o direito de alguém a considerar esses desenhos de mau gosto. Não discutimos o direito de alguém a sentir-se ofendido. Mas consideramos inaceitável que um suposto ofendido se permita ameaçar, agredir e atentar contra a integridade física e o bom nome de quem apenas o ofendeu com palavras e desenhos num meio de comunicação livre.

Não esqueçamos que a sátira – os romanos diziam mesmo "Satura quidem tota nostra est" – é um género particularmente querido a mais de dois milénios de cultura europeia, e que todas as ditaduras começam sempre por censurar os livros "de gosto duvidoso", "má moral", "blasfemos", "ofensivos à moral e aos bons costumes".

Apelamos ainda ao governo da república portuguesa para que se solidarize com um país europeu que partilha connosco um projecto de união que, a par do progresso económico, pretende assegurar aos seus membros, Estados e Cidadãos, a liberdade de expressão e os valores democráticos a que sentimos ter direito.

Pela liberdade de expressão, nos subscrevemos

Rui Zink
Manuel João Ramos
Luísa Jacobetty

Até um dia B.LEZA....

O B.LEZA fechou. Ficava no Palácio Almada Carvalhais, em Lisboa, e era um local de culto para quem gosta de música e da cultura africana. Muito mais que um bar-discoteca, ali estava a verdadeira Cultura. Quando se entrava lá dentro, parecia mesmo que estávamos em Cabo Verde ou numa qualquer outra ex-Colónia portuguesa, para além de um sentimento de harmonia entre a cultura portuguesa e africana.
Eles prometem voltar num outro local,um dia destes, mas a cópia quase sempre perde qualidade em relação ao original.

Quem foi que pediu um comunicado?

Freitas do Amaral - esteio angular da credibilidade do Executivo - pronunciou-se, em nome do Estado Português, sobre o agastante tema das caricaturas, através de uma informação à imprensa.
Lá do alto do Palácio das Necessidades, Freitas do Amaral tomou as rédeas da questão e presenteou o país e o Mundo com considerações, no mínimo, jocosas, sobre os últimos acontecimentos. Invectiva contra uma chamada "guerra de religiões", lançando o anátema da culpa pelo seu incitamento a certos países da União. Claro que, com a sua tomada de posição quis-se demarcar deste povo insano, bárbaro e sobretudo belicista a que, pelos vistos e infelizmente, pertence - os Europeus!!! Já para não falar nos Escandinavos, um subgrupo menor, distribuído por três reinos de licenciosidade.
Até aqui, admito, o texto tolera-se (tolera-se...???). O pior é o que vem depois: aquilo que não diz - que é sempre a melhor parte.
- Sobre a gratuitidade dos actos de violência perpetrados por hordas de muçulmanos contra embaixadas e interesses Dinamarqueses, austríacos ou europeus, nem uma vírgula. Donde, para Freitas do Amaral, são justificáveis...!
- Mais grave, sobre a insuportável coacção moral que a Europa e os seus cidadãos estão a ser vítimas, nem uma palavra. Donde, todas as ameaças à vida dos autores dos cartoons, e pior, a todos os putativos autores de um cartoon, ou texto, ou seja lá o que for, que verse sobre o Islão, estarão justificadas e até legitimadas. Lição da história: não sejamos libertários que pagaremos o preço.
Aliás, esta é a grande perversidade de toda a polémica: e daqui para o futuro? Qualquer cidadão europeu, seja ele um artista plástico, escritor, jornalista etc., estará, inapelavelmente, limitado na sua liberdade - "tout cour" - de determinação.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, na peugada de muito boa gente por esse continente fora, em vez de defender aquilo que demorou gerações a construir, e pelo que tantos deram a vida, vem insurgir-se contra um desrespeito ou um desregramento, que por muito que até seja criticável, cai numa questão de princípio.
A defesa da Liberdade não deveria ter permitido espaço para concessões, porque, numa guerra de Culturas, há todo um espaço do simbólico que não é apropriável nem perceptível pela outra parte. E, sobretudo, a imagem titubeante que se faz passar só tem uma interpretação na linguagem rival : temor! Do 11/09, do 11/03, de aviões, combóios, metros, autocarros...do nosso próprio quotidiano assim ameaçado.
A Europa parece ter medo. Receio das imagens que povoam os seus media e que, doravente, vão passar a assombrar o seu imaginário.

Liberdade de Expressão vs Segredo de Justiça

Nos últimos anos têm-se repetido os episódios de notícias sobre processos crime ainda em fase de segredo de justiça.
Esse tipo de notícias são, em regra, sencacionalistas, pouco rigorosas, nada objectivas e de uma maneira geral demolidoras para os visados.
Com a agravante que, por mais que o visado tente desmentir o certo é que o seu acesso à comunicação social é dificil e mesmo quando consegue é-lhe dado menos destaque e o efeito junto do público é sempre inferior ao da noticia inicial.
E, a leviandade com que os jornalistas abordam todas estas situações é assustadora e muitas vezes totalmente desprovida de bom senso.
Se fosse Jornalista tinha vergonha da minha classe profissional e jamais dormiria direito se algum dia cometesse a atrocidade de destruir publicamente alguém sem ter a certeza da veracidade dos factos que lhe eram imputados.
Como exemplos dessa conduta lembro-me, assim de repente, da actuação dos jornalistas na cobertura
-da tragédia da ponte de entre-os-rios
-do processo da Casa Pia
-do apito dourado
-da Fátima Felgueiras
-das viagens fantasma, etc....
A forma leviana e irresponsável com que os jornalistas têm actuado é, por isso, a causa das causas.
E, já se percebeu que em Portugal os jornalistas (em regra) não fazem investigação - limitam-se a reproduzir o que A ou B desbobinou.
Ora, esta situação põe em causa as fundações do Estado de Direito e, por isso, é inaceitável.
Por conseguinte sou da opinião que o Estado deve intervir legislando e fiscalizando por forma a se poder responsabilizar os jornalistas por essa notícias infundadas ou mal fundadas.
E, para tanto, já seria um grande avanço para o nosso Estado estabelecer que os jornalistas, sob pena de sanção pesada, serão responsabilizados civil e criminalmente caso denunciem elementos de processos em segredo de justiça.

A liberdade de expressão não pode ser ilimitada e, aliás, o seu limite é a esfera de direitos do outro.

A bem da Nação!

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Movimentações na blogosfera


Em épocas de compras e vendas, de referir a compra por parte da AEIOU do weblog.com.pt que Paulo Querido tão valorosamente colocou de pé e transformou numa referência na blogolandia lusa. A quem vendeu os parabéns pela obra feita. A quem comprou os parabéns pelo acreditar no futuro. E que esse futuro seja risonho.

Rescaldos do dia

A iniciativa de Belmiro de Azevedo e da Sonae foi um tónico na moral das pessoas. Pelo menos isso pude constatar em algumas das conversas que tive em Lisboa, em que era opinião dominante o bom exemplo de empresário e o facto de acreditar no país. Espera-se que não venham agora sinais contrários ao que o dia de hoje lançou. É lógico que existam contra opas, que exista resistência por parte de quem está nos comandos da empresa, que existam até criticas e ideias diferentes das estratégias para o futuro. Mas espero isso sim que o mercado funcione.

Pergunta inocente

O governo de Sócrates prestou-se a uma figurinha rídicula com a procissão de ministros a assinarem documentos. É verdade.

Mas em vez de criticar a subserviência dos nossos governantes, não deveria Marques Mendes ter perguntado onde estavam os outros "Bill Gates" para tirar o país do marasmo?

Não adianta criticar a forma mas sim apelar a mais conteúdo. Exigir mais e melhor é o que deve fazer a oposição. Criticar "fait-divers" é o papel dos analistas.

Coragem em mudar




Hoje vou dormir mais satisfeito. Belmiro de Azevedo resolveu dar uma pedrada no charco. Mais uma. Estou em crer que muitas almas do comodismo estarão agora a pensar em como travar as intenções do empresário do "norte" (como sempre se lhe referem em tom depreciativo) com esta oferta pública sobre a Portugal Telecom. Espero bem é que as "mentes iluminadas" que têm servido sempre de tampão às mudanças (sim porque manter o status quo da PT serve a muita gente) não consigam aqui o que conseguiram com a GALP.

Quem quiser conhecer as condições é só lê-las .aqui

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

SIRVA-SE UM PORTO À ANTIGA!!

No outro dia constatei que um fotógrafo francês publicou um livro com as fotografias dos 10 lugares mais bonitos do mundo e foi com grande orgulho que verifiquei que algumas das ditas fotografias tinham a Ribeira do Porto.
Não sou anti-lisboeta, antes pelo contrário, é cidade que muito aprecio.
Entendo que é essencial para o País um desenvolvimento "equitativo" das demais regiões e que importa contrariar o fenómeno - "Portugal é Lisboa e o resto é paisagem"
Mas essa responsabilidade cabe antes demais aos autarcas de cada concelho.
Nessa medida a autarquia do Porto é responsável pelo marasmo provinciano em que esta Cidade caiu.
Com efeito,
O panorama cultural da cidade está transformado num deserto.
O Porto está incapaz de se fazer ouvir no Terreiro do Paço.
O Porto tem uma diminuta projecção internacional.
Mas, o absurdo da situação é que o Porto tem todas as condições para ser um caso de sucesso.
Vejamos!
A Cidade do Porto tem um embaixador mundial que é o seu vinho.
Tem grandes empresas privadas aqui sediadas.
Tem um património histórico de uma beleza ímpar e até classificado pela UNESCO.
Tem boa gastronomia e uma população empreendedora.
E, até tem uma equipa de futebol com prestigio mundial.
Aliás todos estes elementos fazem da marca "Porto" algo que só dificilmente, não é um caso de sucesso.
Sucede que,
O Porto fruto de uma total falta de estratégia urbanistica desertificou-se.
O Porto apesar de alguns equipamentos impares (F Serralves e Casa da Música) não consegue ter um único evento cultural de projecção nacional e internacional.
A região do Porto apesar do Porto de Leixões e do Aeroporto não se conseguiu afirmar como "capital do noroeste da Península Ibérica".
O edilidade Portuense não se conseguiu fazer ouvir nem sobre a OTA nem sobre o TGV.(Honra seja feita à Associação Comercial do Porto que tem sido solitária mas incansável)
Sendo que, para tanto basta trabalho e alguma criatividade.
Lisboa consegue ter no CCB um festival de música clássica capaz de deslocar centenas de pessoas.
Lisboa conseguiu o Rock in Rio.
Lisboa conseguiu o Dakar.
Lisboa tem o festival super bock super rock.
Ora,
Não seria de esperar dos nossos autarcas algum trabalho de casa por forma a que, pelo menos, alguma coisa se fizesse pela imagem da nossa cidade capaz de atrair novas gentes?
Sendo a sede da UNICER e de empresas como a SONAE, OPTIMUS, SOGRAPE e BPI na cidade do Porto não seria normal que a edilidade Portuense batalhasse para que essas empresas fizessem na nossa cidade eventos de grande projecção em vez de termos de ir assistir a Lisboa ao super bock super rock?
E, havendo essa projecção não seria tão mais fácil conquistar novos públicos na vizinha Galiza?
É certo que nem tudo será culpa do Dr. Rui Rio e que alguns dos problemas foram por ele herdados, mas também não é menos verdade que a herança já tem alguns anos e a desculpa da falta de verba já não colhe.
Por outro lado, é inaceitável que a cidade fique eternamente prejudicada com birras como a do Corte Inglês ou do plano de promenor das Antas ou da Imoloc e que ao mesmo tempo a autarquia se demita do importante papel de projecção da cidade no exterior e se perca em guerras e guerrilhas intestinais - até agora parece que o mandato se resumiu ao subsídio de turno dos lixeiros.
E, o que é certo é que no meio de tudo isto o Porto é e está cada vez mais provinciano.
Resta-nos esperar que os vereadores do CDS/PP tenham a capacidade e lucidez necessária para exigirem da edilidade uma nova atitude e pela força e contributo da sociedade civil.
A bem da Nação!

caricato

“Não posso impor aos outros regras que não cumpro”

Excelente jornalismo ontem na CNN, ao confrontarem um representante de uma organização muçulmana com as caricaturas impressas no ÚLTIMO MÊS em todo o Médio Oriente.
(A mais significativa mostrava a Estrela da David a boiar num mar de sangue coberto de cabeças de crianças)

Boneca falante

Imagine que precisa de elogios e claro que os auto elogios não funcionam. Pois então nada melhor do que pedir a esta pequena que o faça. Como? É fácil, clique aqui

Empregado oferece-se

podia ser o anúncio numa qualquer página de classificados dos jornais Portugueses. Mas não é, mas sim o que anda a fazer Scolari aos Ingleses agora que cheira a final de reinados. O dele por cá e o de Erikson por lá. É sabido que é mais fácil arranjar emprego quando se está a trabalhar, mas quem o costuma fazer fá-lo de forma mais discreta.

Jovens de todo o mundo participai

Poderia ser mais ou menos este o lema do desafio lançado por Jorge Sampaio. O nosso anida Presidente exortava os jovens a participar na politica e fazerem-se ouvir. A melhor forma de o fazer é que tenho dúvida que seja nas "jotas" partidárias. Mas isso é outra história.

Caricaturas

O problema criado pelas caricaturas dinamarquesas leva-nos a várias questões:

1 - o direito de liberdade de imprensa dá azo à publicação de tudo e mais alguma coisa?

2 - o facto de um orgão de comunicação social ultrapassar limites deve levar um governo a desculpar-se publicamente?

3 - prova ou não que o extremismo religioso é o pior dos males do mundo?

4 - como é que demorou 4 meses a "explodir"?

Para as perguntas 1, 2 e 3 tenho resposta. Não, não e sim. Quanto à pergunta 4 não faço ideia nenhuma.

sábado, fevereiro 04, 2006

Masoquismo

È a palavra que me ocorre às reacções sobre os bons resultados da Banca em 2005.
Num ano em que pouca coisa correu bem, em que o país apresenta os mais fracos indices de crescimento da UE e que estamos com claros problemas de competitividade a reacção a um sector que se preparou é esta.
O grandes Bancos Portugueses estão ao nível dos melhores do mundo. Têm estratégias de internacionalização coerentes, normalmente em mercados muito exigentes e em concorrência com os melhores bancos do mundo (vejam o caso do BCP na Polónia, só para ilustrar o meu ponto). Na prática aperceberam-se das difculdades, preparam-se para elas e traçaram planos para futuro. Aparentemente isto foi bem feito com vista dos reultados alcançados.
Deviamos estar contentes e apresentar a Banca como um exemplo a seguir por outros sectores e outras empresas. Se os principios de rigor e qualidade com a Banca se gere se estendessem a mais empresas teríamos seguramente um país melhor.
Em vez disto os comentários foram de quase escandalo porque o país estava mal e a Banca bem. Como se a Banca se tivesse aproveitado do país para enriquecer. Depressa ficou esquecido que os spreads de crédito à habitação em Portugal são dos mais baixos da europa, que o nosso sistema multibanco é o melhor da europa e que as empresas são realmente apoiadas pela banca (já que a generalidade dos pequenos negócios se faz com recurso a crédito). Tudo isto melhora a vida das pessoas e cria-lhes valor.
O espirito vigente, infelizmente, é o da inveja e o da desconfiança por quem tem sucesso e trabalha para isso. È o mesmo espirito que nos colocou no estado em que estamos. Lá fora os sucessos são seguidos, valorizados e, por vezes, copiados. Cá, os sucessos são quase um pecado. O ideal é não sair da média que no nosso caso é a mediocridade.
Isto lembra-me a história da cigarra e da formiga. No Inverno a formiga estava preparada porque trabalhou no verão...

O fim de um ciclo

Maria de Fátima Bonifácio discorre no Público (artigo publicado ontem não disponível online) sobre "O fim da hegemonia antifascista". Refere:
"(...)Um "antifascista" que não desejasse ardentemente liquidar o capitalismo e, por extensão e inerência, destruir a burguesia e a civilização burguesa não era um "antifascista" verdadeiro - nem um autêntico "democrata". A deliberada identificação entre estes dois últimos termos constituiu mais um abuso ou atropelo semântico destinado a discriminar entre os verdadeiros e os falsos democratas. Por outras palavras, também a condição de democrata ficava amarrada à condição de "antifascista"(...)" ..."(...)Este monopólio terminou na passada noite de 22 Janeiro, quebrado que foi pela chegada à Presidência de um democrata genuíno social-democrata que não foi um "antifascista". Os partidos do centro-direita e direita, que por isso mesmo o apoiaram, estão relegitimados e são finalmente parceiros de pleno direito do regime democrático. Tudo indica que a democracia portuguesa está finalmente normalizada. O dia 22 de Janeiro fica desde já como uma data histórica (...)" .
Visão curiosa e pertinente com a qual não podemos deixar de estar mais de acordo. A propósito, cito o que aqui se escreveu numa perspectiva muito próxima : "(...)Cavaco rompe, total e definitivamente, com o 25 de Abril...de facto e simbolicamente(...) Se Soares foi o primeiro presidente civil da III República, Sampaio foi um escorreito continuador. Porém, Cavaco é o primeiro presidente sem Abril. Nele não se invoca o curriculum vitae do passado e da resistência antifascista, da luta revolucionária (...). O sufrágio enjeitará Soares e Alegre porque o fantasma antifascista que os nutriu, finou.(...)É toda esta força, é tudo isto que - para o bem e para o mal - o fará ganhar, sem Abril, sem cravos, sem revoluções(...)"
É, realmente, um período da nossa História contemporânea que se fechou. Resta saber o que nos estará reservado...?

Mais um vento

Francisco Velozo Ferreira é o novo membro desta nortada. Em nome de todos aqueles que já por cá andavam, saúdo o novato desejando que cumpra as promessas de muitas e boas postas. O exemplo com que inicia promete. Bem vindo sejas então Francisco.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

O fim da Esquerda!!!

É com uma enorme satisfação que quando analizo a nossa história recente (últimos 30 anos) me deparo com um País onde os partidos e as gentes são cada vez mais de Direita.
Digo mais, esse fenómeno é global.
Por um lado temos que todo o bloco de leste vive hoje em regimes democráticos, com economias de mercado capitalistas.
A própria República Popular da China tem-se ocidentalizada e hoje já admite algumas formas de capitalismo ainda que controlado.
Mas em Portugal as pessoas parece que esqueceram que faz pouco tempo o PS era favor de empresas nacionalizadas e hoje governa mais à direita que o PPD/PSD.
O próprio Partido Comunista é hoje menos reacionário e já percebeu (embora não o possa dizer) que a melhor forma de defender os trabalhadores é defender a iniciativa privada.
Assistimos, portanto, a um fenómeno de mutação de todos os partidos da esquerda no sentido de defesa de valores e ideias que tradicionalmente eram e ainda são bandeiras da Direita.
Mas o que é fantástico em todo este processo é a forma como em Portugal a esquerda através do domínio da informação tem sabido branquear esse seu pecado original e a Direita não tem conseguido erguer essa bandeira.
Por força disso, temos que o eleitorado julga que vota conscientemente à esquerda quando na realidade vota (in)conscientemente à Direita e, desta forma, temos hoje um país que embora na forma mantenha a mesma estrutura eleitoral/partidária na sua substância é um País mais à Direita.

A bem da Nação!

cagarolas

Segundo o Público, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jack Straw considera insensível e errada a reprodução das caricaturas de Maomé. Afirma estar contente com a delicadeza da comunicação social Britânica por esta não ter reproduzido as mesmas.
Creio que esta grande Nação não merecia tamanho acto de cobardia.

Assembleia da República: Discurso de despedida do deputado Miguel Anacoreta Correia


Ontem estive a Assembleia da República a assistir ao discurso de despedida do deputado do CDS, Eng. Miguel Anacoreta Correia. Dada a minha grande admiração e amizade por ele, e para não ser acusado de falta de neutralidade, prefiro, aqui, subscrever o que me dizia um jornalista muito conhecido da nossa praça: "hoje assisti a um dos momentos mais marcantes do Parlamento".
Foi um discurso comovente, aplaudido de pé por quase todas as bancadas parlamentares - BE e PCP bateram palmas sentados - mais virado para o futuro do que para o passado.
Posteriormente, o ministro dos Assustos Parlamentares, o presidente da Assembleia da República e cada um dos líderes parlamentares fizeram a sua intervenção, e, aqui, estiveram todos de acordo quanto ao modo como falaram do Eng. MAC: Foi um deputado (e governante) com um grande serviço público prestado ao país. Prestigiou sempre o trabalho parlamentar. Uma pessoa com uma acção muito relevante em relação à independência de Timor e aos assuntos ligados à Lusofonia. Político trabalhador, de acção e sempre com uma matriz concretizadora. Uma pessoa séria, ponderada e com muito respeito pelos adversários políticos.
O Eng. MAC não deixa a política, apenas o Parlamento, visto que "é reduzido o tempo de que disponho para cumprir e harmonizar, com o rigor que a mim próprio imponho, a minha vida pessoal e política. Nestas circunstâncias, entendi que o melhor era optar e, sendo adepto convicto da renovação política, não me foi difícil a escolha, apesar do desconforto que será deixar o vosso convívio e o ambiente único desta Casa. (...) Isto não seria compatível com as responsabilidades que o mandato de Deputado nos exige."
Um grande exemplo para o país e para a classe política.

O caminho que isto segue...

Cartoons...

O Jornal Jyllands-Posten, ao publicar os famosos cartoons do profeta de Alá, foi um autêntico bater de asas de borboleta...! As consequências estão aí...! Que os fundamentalistas islâmicos se indignem, não é novidade; que países onde se protegem radicalismos suicidários façam da bandeira de um país, um tapete, é um exausto déja vu; que nações para as quais qualquer resquício de tolerância, liberdade, igualdade, dignidade até, sejam um atentado ao seu escrupuloso pudor, fiquem chocadas com uns cartoons publicados num país que, até aí, 99% da sua população jamais ouvira soletrar, é algo que se dá de barato. Agora..., que neste autoproclamado farol de civilização e civilidade que se chama Europa, haja contemporizações, pedidos de desculpa, reconsiderações, porque um par de cidadãos resolveu aceitar um repto para ilustrar a capa de um livro... confesso, é algo, no mínimo, desconcertante. A verdadeira Liberdade não tem derrogações. Não é um princípio comprovado por excepções. Se lhes dá muita mossa a nossa Liberdade...azar. Somos filhos de Atenas e de Roma... connosco não é Maomé que vem à montanha.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Nunca temi

mas fico contente em saber que as duas jovens que queriam casar uma com a outra foram impedidas. Afinal Portugal ainda é um país normal. Não sei por quanto tempo.

Nota: Uma das jovens dizia que queria herdar e assim não conseguia. Talvez se convencer a outra a fazer um testamento esse problema esteja ultrapassado.

Nota: Alertava a comunicação social que existem outros temas bem mais interessantes e necessitados de envolvimentos emocionais e de massas do que os habituais fait divers destas minorias.

Não pode ser verdade

Ao ler o Acidental fiquei a saber que existem movimentações no PSD para substituir Marques Mendes e que o autor seria o Marco, não obviamente o da Heidi, mas sim o outro. Mas não acredito que seja verdade. Deve haver engano. Apesar de tudo o que se passa nos útimos tempos no PSD aquilo ainda tem alguma dignidade. Não muita claro.

adenda: de facto o marco e a heidy juntos só mesmo na minha cabeça.

A Democracia, os partidos e os cidadãos

O excerto é de um texto de Vicente Jorge Silva no Dn de hoje. Poderiamos pensar que um simples excerto pouco diria, ou que podia ser mal entendido por estar fora do contexto. Nada disso. Vale por ele mesmo.

Não há democracia sem partidos, mas esquece-se muitas vezes que pode haver partidos sem democracia. Estaremos ainda longe disso, felizmente, mas aproximamo-nos já de uma democracia representativa virtual. Os partidos deixam esgotar o seu papel de mediação política entre a sociedade e o Estado para se representarem apenas a si próprios, às suas nomenclaturas, aos seus aparelhos e aos seus interesses clientelares, fechados no interior de uma crosta gelada. Cabe aos cidadãos quebrar essa crosta do enclausuramento e autismo partidários para revitalizar a mediação democrática.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

CASAMENTOS

A comunicação social tem dado um abundante e despropositado destaque ao facto de duas mulheres pretenderem contrair matrimónio civil. O assunto não tem, nem elas, relevância por aí além. A algazarra só se compreende por se tratar de um número de circo, protagonizado por pessoas confrangedoramente carentes de palco mediático, que nem sequer à causa que supostamente querem defender trazem vantagem alguma.
Tratando-se, como dizia, de um número de circo, é como tal que deve ser tratado e não com a dignidade de uma tomada de posição político-social.
Infelizmente, no meio desta coisa parece que há crianças envolvidas e isso já é de lamentar. É verdade que para alguns, muitos, o tema tem uma dimensão moral, mas o Estado também deve olhar para esta paródia de outro ângulo. As ditas mulheres querem viver juntas? Façam favor, que ninguém as impeça ou incomode. Só que elas querem mais do que isso, querem aplausos e elogios, o que já não se aceita. Exigem do Estado um cuidado e uma atenção jurídico-social equivalente ao casamento, só que se esquecem que a ordem jurídica não tem de valorar todos os contratos da mesma maneira: o acasalamento em causa não tem a mesma relevância que o "outro", mesmo de uma perspectiva moralmente neutra. O que é diferente não pode merecer tratamento igual.
Socorro-me das palavras do insuspeito Prof. Júlio Machado Vaz, no seu blogue "Morcon" (não sei linkar, mil desculpas):

"Não é discriminação tratar de forma diferente aquilo que é diferente. Os activistas pensam que a homossexualidade é igual ao casamento, tal como os criacionistas acham que o Génesis é ciência. Mas as relações homossexuais, tal como a promiscuidade, incesto, pedofilia e bestialidade, nunca foram consideradas equivalentes à família, até nas sociedades antigas que as tinham como correntes.

Os benefícios que o Estado concede à família, célula-base da sociedade, não são direitos individuais ou simples manifestação do amor mútuo. Eles provêm dos enormes benefícios que a comunidade humana recebe da solidez familiar, no nascimento de bebés, educação dos jovens, trabalho, estabilidade emocional, amparo de idosos. Esses benefícios não podem ser estendidos a qualquer outra relação, só porque alguém a considere igual."

Bom, não sei se ele disse isto a sério ou não e se me autoriza a citação neste contexto, mas o ponto é que tem toda a razão.
Além do mais, o Estado tem o dever de cuidar dos mais frágeis e desprotegidos e não pode aliená-lo em nome de uma alegre doutrina pseudo igualitária politicamente correcta.
A adopção de crianças por casais homosexuais é absolutamente aberrante, quanto mais não seja do ponto de vista formativo, como qualquer pai ou mãe sabem, digo eu. Bem sei que o mundo não é um paraíso e que há famílias tradicionais tão ou mais aberrantes, mas isto não é argumento: não se desculpa um mal com outro mal.
A verdade é que não existe nenhum direito dos adultos que mereça uma tutela tal que prevaleça sobre os direitos de quem não pode decidir ou proteger-se.
Apesar do que digo, não ignoro que os tempos vão noutra direcção, mas não é de certeza nas crianças que estão a pensar.