Pois é Daniel aceitei o teu desafio. Vou procurar em poucas linhas tentar fazer ver o que se passa. Não te vou dizer se concordo ou se discordo. Apenas tentar analisar.
1. Fui um dos primeiros apoiantes da candidatura de Ribeiro e Castro. Ainda RC dava entrevistas a dizer que podia ser candidato, e eu publicamente o apoiei.
2. Acreditei que a sua candidatura era um sinal positivo e um ponto de partida para quebrar com o passado, não porque este fosse negativo mas sim porque era importante quebrar um círculo.
3. Eu sabia da dificuldade que seria para RC viver com um grupo parlamentar que apoiava quase na sua totalidade a candidatura de Telmo Correia.
4. O congresso revelou que afinal os que pensavam que controlavam aparelhos não controlavam pessoas. E RC fez um grande discurso.
5. A partir daí foi um corropio. Vieram as eleições autárquicas. Mal preparadas por quem tinha responsabilidades na anterior direcção, com entraves e espinhos por quem controlava as estruturas e alguma desorganização à mistura.
6. O resultado não podia ser bom. No momento, pelas razões que já apontei, e no futuro por razões não explicáveis.
7. Saidos das autárquicas foi hora de entrar nas Presidenciais. Com o desgaste que já vinha de trás e causado por aqueles que desde a primeira hora tinham adoptado um politica de guerrilha.
8. Aí, nas presidenciais, RC obtém uma vitória. Por Cavaco ter ganho e pelo resultado com que ganhou. Acabava o ciclo eleitoral.
9. Entramos agora num ciclo que se preve ser de 3 anos sem eleições. Tempo de arrumar o partido, até porque a guerrilha está momentaneamente desactivada.
10. Sinal desse novo estado é o Conselho Económico e Social recentemente anunciado e que reune o partido. Atrevo-me a dizer que reúne as partes.
11. A reforma que tem que ser feita nos partidos politicos é enorme. Que precisa de tempo. No CDS o trabalho é ainda maior. E mais tempo portanto.
12. O estilo de RC é claramente diferente do de Paulo Portas. O primeiro mais "esticado" nas palavras, o segundo mais "eficiente" na mediatização da mensagem.
13. RC e a sua direcção não têm tido tanta mediatização nos media, o que é o inverso do que sucedia no tempo de PP.
14. Acusam RC de não estar cá e de ser um homem só. A PP acusavam-no de estar em todo o lado e de ser um homem só.
15. RC tem que abrir o partido. Mas de uma forma clara e sem medos. Assumidamente reunindo à sua volta todos aqueles que queiram trabalhar em prol de Portugal e do partido. Militantes ou não militantes. Criando grupos de trabalhos sérios. A PP diziam o mesmo. E antes dele a MM.
16. Resumindo diria que a RC não faltam trabalhos. E acredito que ainda lhe sobra muita vontade. E não se pense que no congresso foi a vitória do CDS sobre o PP. Quando muito foi a vitória de RC sobre TC. Garantidamente o partido é só um, onde podem porventura existir variações.
17. RC terá que viver com todas essas variações. Como PP teve que viver quando assumiu em Braga o partido. Faz parte da vida dos líderes.
Tinha prometido ser em poucas linhas. Não foram. Mas o tema merece estas e muitas mais. E acredita Daniel que o CDS não é invísivel. Ou não pode ser, como diz o FVF "a bem da nação".
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