segunda-feira, fevereiro 06, 2006

SIRVA-SE UM PORTO À ANTIGA!!

No outro dia constatei que um fotógrafo francês publicou um livro com as fotografias dos 10 lugares mais bonitos do mundo e foi com grande orgulho que verifiquei que algumas das ditas fotografias tinham a Ribeira do Porto.
Não sou anti-lisboeta, antes pelo contrário, é cidade que muito aprecio.
Entendo que é essencial para o País um desenvolvimento "equitativo" das demais regiões e que importa contrariar o fenómeno - "Portugal é Lisboa e o resto é paisagem"
Mas essa responsabilidade cabe antes demais aos autarcas de cada concelho.
Nessa medida a autarquia do Porto é responsável pelo marasmo provinciano em que esta Cidade caiu.
Com efeito,
O panorama cultural da cidade está transformado num deserto.
O Porto está incapaz de se fazer ouvir no Terreiro do Paço.
O Porto tem uma diminuta projecção internacional.
Mas, o absurdo da situação é que o Porto tem todas as condições para ser um caso de sucesso.
Vejamos!
A Cidade do Porto tem um embaixador mundial que é o seu vinho.
Tem grandes empresas privadas aqui sediadas.
Tem um património histórico de uma beleza ímpar e até classificado pela UNESCO.
Tem boa gastronomia e uma população empreendedora.
E, até tem uma equipa de futebol com prestigio mundial.
Aliás todos estes elementos fazem da marca "Porto" algo que só dificilmente, não é um caso de sucesso.
Sucede que,
O Porto fruto de uma total falta de estratégia urbanistica desertificou-se.
O Porto apesar de alguns equipamentos impares (F Serralves e Casa da Música) não consegue ter um único evento cultural de projecção nacional e internacional.
A região do Porto apesar do Porto de Leixões e do Aeroporto não se conseguiu afirmar como "capital do noroeste da Península Ibérica".
O edilidade Portuense não se conseguiu fazer ouvir nem sobre a OTA nem sobre o TGV.(Honra seja feita à Associação Comercial do Porto que tem sido solitária mas incansável)
Sendo que, para tanto basta trabalho e alguma criatividade.
Lisboa consegue ter no CCB um festival de música clássica capaz de deslocar centenas de pessoas.
Lisboa conseguiu o Rock in Rio.
Lisboa conseguiu o Dakar.
Lisboa tem o festival super bock super rock.
Ora,
Não seria de esperar dos nossos autarcas algum trabalho de casa por forma a que, pelo menos, alguma coisa se fizesse pela imagem da nossa cidade capaz de atrair novas gentes?
Sendo a sede da UNICER e de empresas como a SONAE, OPTIMUS, SOGRAPE e BPI na cidade do Porto não seria normal que a edilidade Portuense batalhasse para que essas empresas fizessem na nossa cidade eventos de grande projecção em vez de termos de ir assistir a Lisboa ao super bock super rock?
E, havendo essa projecção não seria tão mais fácil conquistar novos públicos na vizinha Galiza?
É certo que nem tudo será culpa do Dr. Rui Rio e que alguns dos problemas foram por ele herdados, mas também não é menos verdade que a herança já tem alguns anos e a desculpa da falta de verba já não colhe.
Por outro lado, é inaceitável que a cidade fique eternamente prejudicada com birras como a do Corte Inglês ou do plano de promenor das Antas ou da Imoloc e que ao mesmo tempo a autarquia se demita do importante papel de projecção da cidade no exterior e se perca em guerras e guerrilhas intestinais - até agora parece que o mandato se resumiu ao subsídio de turno dos lixeiros.
E, o que é certo é que no meio de tudo isto o Porto é e está cada vez mais provinciano.
Resta-nos esperar que os vereadores do CDS/PP tenham a capacidade e lucidez necessária para exigirem da edilidade uma nova atitude e pela força e contributo da sociedade civil.
A bem da Nação!

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