È a palavra que me ocorre às reacções sobre os bons resultados da Banca em 2005.
Num ano em que pouca coisa correu bem, em que o país apresenta os mais fracos indices de crescimento da UE e que estamos com claros problemas de competitividade a reacção a um sector que se preparou é esta.
O grandes Bancos Portugueses estão ao nível dos melhores do mundo. Têm estratégias de internacionalização coerentes, normalmente em mercados muito exigentes e em concorrência com os melhores bancos do mundo (vejam o caso do BCP na Polónia, só para ilustrar o meu ponto). Na prática aperceberam-se das difculdades, preparam-se para elas e traçaram planos para futuro. Aparentemente isto foi bem feito com vista dos reultados alcançados.
Deviamos estar contentes e apresentar a Banca como um exemplo a seguir por outros sectores e outras empresas. Se os principios de rigor e qualidade com a Banca se gere se estendessem a mais empresas teríamos seguramente um país melhor.
Em vez disto os comentários foram de quase escandalo porque o país estava mal e a Banca bem. Como se a Banca se tivesse aproveitado do país para enriquecer. Depressa ficou esquecido que os spreads de crédito à habitação em Portugal são dos mais baixos da europa, que o nosso sistema multibanco é o melhor da europa e que as empresas são realmente apoiadas pela banca (já que a generalidade dos pequenos negócios se faz com recurso a crédito). Tudo isto melhora a vida das pessoas e cria-lhes valor.
O espirito vigente, infelizmente, é o da inveja e o da desconfiança por quem tem sucesso e trabalha para isso. È o mesmo espirito que nos colocou no estado em que estamos. Lá fora os sucessos são seguidos, valorizados e, por vezes, copiados. Cá, os sucessos são quase um pecado. O ideal é não sair da média que no nosso caso é a mediocridade.
Isto lembra-me a história da cigarra e da formiga. No Inverno a formiga estava preparada porque trabalhou no verão...
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