sexta-feira, dezembro 31, 2010

Secos ou molhados


Alguém, assistindo à execução de um condenado à morte na Birmânia em finais dos anos 40, impressionou-se com o facto de, a caminho da forca, o infeliz ter evitado uma poça de água, contornando-a. Três minutos depois os seus pés secos pendiam de um corpo inerte.

É natural que nas passagens de ano nos abracemos a repartir calor. É humano acreditar que algo recomeça a 1 de Janeiro e que os males que nos afligiram até à última badalada da véspera ali ficam agarrados àquele último segundo do ano. É encorajador pensar que o novo dia nasce virgem e puro e, portanto, cheio de promessas suaves.

Conhecendo-se o que se conhece do país e dos seus dirigentes, chega a ser heróica tanta esperança. Ou ingénua? Decidam o que quiserem. Por mim, prefiro ter os pés secos e depois se verá.

Bom Ano (ou coisa do género)!

Adeus 2010. Viva 2011 !

2010, um ano para esquecer, chega hoje ao fim.
Só por uma questão de boa educação lhe digo adeus, em vez de me levantar e sair, sem mais como penso que merecia.
Venha pois o 2011 e Viva o Novo Ano!
Bom, na verdade um ano novo, mesmo novinho em folha, é coisa a que já me desabituei desde a minha infância. Hoje, os orçamentos, os planos, as agendas, até mesmo a eleição presidencial, o vencedor da liga nacional, etc., fazem com que o novo ano já se apresente todo riscado, a ponto de poder dizer que só uma qualquer imprevista desgraça lhe dará alguma emoção susceptível de ser recordada nos habituais sumários de fim de ano.

Com 2010 vai-se também a primeira década deste novo século.
Tchauzinho para ela também!
Cá pelo nosso sítio, esta década ficou profundamente marcada pela introdução do euro. Depois da inicial euforia chegamos agora ao final da década cheios de dúvidas sobre a sua bondade.
Continuo a ter para mim como certo de que o euro é coisa boa. Só que não basta tê-lo, é preciso mantê-lo. E para o manter bastará aprender a raciocinar também em euros. Como a nossa governação (e não só) continua a pensar em contos de rei, a coisa ficou mesmo preta e, agora, aqui d’el rei...

Depois de uns PECinhos, 2011 abrir-se-á com um PECão (será o último?).
Só espero que, no final, 2011 não faça recordar 2010 pelo que não deixa: saudade.

Apesar de tudo, Bom Ano Novo!

Postal de Pequim



Há cinco anos que regularmente venho passar uns meses em Pequim. No programa : lições semanais de mandarim. Com a ilusão de que um dia conseguirei perceber melhor o que por aqui se passa. Sabendo porém que por muita agilidade que consiga vir a ter no uso do mandarim, nunca me será possível vir a saber exactamente o que pensam os chineses.

O que pensam os chineses? `Um chinês nunca dirá a um estranho, e muito menos a um estrangeiro, o que pensa realmente`, explicou-me a minha jovem professora de mandarim. `Uma opinião ou comentário menos bem visto pelo Poder, seja ele imperial ou revolucionário, pode causar uma condenação que se repercute sobre as 3 gerações futuras. Uma responsabilidade que muito poucos estão dispostos a assumir’, acrescentou.
A opção: discurso metafórico, explicações carregadas de símbolos com interpretações várias , impõe-se como óbvia .
Além disso, importa não esquecer que uma palavra pode ter vários significados e que em cada conversa as palavras são escolhidas em função do interlocutor. E os tempos evoluem, as novas gerações de chineses também.

Quando em 1976 aqui cheguei pela primeira vez, ainda em plena Revolução Cultural, todos eramos `Tongshi` (camaradas). Chineses e estrangeiros.
Hoje em dia para qualquer jovem chinês, `Tongshi` quer dizer `homosexual` .
Com o significado original de `Camarada `, ’Tongshi” parece só ser utilizado num pequeno círculo dentro do Partido com direito à `red machine` na secretária ( telefone vermelho com apenas 4 algarismos que põe em contacto o reduzido círculo de dirigentes realmente detentores do poder).

No meu livro `Curso Intensivo de Chinês Falado` a primeira lição ensina-me a saudar os chineses com um `Ni hao ma` (Como estás?).
Só que nas ruas e ruelas de Pequim os residentes continuam a saudar-se com o velho “Chi fan le ma”( Já comeste ?).
‘A comida teve, tem e continuará a ter uma importância central na vida cultural e social de cada um `, explica-me Liumin.

A prosperidade económica que se vive na capital não é suficiente para vencer o receio dos longos períodos de fome, que ao longo dos anos têm sido uma constante na história da China. Mesmo entre as gerações post anos 80. Na intimidade continuam a saudar-se com um “Ni pangle shoule ma”( Engordaste?), a par do recente “Ni hao ma” (Como estás? ) mais ocidentalizado e com o qual saudam os estrangeiros.

Revendo as imagens de um Hu Jintao de mão estendida para Sócrates, saudando-o com um `Comeste?`, seguido de um`Engordas-te?`, imagino a satisfação do nosso PM que interpretando a saudação como sinal de descontração e intimidade , se julgou aceite no clube dos poderosos. `Red machine` na secretária. Um verdadeiro `Tongshi` .
E face à generosidade chinesa, inconsciente da gaffe, não se coabir de lançar centenas de `Xiexie ni`(Obrigada). Entre verdadeiros `Camaradas` um sinal de arrogancia e falta de educação.
Ou será que me engano?

Maria

quinta-feira, dezembro 30, 2010

...



Em Moscovo é tipo montanha russa

Vele a pena

ler o mais recente relatório de conjuntura regional referente ao 3º trimestre, publicitado pela CCDRN.

Apesar de aspectos negativos, há evoluções que nos ajudam a ter alguma esperança.

A todos um feliz Ano de 2011!

Ensitel 2

Este episódio veio demonstrar a força que uma rede bem montada de comunicação web pode fazer por uma causa. Boa ou má, não interessa para caso. blogs, twiteers e facebook lançaram a polémica e até a chamada imprensa séria lhe veio dar cobertura.

E várias podem ser as ilações a tirar, desde que a Ensitel não se apercebeu da dimensão que o caso podia tornar, que são precisas leis para julgar o que se passa na web e que a liberdade de opinião é um factor fundamental e que deve ser preservado.

Dito isto espero que a Ensitel inicie um correcto contra-ataque, que pode ser com as mesmas armas ou simplesmente assumir que cometeu um erro e dar um telemóvel novo à cliente que despoletou tudo isto.

Ensitel 1

Não me lembro se alguma vez comprei alguma coisa na Ensitel. Sei que nos próximos dias não tenho qualquer razão para lá ir fazer qualquer compra, mas depois desta publicidade toda, negativa eu sei, estou em crer que mal surja uma necessidade a Ensitel será uma das hipóteses a considerar. E não é por compaixão pelos senhores, mas sim pelo facto de agora ter ficado gravada no meu sub-consciente. Como diz uma velha máxima da comunicação: bem ou mal o que importa é que falem de mim.

Período festivo

Decididamente a malta anda em contenção. De postas, não de bacalhau que essas estou certo foram fartas, mas das que enriquecem o Nortadas. As promessas de um retorno em grande em 2011 fazem parte de uma lista imensa em parceira com outras promessas e a fazer lá pela meia noite do dia 31. Assim seja.

A Lei do apadrinhamento civil


Aqui fica uma importante parte de uma Lei da ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA:

Lei n.º 103/2009
de 11 de Setembro
Aprovada em 23 de Julho de 2009 assinada pelo
Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama e
Promulgada em 31 de Agosto de 2009 pelo
Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Referendada em 31 de Agosto de 2009.
...
"O Primeiro -Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
de Sousa".

Artigo 22.º
Impedimento matrimonial e dispensa
1 — O vínculo de apadrinhamento civil é impedimento
impediente à celebração do casamento entre padrinhos e
afilhados.
2 — O impedimento é susceptível de dispensa pelo
conservador do registo civil, que a concede quando haja
motivos sérios que justifiquem a celebração do casamento,
ouvindo, sempre que possível, quando um dos nubentes
for menor, os pais.
3 — A infracção do disposto no n.º 1 do presente artigo
importa, para o padrinho ou madrinha, a incapacidade para
receber do seu consorte qualquer benefício por doação ou
testamento.

segunda-feira, dezembro 27, 2010

Nada é impossível

Noticiava o "Público" no passado dia 24: "O Ministério da Justiça usou em 2008 e no ano passado 326,1 milhões de euros, que estavam afectos a processos judiciais e que, por isso, não lhe pertenciam, para tapar o buraco das contas desses dois anos, sem garantir as responsabilidades perante terceiros. A situação foi detectada numa auditoria do Tribunal de Contas (TC) ao Instituto de Gestão Financeira e de Infra-Estruturas da Justiça (IGFIJ), que gere os recursos do ministério, divulgada recentemente".

Mas e o Estado como pessoa de bem?

quinta-feira, dezembro 23, 2010

BATOTAS

Tenho o maior apreço pela GNR e pelos seus militares e só tenho a agradecer os excelentes serviços que prestam e prestaram à nação.
Recentemente o Governo e muitos outros sectores de esquerda insurgiram-se contra as empresas que, em estrito cumprimento da lei, de acordo com regras de boa gestão e fiéis à sua própria natureza, anteciparam a distribuição de dividendos aos accionistas evitando uma carga fiscal mais agravada no próximo ano.
O Governo chegou a qualificar este procedimento como batota fiscal. A mesma “batota” que praticaram os inúmeros portugueses que anteciparam para este ano a aquisição de um automóvel.
A mesma “batota” que, na mesma linha, a GNR terá praticado de acordo com notícias hoje publicadas. Dado o congelamento das carreiras em 2011 previsto no orçamento, a GNR antecipou a promoção de cerca de 4.000 militares. Com certeza que as promoções são merecidas, não ponho isso em causa, mas se não fosse o congelamento de carreiras teriam sido concretizadas nas condições em que o foram agora? O que é que o Governo chama a isto?

quarta-feira, dezembro 22, 2010

É possivel acreditar

Depois do post anterior, nada melhor do que um pouco de animar as hostes com bons exemplos. Sabia que este fantástico vídeo foi criado por tugas e fez sucesso no mundo inteiro? É possível um portugal melhor, basta querer.....

2010 chega ao fim e 2011 vem aí

O ano de 2010 aproxima-se do fim e certamente que a muitos não deixará saudades. Mas se olharmos para o ano que aí vem ainda vamos ter saudades de 2010. Pode parecer contraditório mas o estado das coisas cá pelo burgo andam mesmo estranhas. Tudo, todos, aponta, parecem mesmo que desejam, para uma intervenção vinda do exterior. FMI ou não mas o aperto está à espreita. O que me parece é que perdemos tempo a mais mantendo em funções um governo autista e panfletário.

No entanto não podemos baixar os braços e há que dar a volta. Produzindo no trabalho e mandando para casa aqueles que não souberam pilotar esta nau. Mas para isso ainda vamos ter que esperar que se realizem as eleições mais desinteressantes que alguma vez se realizaram em Portugal. Não tenho memória de tamanho alheamento dos portugueses e não vejo maneira de isto dar a volta.

Começaremos então 2011 apáticos na politica. Saiba a economia dar o exemplo.

terça-feira, dezembro 21, 2010

O concerto...

Por vezes, ainda que muito raramente, há momentos de uma particular felicidade. Quando isso acontece na criação musical, pode acontecer, para quem estiver emocionalmente disponível, que esse momento se transforme, nos transforme, em algo melhor, ainda que momentaneamente. É o caso, sem dúvida, deste filme.


Trata-se de uma historinha, contada à americana, num filme francês com actores russos e a música de Tchaikovski.

Mas a forma como a história é contada, como a música é apresentada, como a "alma russa" é descrita, tornam este filme ABSOLUTAMENTE IMPRESCINDÍVEL.

É um daqueles momentos em que se percebe que o Homem não é só "Corpo", crise, miséria e desgraças. Também é "Alma", capacidade de sonhar, de ultrapassar barreiras impossíveis, de chegar mais além, até da própria morte...

E a música, perdão, A MÚSICA, é um dos seus veículos privilegiados.

Vejam, levem os filhos, chamem os amigos.

São momentos destes que nos recordam que a vida, no sentido da realidade, não é apenas a má governação e o desnorte deste País, o conformismo que nos prende a todos a um atavismo que nos sufoca.

Oxalá possais vê-lo como eu o senti!!!



domingo, dezembro 19, 2010

Hoje é Domingo, o 4.º do Advento

Nesta altura, especialmente nesta época, a mensagem do Natal tem mais actualidade.

"Aos homens perdidos, Deus oferece a sua presença. O Povo de Deus estava perdido, esperava o Messias prometido pelos Profetas e não O via chegar. Maria e José estavam perdidos, porque não havia lugar para eles. Os pastores estavam perdidos, eram excluídos em toda a parte. Os Magos estavam perdidos, não sabiam onde devia nascer o Messias. E eis que Deus oferece a sua presença: Ele é o Emanuel, Deus connosco! Depois do Natal, ninguém está totalmente perdido. A solidão total não existe mais. Deus está sempre presente. Mas é necessário que os seus mediadores manifestem esta presença. Se estamos perdidos, estendamos a mão para conseguirmos agarrar outra. Se encontrarmos um irmão perdido, estendamos a mão para que Natal seja verdadeiramente Natal para ele e ele saiba que Deus está bem presente entre os seus".

O Natal veio ter connosco!

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Recomeçar


Portugal foi confiscado por uma casta política que tendo assentado arraiais na capital, ignora e espezinha as populações do país.
Os mandantes deste sistema degradaram a democracia, aviltaram os mais elementares valores éticos e morais e foram construindo ao longo de quase 40 anos uma teia de conivências, de favores e de coutadas de influência em que medra uma corrupção endémica que se vai alastrando como uma mancha de óleo ao conjunto do tecido social e económico, para desespero e frustração dos que trabalham honestamente e lutam por progresso e pelo desenvolvimento.
Os novos devoristas vingam à sombra de uma Constituição moribunda, qual mancha de retalhos proclamatórios de promessas e garantias que, desmentidas dia-a-dia, são afinal um mero alibi a encobrir uma farsa.

Portugal foi agrilhoado por vendedores de amanhãs solarengos, incapazes de nos explicarem porque é que em vez dos anunciados horizontes radiosos nos deixam afinal madrugadas sinistras de dívidas, de desemprego, de pobreza, de miséria, de atraso, de incultura e de estupidez. A soberania de um povo digno, rico de valores e de esperanças, foi sendo salamizada no altar de tratados internacionais ditos valorosos, que afinal nos levaram as nossas frotas, secaram os nossos frutos, diminuiram as nossas capacidades, desertificaram as nossas vilas, esvaziaram as nossas arcas e nos humilham pela vergonha do juro alto e dos diktats externos.

O Portugal uno a que esses aproveitadores se referem é um Portugal dividido, separado e enfraquecido por ter de alimentar uma cabeça desmesurada, egoísta e tonta, que se veste de lantejoulas à custa dos nortenhos, dos algarvios, dos alentejanos e dos beirões. Para unir de verdade Portugal, para reinventar um país coeso e solidário nos factos e no concreto é necessário romper essas amarras que nos tolhem a liberdade e afirmar sem falsos pudores mas com a máxima determinação os interesses de cada região, o seu projecto e um seu governo.

Concerto na Ajuda


Já há debates.
Pois ainda não vi nenhum e, sinceramente, acho que não vou ver os que faltam.
Falta-me a paciência e como ainda não descobri em que botequim se compra uma recarga (será numa retrosaria?), prefiro fazer palavras cruzadas. Por falar nisso, encalhei ontem numa horizontal em que me pediam “ave semelhante à avestruz”: estive para pôr o meu nome mas não encaixava naquelas três casotas.

Ainda não percebi bem qual é o nosso regime constitucional. Ouço uns explicarem que é parlamentar e logo outros me afiançam que é semi-presidencialista. Organizar-se um voto directo e universal para um cargo cujo titular nos vem periodicamente dizer que não pode fazer nada, que não tem poderes, e que isto e aquilo, embora e apesar, desculpem lá mas não atino.

Debatam à vontade. Sim, porque há gente a passar fome, há viúvas, há desemprego e a coisa está negra. Sempre entretem alguns ou pelo menos distrai. Mas já lhes conheço o circo e sei de fonte certa que o leão está doente, o tigre não tem dentes,o trapezista tem sempre uma rede e já nem os palhaços me assustam. É tudo emoção de fancaria e para espectáculos pindéricos já dei.

Mas que raio de ave, não sendo uma avestruz, lhe é parecida?

Uma Guia para ir às compras


Quer comprar um livro infantil, um catálogo do Sporting ou do FCP, um peluche, um puzzle ou lápis de côr? Vá a um balcão dos CTTs.

Quer comprar um perfume, um after-shave ou um sabonete para peles rugosas, ou precisa de uns drops açucarados? Vá a uma farmácia.

Quer comprar uma caixa de aspirinas, água oxigenada ou compressas anti-inflamatórias?
Vá ao Pingo Doce.

Tenho de comprar uma chave de parafusos. Não sei se vá a uma lavandaria ou a um ervanário.

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Flexibilização da legislação laboral

Porque será que, cá na terrinha, sempre que este tema é mencionado a discussão se subsume a matérias de despedimento?

....e aconteceu........



Carlos Pinto Coelho apresentou durante 9 anos o melhor programa de cultura da televisão portuguesa.
Pinto Coelho foi jornalista e tinha uma enorme amor pela fotografia.
Aqui fica a minha homenagem com esta magnifica fotografia da sua autoria.
Morreu um homem de cultura e a quem a cultura tanto deve.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Mais 50 medidas-passos

E a água fica verde


E lá sai mais um arquivamento para o porreiraço do canto.
Já havia arquivado a queixa contra a barragem do Baixo Sabor. Desta vez a Comissão Europeia arquiva a queixa contra o plano das dez barragens, apesar das reservas que os próprios serviços nutriam a propósito daquele plano de destruição dos nossos vales e da nossa biodiversidade.
Os amigos são para as ocasiões e há dívidas de gratidão que se pagam ‘cash’. O resto serve apenas para enganar o pagode.

GOA


"O texto só surpreende quem nunca foi a Goa".

terça-feira, dezembro 14, 2010

Silvio Berlusconi

E a Itália não muda de vida!

É verdade que dificilmente quem está dentro do castelo sai.

Mas também é verdade que o cerco foi montado com muito empenho e vontade.

Sucede que, pelos vistos em Itália, na hora devida, mais ninguém parece mesmo querer assumir, em tempos duros, as responsabilidades da governação.

E por cá, quando a tempestade chegar, afastadas as inibições constitucionais, direita e esquerda vão aceitar, imediatamente, poder ficar com a responsabilidade de assumir o leme?

Em Portugal vamos ou não, finalmente, mudar de vida?

LEAK A LEAK

Neste momento, a conclusão que tiro da trapalhada da revelação dos telegramas diplomáticos é que quem vai sair mal da confusão não são sobretudo os Estados Unidos mas o resto do mundo.
Claro que a capacidade de guardar segredos é fundamental nas relações diplomáticas (tal como nas relações pessoais), pelo que o sucedido prejudicará imenso nos tempos próximos o relacionamento dos Estados Unidos com outros países, que tão cedo não lhes revelarão nada que mereça reserva.
Todavia, a revelação, ao contrário do que alguns pensam, irá reduzir a transparência e a franqueza das relações entre as nações e esse facto, que não diz somente respeito aos Estados Unidos, irá ter consequências gravosas para todos.
Para além disso, a verdade é que não se encontra quase nada nos telegramas em abono da imagem conspirativa e imperialista que muito boa gente atribui aos americanos, bem antes pelo contrário. A avaliar pelos ditos telegramas, nunca deve ter existido na história uma potência imperial tão benevolente como esta. Se é assim que são os americanos enquanto superpotência, irão deixar muitas saudades quando forem substituídos pelos chineses.

Ainda faltam 744 telegramas sobre Portugal. Venham eles



Esta história do WikiLeaks vai acompanhar-nos ainda durante algum tempo. Acho optimo. Quero lá saber das ‘alegadas ilegalidades’ que certos dizem ferir a publicitação daquelas informações. E ainda não me dei conta de que ninguém ficasse em perigo de vida por causa das ditas. Em perigo de credibilidade, sim. E se isso servir para percebermos melhor que mundo é este e como funcionam os seus mandantes, valha-nos isso. Às vezes escreve-se direito por linhas tortas, ou não é assim? Claro que o Luis “acarinhado” há-de pensar outra coisa, mas ele que não se inquiete pois a D. Cândida está lá a cuidar da horta.

NATAL...PARA LER, REFLECTIR E FAZER

segunda-feira, dezembro 13, 2010

PELOS VISTOS TODOS SABIAM DOS VOOS DA CIA...

Leia-se na o El Pais que de acordo com o wikileaks Socrates, Cavaco e Amado...todos eles tenhem conhecimento das aterragens dos voos da CIA na base dos Açores.

"La Embajada de EE UU describe a Sócrates como un político "carismático", un "eficaz pragmatista" y un líder "tozudo", que se "resiste a tomar medidas que parezcan una cesión a la presión de la opinión pública". Los diplomáticos agradecen a Sócrates haber "permitido a EE UU usar la base de Lajes en las Azores para repatriar a detenidos de Guantánamo", "una decisión difícil que nunca se hizo pública", señala un despacho de septiembre de 2007.

Cavaco Silva se muestra también colaborador en este asunto y, en 2008, señala los problemas sufridos por el Gobierno por el revuelo internacional sobre los vuelos secretos. Pero el presidente tranquiliza a sus interlocutores estadounidenses, entre otras cosas señalando que Portugal tiene "una prensa muy suave".

Pero es con el ministro de Exteriores, Luis Amado, con quien los estadounidenses tienen la mejor relación. "Amado ha sido un gran amigo de EEUU, tanto en su anterior cargo de ministro de Defensa como en el actual. Es equilibrado, reflexivo y busca siempre oportunidades para coordinarse políticamente con EE UU. Si hay discrepancias, prefiere discutirlas discretamente", señala un cable de septiembre de 2009. Es a Amado a quien, en especial, Washington agradece haber tomado la iniciativa en Europa para arrastrar otros países a ayudar a EE UU con el cierre de Guantánamo acogiendo a presos.

domingo, dezembro 12, 2010

Hoje é Domingo

O atentado na Suécia é, para mim, a mais triste notícia deste período do advento!

A violência por motivos religiosos é incompreensível, mas há que saber, neste sec. XXI, lidar com as suas causas para a eliminar.

É necessário que as pessoas se liguem umas às outras. Que verdadeiramente integrem e sejam integradas. A solução tem que passar pelo diálogo. Não basta ouvir do Governo Sueco que o país é uma democracia aberta onde todos se podem apresentar com as suas ideias e viver em conjunto.

Quanto maior for o nosso compromisso no diálogo inter-religioso, tanto mais completos serão o nosso respeito e a nossa confiança, levando-nos a desenvolver a cooperação e a acção comuns.

Quem o referiu foi O Papa João Paulo II, durante a sua primeira visita à Índia ao dizer: «O diálogo entre os membros de diferentes religiões salienta e aprofunda o respeito recíproco e abre o caminho para relacionamentos que são fundamentais na busca da solução para o problema do sofrimento humano» (Discurso aos Representantes das Religiões não cristãs, Madras — Chennai, 5 de Fevereiro de 1986).

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Uma sonora gargalhada

Manuel Alegre parece andar a fazer de propósito para perder. Não sei bem se aquilo que o move é mesmo a vitória de Cavaco ou se tem medo que exista uma segunda volta mas não seja ele o adversário do actual presidente mas sim o seu novo ódio de estimação o santo Nobre. Cá para mim Cavaco vai dar um banho tãao grande que até vai parecer um tsunami. Não que me alegre com isso.....

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Vómito da semana


Ler que Rui Pedro Soares em parceria com Emídio Rangel prepara o lançamento de um jornal semanal só pode provocar nauseas e vómitos. Esse "boy" não poderia fazer um perído de nojo, bem longo, e fazer com que nos esqueçamos dele e do que ele representa? Claro que não, olha que dupla.

porque hoje é quarta e amanha quinta

No, no, no, no.....


Naquela série televisiva da BBC que se chamava “The Vicar”, sobre as peripécias de uma mulher-padre numa vilória qualquer (Dibley?), havia um personagem (o grunho da gravata vermelha, na segunda linha da foto)que a cada pergunta nas reuniões da fabriqueta paroquial respondia automáticamente “No, no, no, no...yes”.

O ‘nosso’ Teixeira segue-lhe o tique; não tarda nada e vamos ouvir-lhe o “yes”.

Ide tapar buracos



A Assembleia Municipal de Lisboa quer uma estátua no Saldanha ao “Senhor do Adeus”, de seu nome João Manuel Serra, recentemente falecido.
Seria um senhor estimável e posso acreditar que para os passantes daquela praça, cansados de um dia de trabalho e irritados nas filas, ao volante, aqueles acenos e aquele sorriso fossem um bálsamo de que sentem falta.

Mas daí a perenizar em granito a figura do Sr. Serra vai uma distância que os eleitos municipais lisboetas fingem ignorar, na sua miopia hipócrita e populista. Qualquer dia veremos as nossas rotundas inundadas de sinaleiros voluntários, como os há em certos cruzamentos, em busca de alguma eternidade de pedra.
E ninguém dá um ‘adeus’ definitivo àqueles municipalistas da capital?

domingo, dezembro 05, 2010

Hoje é Domingo

..."A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos....


...Recebestes de graça, dai de graça".



Evangelho segundo S. Mateus 9,35-38.10,1.6-8.

sábado, dezembro 04, 2010

FCP

Só para lembrar já que parece não ter sido notícia...

O FCP não perde há muitos, muitos meses. Tem jogado bem e ficou em 1.º lugar na fase da competição europeia que até agora disputou.

Porque hoje é Sàbado

Òleo de Eugene Boudin "Rivage de Portrieux (Cotes-du-Nord)" - 1874

sexta-feira, dezembro 03, 2010

UNIÃO IBÉRICA

A candidatura “ibérica” perdeu para a Rússia a organização do Mundial de futebol. Sem prejuízo de achar que vivemos num mundo muito estranho, onde a Rússia e o Qatar organizam mundiais de futebol, ainda bem que os “ibéricos” foram derrotados. Para além de termos sido poupados à campanha de propaganda socrática, podemos continuar a comemorar tranquilamente o 1º de Dezembro.

From Rio de Janeiro with love...



quarta-feira, dezembro 01, 2010

1 de Dezembro de 1640 - Restauração da Independencia

Hoje é feriado por ser o dia da restauração da independencia ocorrida em 1640.
Nestes tempos dificeis muitas são as vozes que desvalorizam a nossa independencia.
O Tratado de Lisboa, a nossa dependencia financeira do exterior e a mais do que provável chegada do FMI, devem convocar-nos para uma reflexção sobre a importância da nossa independencia.
Na realidade, hoje, a nossa independencia é meramente formal e os poucos resquicios de autonomia e independencia são isso mesmo.
Muita gente desvaloriza a importância da nossa independencia ou pela integração europeia ou pelo iberismo. Neste dia 1 de Dezembro, a defesa da nossa candidatura ao mundial passa pela demonstração da vantagem da união ibérica.
A politica de um euro forte prejudica-nos mas é vantajosa para a Alemanha.Bruxelas preocupa-se em satisfazer os interesses da Alemanha, da Inglaterra, da França e deixa-nos cair sem apelo nem agravo.
Se fossemos independentes teriamos instrumentos para combater a situação do défice público.
A história ensina-nos que ninguém trata melhor de nós do que nós próprios.
Não sejamos inocentes!!! A bem da Nação...

«Os conspiradores decidiram restaurar a linha legítima da sucessão do trono, que entendiam ter sido preterida em 1580 com a sucessão de Filipe II, visto que de direito a coroa pertencia a D. Catarina, duquesa de Bragança. Tratava-se apenas de dar o seu a seu dono; ora o herdeiro de D. Catarina era o neto dela, D. João, duque de Bragança. O duque vivia em Vila Viçosa, aparentemente afastado da vida política de Lisboa, e era considerado em Madrid como pessoa de confiança. Pouco antes da revolução, tinha sido nomeado governador militar do País. Convidado para a chefia da revolução, hesitou. Os conjurados colocaram-no perante a alternativa: ou a conservação da monarquia com ele, ou uma república de nobres. Acedeu por fim.

A revolta assumiu a forma de uma operação de surpresa sobre o palácio real. Em 1 de Dezembro de 1640, entraram de súbito no paço quarenta fidalgos, forçando as guardas, e procuraram o Secretário de Estado Miguel de Vasconcelos, cuja morte tinha sido previamente decidida. Abateram-no e forçaram a duquesa de Mântua, prima do rei de Espanha e vice-rainha, a escrever ordens para que as guarnições castelhanas do Castelo de S. Jorge e das fortalezas do Tejo se rendessem sem resistência. Só depois de concluído o golpe foi pedida a intervenção do povo. "Às dez horas do dia - havendo uma que o caso acontecera - andavam as mulheres apregoando peixe pelas ruas, fruta e mais coisas de venda, e nas praças e ribeiras [estavam] as padeiras e tendeiras com aquela paz e repouso que pudera haver se o negócio fora uma coisa de pouco mais ou menos...", diz um memorialista que tomara parte no assalto ao terreiro do paço. Todo o País aderiu à revolução, mal teve notícia dela. Algumas centenas de estudantes portugueses da Universidade de Salamanca voltaram para Portugal, para se alistarem nas fileiras. Mas dos numerosos nobres que se encontravam na corte de Madrid, quase todos ficaram ao serviço de Filipe IV.

A aclamação de D. João IV fez-se quinze dias depois da revolução. Houve o cuidado de, na cerimónia, seguir sem qualquer alteração as praxes tradicionais. O rei apressou-se depois a confirmar toda a legislação em vigor e manteve nos seus cargos todos os funcionários da administração filipina. (...)

Logo após a aclamação, foram convocadas cortes, também segundo a forma tradicional. Aí se tomaram as providências para fazer face à guerra, que todos consideravam inevitável.»