sexta-feira, dezembro 17, 2010

Recomeçar


Portugal foi confiscado por uma casta política que tendo assentado arraiais na capital, ignora e espezinha as populações do país.
Os mandantes deste sistema degradaram a democracia, aviltaram os mais elementares valores éticos e morais e foram construindo ao longo de quase 40 anos uma teia de conivências, de favores e de coutadas de influência em que medra uma corrupção endémica que se vai alastrando como uma mancha de óleo ao conjunto do tecido social e económico, para desespero e frustração dos que trabalham honestamente e lutam por progresso e pelo desenvolvimento.
Os novos devoristas vingam à sombra de uma Constituição moribunda, qual mancha de retalhos proclamatórios de promessas e garantias que, desmentidas dia-a-dia, são afinal um mero alibi a encobrir uma farsa.

Portugal foi agrilhoado por vendedores de amanhãs solarengos, incapazes de nos explicarem porque é que em vez dos anunciados horizontes radiosos nos deixam afinal madrugadas sinistras de dívidas, de desemprego, de pobreza, de miséria, de atraso, de incultura e de estupidez. A soberania de um povo digno, rico de valores e de esperanças, foi sendo salamizada no altar de tratados internacionais ditos valorosos, que afinal nos levaram as nossas frotas, secaram os nossos frutos, diminuiram as nossas capacidades, desertificaram as nossas vilas, esvaziaram as nossas arcas e nos humilham pela vergonha do juro alto e dos diktats externos.

O Portugal uno a que esses aproveitadores se referem é um Portugal dividido, separado e enfraquecido por ter de alimentar uma cabeça desmesurada, egoísta e tonta, que se veste de lantejoulas à custa dos nortenhos, dos algarvios, dos alentejanos e dos beirões. Para unir de verdade Portugal, para reinventar um país coeso e solidário nos factos e no concreto é necessário romper essas amarras que nos tolhem a liberdade e afirmar sem falsos pudores mas com a máxima determinação os interesses de cada região, o seu projecto e um seu governo.

2 comentários:

  1. O problema é precisamente dos nortenhos, dos algarvios, dos alentejanos e dos beirões... pois 90-95% dos deputados que estão na Assembleia da República são naturais das "famosas" regiões fora da Grande Lisboa! E são estes que fazem as leis!!!
    E assim se apanha mais um demagogo LOL

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  2. é necessário romper essas amarras que nos tolhem a liberdade

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