O presidente da Comissão Europeia decidiu abotoar
o casaco e meter medo aos suíços: suspende-se o programa Erasmus!
O mesmo presidente fez no Domingo declarações
sobre o próximo referendo escocês prevenindo-os de que será praticamente impossível
que a Escócia adira à União Europeia caso o voto independentista ganhe esse
referendo. Há tempos declarára algo de semelhante para assustar os catalães.
Esta política do “mete medo” esconde afinal
uma fragilidade patética. Esta Europa do bullying político desacredita-se e afunda-se.
Não é por acaso, para além da sua diplomática grosseria, que uma embaixadora americana confidencia
“Fuck the EU”. Por muito que o Berlaymont esbraceje, os ingleses encolhem os ombros
e decidem o que lhes dá na gana quanto ao acesso dos emigrantes à segurança social.
Os auxílios de Estado à indústria e aos bancos alemães prosperam sem que ‘Bruxelas’
mexa uma palha e os milhos geneticamente manipulados instalam-se com o faz de conta
de uma Comissão ajoelhada.
Neste deserto de projecto e de propósitos, a Comissão
usa o farisaico sermão da pretensa luta contra os egoísmos e aponta o dedo aos Estados-membros,
duma forma abstracta, para sacudir o pó dos sapatos e entreter os media. Esta Europa
está morta!
Alguns vão aplicar-lhe em Maio, nas eleições para
o Parlamento Europeu, um boca-a-boca para ver se o coração volta a pulsar, só que
já lá não está um corpo mas um daqueles bonecos de plástico com que os bombeiros
treinam os noviços. E quanto mais alinharmos nesta mascarada, maior margem concedemos
a uma extrema-direita que sabe que a natureza tem horror do vácuo e que quem se
perde no mar, perde o lugar.
Que legado, Sr. Barroso!
Pela boca morre o cherne.
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