terça-feira, fevereiro 18, 2014

A politica do mete medo


O presidente da Comissão Europeia decidiu abotoar o casaco e meter medo aos suíços: suspende-se o programa Erasmus!

O mesmo presidente fez no Domingo declarações sobre o próximo referendo escocês prevenindo-os de que será praticamente impossível que a Escócia adira à União Europeia caso o voto independentista ganhe esse referendo. Há tempos declarára algo de semelhante para assustar os catalães.

Esta política do “mete medo” esconde afinal uma fragilidade patética. Esta Europa do bullying político desacredita-se e afunda-se. Não é por acaso, para além da sua diplomática grosseria, que uma embaixadora americana confidencia “Fuck the EU”. Por muito que o Berlaymont esbraceje, os ingleses encolhem os ombros e decidem o que lhes dá na gana quanto ao acesso dos emigrantes à segurança social. Os auxílios de Estado à indústria e aos bancos alemães prosperam sem que ‘Bruxelas’ mexa uma palha e os milhos geneticamente manipulados instalam-se com o faz de conta de uma Comissão ajoelhada.

Neste deserto de projecto e de propósitos, a Comissão usa o farisaico sermão da pretensa luta contra os egoísmos e aponta o dedo aos Estados-membros, duma forma abstracta, para sacudir o pó dos sapatos e entreter os media. Esta Europa está morta!

Alguns vão aplicar-lhe em Maio, nas eleições para o Parlamento Europeu, um boca-a-boca para ver se o coração volta a pulsar, só que já lá não está um corpo mas um daqueles bonecos de plástico com que os bombeiros treinam os noviços. E quanto mais alinharmos nesta mascarada, maior margem concedemos a uma extrema-direita que sabe que a natureza tem horror do vácuo e que quem se perde no mar, perde o lugar.

Que legado, Sr. Barroso!

1 comentário: