sábado, janeiro 10, 2015

O fim do malfadado jacobinismo?


Por motivos óbvios, tenho reforçado a minha atenção à opinião que se tem publicado estes dias na Europa. É muito interessante ver que, depois da cruzada jacobina iniciada nos idos de 1789, e que a esquerda sua herdeira tem levado a cabo desde então com assinalável sucesso, se começa a falar do regresso imprescindível e urgente à matriz cristã da Europa. Foram anos e anos de luta tenaz e persistente que a esquerda jacobina empreendeu para subverter a familia tradicional, impor o relativismo ético, acabar com a sólida solidariedade cristã, dinamitar os alicerces do estável mundo ocidental que conheciamos.
Joseph Weiler e Roger Scruton andaram quase solitários a pregar no deserto durante anos. Curiosamente, nos últimos dois dias ganharam uma legião de seguidores, confessos ou não.
Não é muito dificil aceitar que uma Europa assumidamente ligada à sua matriz cristã, elemento fundador e agregador, cumprindo a sua vocação de tolerância, abertura, pluralidade e acolhimento, mas com uma identidade própria identificável e reconhecível, estaria muito mais capacitada para se posicionar e fazer respeitar no mundo confuso dos nossos dias.

2 comentários:

  1. Julgo imprescindível para a boa convivência e tolerância que sejam respeitadas todas as crenças religiosas e que faz parte da matriz democrática assegurar a liberdade de opinião. Mas pretender associar os direitos fundamentais a uma qualquer matriz de carácter confessional é a meu ver um erro crasso que só pode dar origem a crispações e reservas. O discurso que pretende caracterizar a Europa como uma civilização cristã e por isso e além disso atribuir-lhe uma superioridade moral é um retrocesso intelectual e moral que só pode dar origem a crispações e exclusões. Há de facto muita confusão nalgumas cabeças e talvez também uma grassa ignorância do que foi a história critã europeia, tanto na Europa como fora dela.

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  2. Concordo plenamente com o douro. Não vamos trazer a religião para a Europa, já ultrapassamos isso há muitos anos. Deixemos isso pros talibans e fundamentalistas hindus etc

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