segunda-feira, abril 08, 2013

Um fim-de-semana alucinante

Os nossos órgãos de soberania viveram um fim-de-semana cheio de emoções. Com directos nas tv’s para emoção também do pessoal.

Sexta tivemos o anúncio do TC (às 21h00, casualmente, pois que o TC não é influenciável), seguido de patéticas declarações do seu presidente e de um duro comunicado do PSD.

Ouvidas as conclusões do TC, decidi não perder um segundo sequer com a leitura da sua decisão. Já tinha lido o do ano passado e chegou para perceber que o problema não estava na constituição, mas tão só na cabeça dos julgadores (todos eles funcionários públicos) do TC. Não me surpreendeu, pois, que tivessem mantido a anterior orientação.

Sábado foi dia de concelho de ministros, com comunicado a discordar com dureza da decisão do TC e a anunciar a ida do PM ao PR (ainda receei que lhe fosse apresentar a demissão, mas quando vi que ia acompanhado do Gaspar, sosseguei), seguido de comunicado de apoio do PR e anúncio de comunicação do PM para as 18h30 do dia seguinte.

Domingo, exactamente às 18h30, disse então o PM que, embora os ecos das inconstitucionalidades apontassem para compensar os cortes (temporários) pela (igualitária) via fiscal, a economia não aguentava mais impostos, pelo que continuaria ao leme mas alivaria a carga do navio para que este fosse capaz de atravessar a tormenta até chegar a bom porto.

É caso para dizer que há males que vêm por bem…

A ver vamos se o saberão fazer. E se terão força para o fazer.

3 comentários:

  1. Bento Norte9:58 da manhã

    Para Segunda ficou o trágico ponto de rebuçado. Como é que aquela criatura tem a ousadia de debitar (será eco?) uma gigantesca vaga de lugares comuns até à exaustão? “Acabar com a austeridade” é a palavra passe a que continua a faltar sem um corar de vergonha a senha cunhada que nos diga como é que isso se faz. Definitivamente, o homem que não pegou a reboque também não vai lá ao empurrão. O País poderá um dia destes acolher um líder de plástico contrafeito em vão de escada? Seguramente não tem crédito na banca, rota ou inteira. Não tarda estamos a comer constituições ao pequeno almoço e sobras no dia seguinte.

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  2. Para me tranquilizar, nestes tempos tão traumáticos, nada como verificar que há coisas que nunca mudam.
    É apenas por isso (e, concedo, para ler os esporádicos escritos inteligentes do "douro") que eu ainda me dou ao trabalho de vir a este blog e a ler as alarvidades escritas pela maioria dos seus escribas.
    Obrigado e continuem assim, pois, desde que deixei definitivamente de ter estômago para ir ao vomitório "blasfémias", só me resta mesmo o "nortadas" para me consolar com a constatação que ainda há muitos, muito mais burros que eu (e é difícil).
    Bem hajam.
    AM

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  3. Bento Norte3:53 da tarde

    Por fala em asnos:

    Merco besta corrida por meio saldo de mula manca
    A arrastar o estribo albarda caída de cilha folgada
    Ossada bicuda a furar a pele traseira toda empenada
    Cabresto aos nós corda roída que os abanos desanca


    Moscas no lombo prontas ao ninho atrás das orelhas
    Aos solavancos soltando sonoros imundos a cada patada
    Cascos moídos feitos em farelo sem cangalha amarrada
    Lá vai ruminando a palha curtida de gastas gorpelhas.


    Pelo sumido ensebado basta ajeitar-lhe os sarilhos
    Rebarbar-lhe os cascos para lhe calçar uns meotes
    Que de crinas assoveladas ensaia logo uns pinotes
    No arrasto do chocalho o estafermo foge aos trilhos


    Dente arreganhado cor de feno cata-vento no roncar
    O fedor podre que expele de tanta névoa nem cheirá-lo
    Não nos contam os arreios se é burro mula ou cavalo
    Mas tem qualquer ferradura pronto coice para dar

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