sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Não tenho emenda, fiquei entre o perplexo e o incrédulo com a notícia de uma carta de apoio ao povo grego assinada por Mário Soares e Almeida Santos. Eu sei, eu sei. Já não me devia surpreender.

O povo grego que estes senhores apoiam, é o povo dos telejornais, o povo da revolta; não me parece que seja o povo grego que compreende o beco sem saida onde chegou, que condena o cenário de guerra das ruas de Atenas, que aspira a um futuro com honra para o Estado.

Estes senhores estão solidários com povo grego que não aceita descer para um salário mínimo 50% superior ao português, que se recusa a perder regalias sociais extravagantes, que defende abertamente que devem ser os outros a pagar os desmandos do seu modo de vida, um povo que acredita que a melhor via é não honrar os compromissos dos estado, por fim, um povo que participa, ou vê com complacência, a violência nas ruas, as pilhagens, o caos.

A idade pode explicar muita coisa, mas a dois homens que já ocuparam os dois mais altos cargos da hierarquia do Estado, podemos e devemos exigir um módico de recato que não nos envergonhe, já nem peço bom senso e respeito pelos portugueses.

1 comentário:

  1. E EU GREGO
    Todos os dias nos chegam imagens e notícias de PORTUGAL E DO POVO PORTUGUÊS em luta contra o cortejo de sacrifícios que lhe tem sido imposto. É clara, NESTE PAÍS, a crescente fractura entre os cidadãos e o poder político, em torno da invocada necessidade de cada vez maiores sacrifícios para que a dívida seja paga e o défice orçamental reduzido. Acentuam-se a tensão e a violência, tornando ainda mais difícil o diálogo indispensável à procura de soluções mais justas e partilhadas para a situação existente.
    Avolumam-se o isolamento e a discriminação DE PORTUGAL, fortemente acentuados pelo discurso dominante dos principais dirigentes europeus e da comunicação social.
    A preocupação doméstica em sublinhar que “não somos OUTROS” é, no mínimo, chocante no seio da União Europeia, onde mais se esperaria compreensão e solidariedade e, sobretudo, desajustada quando se sabe que a crise não é só PORTUGUESA mas europeia.
    Face à agudização das tensões políticas e sociais EM PORTUGAL, os signatários apelam à solidariedade com o povo PORTUGUÊS e à criação de condições que permitam respostas democráticas e consistentes de uma Europa solidária aos problemas sociais e aos direitos das pessoas.
    NOTA ADICIONAL: Bastou mudar onde agora estão maiusculas, encontrando-se também aberta esta subscrição ás carpidaeiras do original grego, não se garantindo contudo que não haja entre eles quem tenha sido responsável pela desgraça a que Portugal chegou.

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