terça-feira, janeiro 24, 2012

Cavaco

Acabado de ler este post do meu amigo Alberto Lima, fiquei com vontade de vir dar umas tecladas sobre este assunto. Cavaco errou. Agora e no passado. Não será por acaso que nunca teve o meu voto. Mas o que aqui me custa é ver os seus amigos em silêncio  (não os que estão a contas com a justiça) e ele ter que enfrentar a opinião pública sózinho. Mas creio que também eles já se cansaram de tanta oportunidade para estar calado que foi desaproveitada.  Pode ser que fique de emenda.

Só que convém perceber o que está por detrás destas declarações do presidente da República. Cavaco sempre se opôs à politica do governo de cortar a função pública e não os privados. e já por mais do que uma vez que deu sinais contrários em relação à politica de restrição orçamental que o governo tem protagonizado.

veja-se por exemplo a última mensagem da página do facebook e que data do dia 14 de janeiro.

São muitos os funcionários ou agentes do Estado que se têm dirigido à Presidência da República, expondo as suas incompreensões e incertezas. Apesar de todas as dificuldades, em relação a algumas das quais já tive ocasião de me expressar publicamente, estou certo de que todos têm plena consciência da importância das suas funções de serviço público, que devem ser dignificadas e prestigiadas. O País muito lhes deve. Estou firmemente convicto de que, neste ano de 2012, irão fazer prova de ânimo redobrado para, com menos, fazerem mais e melhor e contribuírem para manter viva a esperança do futuro.


E deve ter pensado que a ocasião era oportuna para mais uma alfinetada. Só que não lhe saiu a preceito.

Mas daí a esta onda moralista que inundou a internet vai uma grande distância. Pena é que no tempo de Jorge Sampaio não houvesse esta vontade férrea de despedir presidentes.

4 comentários:

  1. Tanta energia desperdiçada com uma mal amanhada tirada presidencial a atirar para o cómico/ridículo. O que mais espanta neste episódio é como uma pessoa com alta experiência pessoal e pública se deixa enredar numa teia de desnecessário embaraço por atabalhoamento de ideias e ausência de lucidez expedita. Em estado de euforia, sem autêntico sentido de humor fabricamos piadas e fazemos anedotas e no capítulo físico sendo tesos, quanto a valentia vamo-nos contentando com os brandos costumes esbracejando sem qualquer avaliação racional de acções e efeitos. Consentindo com perfeito à-vontade o crime e a desonestidade, misturamos facilmente heroísmo com cobardia, sendo capazes de diante do pior drama fazer pilhéria. Entretanto murchará esta onda quixotesca contra moinhos de vento, como murcho se finou algo de importância vital para um regime democrático escorreito. Para quando acções fundamentais de cidadania, como por exemplo a exigência efectiva de uma nova lei eleitoral para a AR, Autarquias e Presidência, que liberte a democracia do espaço e tempo confinados onde encolhida gravita?

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  2. Querer estabelecer qualquer tipo de comparação entre Jorge Sampaio e Cavaco Silva é risível pois que o Silva já demonstrou amplamente (muito antes desta "boutade") que nem para carregar a pasta de Sampaio teria qualificações suficientes.
    Esta atitude de tentar defender o senhor, mantendo ao mesmo tempo uma distância aparente, e querer fazer crer que quem aprova as medidas ilegais e inconstitucionais deste governo miserável está a fazer-lhe frente, é apenas ridículo.

    AM

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    1. Só para carregar relógios e canetas nos alforges de Sampaio um turno de estivadores não teria mãos a medir. Para o tacho de Guimarães podem aproveitar o comboio dos torresmos que o homem sai sempre bem aviado em tudo onde mete o nariz, não só no País. Já para não falar da família, que de alto a baixo parece estar toda bem encaixada a reboque da pairante figura que vai deixando deixa rasto com o rabo de fora. Até o diabo diria: Comparar não será o melhor remédio, que a moeda falsa ficaria sem valor facial em relação a qualquer má moeda.

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