Há dias, o Pedro Norton lembrava na Visão que os actuais líderes europeus não têm memória da guerra. Essa reflexão é importante, assim como é importante lembrar que a Europa é um projecto de Paz. Tudo nasceu com a colocação em comum dos elementos da guerra (o carvão, o aço e a energia atómica), e com a visão pacifista de grandes líderes europeus do pós-guerra.
O fim da Europa enquanto projecto económico tem evidentemente efeitos nocivos. Pode significar um retrocesso económico de 2 ou 3 décadas (quem sabe ao certo?). Mas se tudo ficar por aí, menos mal. O que causa angústia é que sem este projecto comum a Europa poderá cair novamente (como sempre aconteceu na História) em conflitos bélicos internos que são agora, para a nossa geração, inimagináveis. Nesse caso, a perda de capital físico e de vidas humanas terá proporções e efeitos impensáveis.
Parece a um leigo como eu que estamos perante um problema monetário. É preciso dar os passos na resolução desse problema. Uma reserva europeia, um orçamento comum, a unidade das práticas fiscais e laborais. No fundo, o aprofundamento político, económico e monetário. Ou isso ou muito provavelmente o fim da Paz.
Há um vício comum em que caem todos os europeístas. Acreditarem que existe alguma Europa. Suponhamos que os cidadãos da Guiné-Bissau, face ao falhanço do seu Estado, queriam agora que os portugueses pagassem mais um imposto para lhes proporcionar um nível de vida idêntico ao nosso. Quem em Portugal votaria a favor desta proposta? E mudaria o resultado se se invocasse a lusofonia»
ResponderEliminarO problema é este. Também não basta invocar a «europeidade» para convencer os alemães, os dnamarqueses e os finlandeses a sustentarem-nos.
É que há uma realidade que os europeístas ainda não perceberam: a Alemanha é mais forte sem a Grécia e Portugal atrelados a si.