quarta-feira, julho 20, 2011

Armas a dar c’um pau

Por opção nunca tive arma de defesa, pois sei que não teria a coragem suficiente para premir o gatilho, preferindo arriscar-me a levar duas bofetadas do que um tiro, caso a exibisse a alguém que também estivesse armado. Aliás, nunca consegui perceber a diferença entre arma de defesa ou de ataque. A mim parecem-me todas iguais.

Mesmo tendo decidido andar desarmado, há alguns anos atrás fui parado ao entrar na sala de embarque do aeroporto, onde me aprenderam uma arma que eu julgava não ter. Tratava-se, imagine-se, da minha pequena e velha tesoura para unhas, que sempre até então viajava comigo, mas entretanto classificada como arma, e logo de ataque. Passada a vergonha, meti-a num envelope onde escrevi o meu nome e pedi ao polícia que me parara para o guardar, que dentro de dias passaria o apanhá-lo. No regresso lá recuperei a dita tesoura e, a partir daí, sempre que viajo só com bagagem de mão, tenho o cuidado de deixar aquela minha potente arma em casa.

Depois da tesourinha foram os frasquinhos que também começaram a ser tratados como armas. Lá tive que comprar espuma de barbear em embalagem mais pequena, pois que a sua classificação como arma dependia de uma qualquer cubicagem. Claro que em casa continuo a ter a de tamanho normal, que sempre dura mais tempo, e quando viajo de carro também, pois que, até ver, os hotéis vão-me aceitando assim ferozmente armado.

No entanto, nunca havia percebido como a espuma de barbear, que me continua a parecer coisa inofensiva, poderia ser usada como arma de ataque.

Até que ontem a vi em acção na audiência ao Sr. Murdoch.

Felizmente só o seu casaco ficou gravemente ferido, pelo que pôde continuar a ser ouvido em mangas de camisa.

1 comentário:

  1. Ás vezes fico ferido por ocasião do uso da espuma de barba. Mas sempre pensei que era da lâmina...
    Um abraço
    JAC

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