Ainda a nuvem
Os últimos dias mostraram bem o estado em que se encontra a Europa.
Não obstante haver um Regulamento que prevê a obrigação de prestação de cuidados a passageiros em terra, sem excepcionar para este efeito os casos de força maior, a Finnair escusou-se imediatamente a prestar qualquer tipo de auxílio aos passageiros em terra. Não prestou sequer qualquer informação e só tive a certeza que eles existiam mesmo quando ontem à tarde me plantei nos escritórios deles à espera de qualquer coisa que pudesse dizer aos meus portugueses.
Passageiro da Finnair em terra não teve direito sequer a uma senha de refeição.
A British, por outro lado, ofereceu a primeira noite de hotel aos passageiros retidos.
O Regulamento é o mesmo e aplica-se em toda a UE mas a Finnair interpretou o artigo 9.º à sua maneira explicando que a obrigação de prestação de cuidados existia apenas quando, havendo uma rota alternativa, o passageiro prefere ficar em terra. WHAT?????
Ora, como a Finnair não tem rotas alternativas nem freta aviões a outras companhias, ao passageiro não resta outra alternativa senão ficar em terra. E não havendo outra alternativa, a Finnair não lhe oferece nem sequer um cafézito. Faz sentido.
No meio de tudo isto, há que tirar o chapéu ao Governo Japonês que se portou acima do que qualquer pessoa esperaria, para desespero dos japoneses que, não compreendendo a noção de solidariedade, não esperaram muito tempo para desancar no PM.
Assim, e desde Segunda-feira, o Governo alugou salas no aeroporto que ficaram transformadas em camaratas para os passageiros em terra, distribuiu água e refeições, sacos cama e cobertores, senhas gratuitas para os chuveiros do aeroporto, acesso à internet, um cartão de telefones e vários computadores espalhados pela zona de descanso dos passageiros.
Também o aeroporto de Narita se uniu a esta causa e organizou excursões gratuitas para distrair os passageiros em espera. De louvar!
Joana
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