Hoje vê-se que de facto a União Europeia está paralisada, tetraplégica, e na iminência de uma trombose fatal. E em grande parte, por causa do Tratado de Lisboa, a maravilha que nos diziam ir abrir-nos horizontes radiosos, mas que afinal trouxe mais trapalhada, mais conflito, mais cacofonia, mais desespero e mais decepção. Seja na política externa, seja na coordenação económica, seja na política monetária, etc. etc.
Aquela senhora a quem deram o penacho da política externa pode ser fraquinha, mas o essencial do problema está no tratado, mãe da barafunda. O caso grego vai ser penoso para os que não querem tirar a venda dos olhos: a Alemanha não quer saber da União e andam todos a distrair o pagode para que Atenas vá ao FMI e não chateie os parceiros, até porque o tratado não ajuda nada, apenas complica.
Entretanto, a Comissão entretem-se a policiar uns PECs, que são umas folhas de papel com os programas nacionais para esmifrar a classe média e safar a banca. Os governos, que já perceberam que tudo isto é uma encenação e um jogo de sombras, imaginam crescimentos irrealistas apesar das medidas depressivas com que engraxam as botas de Bruxelas.
Não sei se os pilotos da TAP vão manter a sua ameaça de greve, o que muito me prejudicaria. Mas sei que no cockpit de Bruxelas já não está ninguém e que o próprio piloto automático está de pilhas rasas. Mas ainda há quem esteja contentinho e não queira vestir nem os coletes nem os paraquedas: deve ser por terem um tratado catita para se assoarem.
Subscrevo tudo, evidentemente. Na Europa, é rara esta lucidez.
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