O Pai
Terra de semente inculta e bravia,
terra onde não há esteiros ou caminhos,
sob o sol minha vida se alonga e estremece.
Pai, nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.
Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.
Depois... Pergunta a Deus porque me deram
o que me deram e porque depois
conheci a solidão do céu e da terra.
Olha, minha juventude foi um puro
botão que ficou por rebentar e perde
a sua doçura de seiva e de sangue.
O sol que cai e cai eternamente
cansou-se de a beijar... E o outono.
Pai, nada podem teus olhos doces.
Escutarei de noite as tuas palavras:
... menino, meu menino...
E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.
Pablo Neruda
Lindíssimo Zé, bonita homenagem aos pais.
ResponderEliminarDeixo-te esta história que uma amiga me contou recentemente.
«Aqui há uns tempos, um amigo meu, andou a fazer um trabalho religioso e escrito, e precisou fazer alguma pesquisa. Então andou a perguntar a amigos e na rua também, sobre quem era Deus. Muita resposta filosófica recebeu...
Depois alegrou-se quando uma criança lhe respondeu prontamente:
- Deus...? Ora, Deus é meu Pai!!
Ele gravou as conversas e depois apagou muitas e esta deu-me a ouvir.
Ele ainda testou o miúdo e perguntou-lhe: E então quem é o teu pai - tu não tens pai? Mas a criança não se ficou e disse que sim, que tinha, mas que esse também era filho do Pai.
É claro que houve risota aí e sai nova pergunta: "Espera aí, então tu és irmão do teu pai?"
- Ah, pois sou! E você também é porque Jesus é nosso irmão, não sabia?!»
Um abraço muito amigo do teu
tio joaquim
Obrigado Tio.
ResponderEliminar