terça-feira, maio 19, 2009

Berlaymont a arder

Em rigor, a notícia não é de hoje.

Apesar dos grandes ideais em que assentaram as Comunidades Europeias, a União de hoje está a ser construída nas costas dos europeus. E, claro, nas nossas também. Que nós, os portugueses, também somos europeus.

Claro que deveria ter havido referendo ao Tratado de Lisboa. Mas não pelo argumento (formal) de que havia essa promessa. A verdadeira razão é que a União necessita dessa legitimação, e foi-nos roubada essa oportunidade por estes oportunistas.

Berlaymont está a arder porque se sente falta de democracia.

Mas também se sente ainda muita falta de transparência, muito peso burocrático. Muita necessidade de equilíbrar interesses. Estas nuvens negras sobre a sede da Comissão só desaparecerão com incremento de políticas de transparência. E vai demorar anos.

A Europa é também um continente envelhecido. E esse é um fogo que nos vai consumindo lentamente, sem que demos conta. Aparentemente não há políticas de urgência no combate a este fogo.

1 comentário:

  1. Inteiramente de acordo,JAC. A União tem um virus severo de falta de transparência, que cobre com um manto de iluminismo "esclarecido". Passo a passo vem perdendo em democraticidade e aumentando a sua distância em relação aos cidadãos concretos. E depois dizem que somos nòs que resmungamos, nòs uns "elitistas" amuados que estariamos a ceder à moda de atacar a União. Discutam com os cidadãos, referendem a proposta, ouçam os argumentos em vez de virem com argumentos 'terroristas'de que quem não os segue são uns estùpidos perigosos.

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