Continua-se a dizer por aí, porque a comunicação social o repete até à exaustão, que a Sra. Merkel é a mãe de todos os males que afectam a zona €uro, neste se incluindo as nossas maleitas internas.
Até Cavaco o tem afirmado, no que logo é secundado pelo seu habitual porta-voz, o supercomentadordesportivo Marcelo, que ainda o amplia, clamando que a Europa só sairá da crise quando se vir libertada desta sinistra personagem (melhor será que espere sentado).
Por vezes Cavaco tenta disfarçar e, embrulhando tudo num só pacote, vai pregando que afinal o problema da Europa são todos os seus actuais dirigentes, sem os individualizar, mas esquecendo que ele próprio nestes se inclui.
Em França, os socialistas locais também não se cansam de atacar o Sr. Sarkosy com este tema. Election oblige!.
Claro que ter um bode espiatório dá jeito. Sempre alimenta o ego.
Já aqui atrasado me manifestei contra estas, na minha opinião, infundadas e perigosas insinuações que, naturalmente, também fazem eco na comunicação social Alemã.
Na altura um colega de blog manifestou-me o seu apoio. Afinal não estava sozinho. Mais tarde, tive ainda o conforto de ouvir, numa entrevista na tv, o Prof. Eduardo Lourenço questionar, a propósito da incerteza de previsão da história: quem poderia prever que, apenas 60 anos após a última grande guerra, seria a Alemanha quem estaria hoje a defender a Europa?
A minha filha pertence ao grupo dos actuais emigrantes licenciados, trabalhando em Munique.
Como boa emigrante que é, veio passar o Natal cá na terrinha. Ao fim do primeiro dia veio-me perguntar o que por aqui se passava, pois que todas as pessoas que já tinha encontrado faziam estranhos comentários por vir da terra da Sr. Merkel.
O que mais me preocupa em todo este ruído é que a coisa começa a tomar proporções de paranóia, como foi o caso de ontem em que a embaixada e a câmara de comércio alemãs em Lisboa receberam ameaças de bomba.
Como se tratavam de alvos germânicos, a polícia, pelo sim pelo não, para além destes decidiu ainda inspeccionar outros, chegando a evacuar também o Colégio Alemão e o Instituto Goethe no Porto para pesquisa de bomba.
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quarta-feira, janeiro 25, 2012
terça-feira, setembro 27, 2011
Contra a corrente, permitam-me.
Estou cansado de ouvir e de ler todos os ataques que, de há muito, são lançados contra a senhora Merkel, como se ela fosse a mãe de todos os nossos males e de todas as maleitas europeias, assim como me fatigam os suspiros de pré-alívio, com que normalmente se sufixam tais ataques, e unanimemente lhe prescrevem uma estrondosa derrota eleitoral que a sacudirá violentamente da cadeira de chanceler e, assim dela libertados, a Europa e o país poderão de novo respirar.
E tudo o que ouço e leio neste sentido não tem a mínima correspondência no que leio e ouço à dita senhora, nem nesta consigo vislumbrar as malévolas e obscuras intenções que a nossa opinião publicada, sistematicamente e em crescendo, lhe vem atribuindo.
A agressividade de Manuel António Pina, que acabei de ler no JN de hoje e que chega ao ponto de lhe atribuir a maquiavélica intenção de querer conseguir com os juros o que a Alemanha não conseguira antes com os panzer, foi a gota de água que me fez vir aqui teclar.
Na verdade, tudo quanto sinto é apenas que, no meio de uma Europa semi conformada, semi estonteada, e quase incapaz de reagir, a senhora Merkel é a única que, mantendo ideias claras e cabeça erguida, está a lutar em defesa do €uro.
Ao fazê-lo a todo o custo, inclusive para os alemães e para si própria, está ainda a defender a Europa, pois de há muito que ela percebeu que a queda do €uro acarretará consigo a da União Europeia.
E tudo o que ouço e leio neste sentido não tem a mínima correspondência no que leio e ouço à dita senhora, nem nesta consigo vislumbrar as malévolas e obscuras intenções que a nossa opinião publicada, sistematicamente e em crescendo, lhe vem atribuindo.
A agressividade de Manuel António Pina, que acabei de ler no JN de hoje e que chega ao ponto de lhe atribuir a maquiavélica intenção de querer conseguir com os juros o que a Alemanha não conseguira antes com os panzer, foi a gota de água que me fez vir aqui teclar.
Na verdade, tudo quanto sinto é apenas que, no meio de uma Europa semi conformada, semi estonteada, e quase incapaz de reagir, a senhora Merkel é a única que, mantendo ideias claras e cabeça erguida, está a lutar em defesa do €uro.
Ao fazê-lo a todo o custo, inclusive para os alemães e para si própria, está ainda a defender a Europa, pois de há muito que ela percebeu que a queda do €uro acarretará consigo a da União Europeia.
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