Continua-se a dizer por aí, porque a comunicação social o repete até à exaustão, que a Sra. Merkel é a mãe de todos os males que afectam a zona €uro, neste se incluindo as nossas maleitas internas.
Até Cavaco o tem afirmado, no que logo é secundado pelo seu habitual porta-voz, o supercomentadordesportivo Marcelo, que ainda o amplia, clamando que a Europa só sairá da crise quando se vir libertada desta sinistra personagem (melhor será que espere sentado).
Por vezes Cavaco tenta disfarçar e, embrulhando tudo num só pacote, vai pregando que afinal o problema da Europa são todos os seus actuais dirigentes, sem os individualizar, mas esquecendo que ele próprio nestes se inclui.
Em França, os socialistas locais também não se cansam de atacar o Sr. Sarkosy com este tema. Election oblige!.
Claro que ter um bode espiatório dá jeito. Sempre alimenta o ego.
Já aqui atrasado me manifestei contra estas, na minha opinião, infundadas e perigosas insinuações que, naturalmente, também fazem eco na comunicação social Alemã.
Na altura um colega de blog manifestou-me o seu apoio. Afinal não estava sozinho. Mais tarde, tive ainda o conforto de ouvir, numa entrevista na tv, o Prof. Eduardo Lourenço questionar, a propósito da incerteza de previsão da história: quem poderia prever que, apenas 60 anos após a última grande guerra, seria a Alemanha quem estaria hoje a defender a Europa?
A minha filha pertence ao grupo dos actuais emigrantes licenciados, trabalhando em Munique.
Como boa emigrante que é, veio passar o Natal cá na terrinha. Ao fim do primeiro dia veio-me perguntar o que por aqui se passava, pois que todas as pessoas que já tinha encontrado faziam estranhos comentários por vir da terra da Sr. Merkel.
O que mais me preocupa em todo este ruído é que a coisa começa a tomar proporções de paranóia, como foi o caso de ontem em que a embaixada e a câmara de comércio alemãs em Lisboa receberam ameaças de bomba.
Como se tratavam de alvos germânicos, a polícia, pelo sim pelo não, para além destes decidiu ainda inspeccionar outros, chegando a evacuar também o Colégio Alemão e o Instituto Goethe no Porto para pesquisa de bomba.
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