sábado, abril 11, 2015

A ferver.



No espaço de muito pouco tempo houve uma sequência de acontecimentos verdadeiramente catastróficos para o PS de António Costa. 
Após a defenestração de Seguro, sem apelo nem agravo, com fundamento no novo conceito de "escassa vitória", Costa não só não descolou, como atolou.
Teve um estado de graça na desgraça, escondendo a sua incapacidade no cataclismo do caso Sócrates.
Quando o caso Sócrates começou a ensombrar menos o PS, arrancou para a Madeira feliz e saltitante. Não conseguiu "escassa vitória", nem sequer "crescimento assinalável", foi mesmo uma pesadíssima e humilhante derrota.
Tentando distrair atenções, depois de um folhetim lamentável em praça pública sobre o salário do secretário-geral do Rato, abandona a câmara, dando o dito por não dito, assumindo que já há muito nada fazia por quem nele votou para Lisboa. Medina, o cooptado, logo anunciou que iria tapar os buracos infinitos que Costa negligenciou e resolver a questão das cheias que Costa sentenciara insolúvel! Estamos conversados.
Por fim, de forma aparentemente inesperada, deixa-se embrulhar nas malhas do processo presidencial de forma alucinante, atraindo quem não interessa e afastando de vez os únicos activos capazes de chegar a Belém.
A candidatura de Henrique Neto que, por muito que assobiem para o lado, é socialista com cartão e de longa data. A "resposta ao apelo cívico" do professor Nóvoa, a quem Costa deu colo e alimentou sonhos de grandeza. O posicionamento de Carvalho da Silva, sem dúvida o mais capaz, condicionando todo o espaço à esquerda. O oportunismo característico de Morais, aproveitando a confusão, para se lançar. Enfim, uma enorme salganhada com um único responsável político: António Costa. A sua tibieza, a permanente indefinição, a falta de rumo e de autoridade política, a total ausência de credibilidade, permitiram este descalabro.
Sem surpresa, os dois melhores activos presidenciais do PS, Gama e Guterres, depressa vieram dizer que nada têm a ver com esta mixórdia; o seu prestígio não é para desbaratar às mãos dos galambas da vida que acompanham Costa nesta viagem sem mapa, sem bússola e sem tino nem destino.
A esta hora, já Vitor Ramalho deve estar a trabalhar na candidatura de Mário Soares, lembrando a todos os camaradas que o Manoel de Oliveira esteve activo e com sucesso até aos 106 anos.
Seguro não precisou de esperar para rir por último; ri todos os dias. Perdidamente.

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