sexta-feira, abril 25, 2014

João Lopes Porto II

Todos nós temos memórias. Nas minhas memórias mais longínquas está o camarada Nortadas João Porto. Temos exatamente a mesma idade, resultado da circunstância de termos nascido no mesmo dia.

Os nossos pais já eram amigos, e nós crescemos juntos. Brincámos juntos, passámos férias juntos, e andámos na mesma turma anos a fio. A certa altura até fui viver para casa do João. Fui tratado sempre como um filho. São coisas que não se esquecem. 

Por tudo isto conheci bem o pai do João. Era muito inteligente, ponderado e sensato. Tinha ainda, marca relevante, um afinadíssimo sentido de humor. E como era um homem bom, não admira que tenha sido recrutado para o que de mais importante aconteceu, neste país e na cidade do Porto. Ajudou a fundar o CDS, foi membro do governo por 2 vezes e vereador na Câmara do Porto. Foi fundamental no lançamento do metro do Porto e em muitas outras coisas. E tudo isto com um envolvimento discreto e muito eficiente em várias obras ligadas à Igreja. 

Como é próprio das pessoas desta dimensão, achava que não fazia nada de especial. Encarava com naturalidade, dedicação e sobriedade tudo o que fazia. E teve, no entanto, enorme relevo académico, político, cultural e social.  

O camarada João Porto está triste, e nós aqui no Nortadas estamos com o João.



1 comentário:

  1. Meu caro João,

    É exactamente como você escreve. Não sabia desse seu tão estreito - e praticamente familiar - relacionamento com o Eng.º João Porto, mas é exactamente como você conta e sintetiza admiravelmente no final: «Como é próprio das pessoas desta dimensão, achava que não fazia nada de especial. Encarava com naturalidade, dedicação e sobriedade tudo o que fazia. E teve, no entanto, enorme relevo académico, político, cultural e social.»
    Chocou-me imenso - e ainda magoa - a repentina notícia da sua morte. Da última vez que tinha sabido dele, estava bem; e não sabia sequer da doença que, entretanto, se manifestara.
    Trago a Teresa, sua mulher, e os filhos no meu pensamento.
    E vale-nos a certeza de que já foi recebido por Deus.
    Mas que faz muita falta, faz. E custa imenso esta perda de um amigo inteligente, recto, bem humorado, generoso e inspirador. Um exemplo a nunca esquecer.
    Um abraço,

    José Ribeiro e Castro

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