Os nossos pais já eram amigos, e nós crescemos juntos. Brincámos juntos, passámos férias juntos, e andámos na mesma turma anos a fio. A certa altura até fui viver para casa do João. Fui tratado sempre como um filho. São coisas que não se esquecem.
Por tudo isto conheci bem o pai do João. Era muito inteligente, ponderado e sensato. Tinha ainda, marca relevante, um afinadíssimo sentido de humor. E como era um homem bom, não admira que tenha sido recrutado para o que de mais importante aconteceu, neste país e na cidade do Porto. Ajudou a fundar o CDS, foi membro do governo por 2 vezes e vereador na Câmara do Porto. Foi fundamental no lançamento do metro do Porto e em muitas outras coisas. E tudo isto com um envolvimento discreto e muito eficiente em várias obras ligadas à Igreja.
Como é próprio das pessoas desta dimensão, achava que não fazia nada de especial. Encarava com naturalidade, dedicação e sobriedade tudo o que fazia. E teve, no entanto, enorme relevo académico, político, cultural e social.
Como é próprio das pessoas desta dimensão, achava que não fazia nada de especial. Encarava com naturalidade, dedicação e sobriedade tudo o que fazia. E teve, no entanto, enorme relevo académico, político, cultural e social.
O camarada João Porto está triste, e nós aqui no Nortadas estamos com o João.
Meu caro João,
ResponderEliminarÉ exactamente como você escreve. Não sabia desse seu tão estreito - e praticamente familiar - relacionamento com o Eng.º João Porto, mas é exactamente como você conta e sintetiza admiravelmente no final: «Como é próprio das pessoas desta dimensão, achava que não fazia nada de especial. Encarava com naturalidade, dedicação e sobriedade tudo o que fazia. E teve, no entanto, enorme relevo académico, político, cultural e social.»
Chocou-me imenso - e ainda magoa - a repentina notícia da sua morte. Da última vez que tinha sabido dele, estava bem; e não sabia sequer da doença que, entretanto, se manifestara.
Trago a Teresa, sua mulher, e os filhos no meu pensamento.
E vale-nos a certeza de que já foi recebido por Deus.
Mas que faz muita falta, faz. E custa imenso esta perda de um amigo inteligente, recto, bem humorado, generoso e inspirador. Um exemplo a nunca esquecer.
Um abraço,
José Ribeiro e Castro