O ministro Maduro foi ontem a Montalegre comer
uns enchidos onde, entre um chouriço e um salpicão, falou para as Câmaras de televisão
afirmando que os autarcas que se inquietam com a distribuição das verbas do novo
Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020 não conhecem a realidade.
Em primeiro lugar, conviria que o ministro mostrasse
algum respeito institucional pela Câmara Municipal do Porto, visto que, em vez
de “alguns autarcas”, o que já está em cima da mesa é uma resolução aprovada pela
vereação da Câmara do Porto, que teve, aliás, o voto favorável de certos eleitos
pelo partido do Sr. Maduro. Com aquela sua displicência e desenvoltura, o que o
Sr. ministro demonstrou é que politicamente está um pouco verde.
Em segundo lugar, não ouvi o ministro negar que
uma versão do Acordo de Parceria teria sido rejeitada por Bruxelas por não acautelar
os mecanismos de promoção de coesão territorial e de valorização das regiões de
convergência, nomeadamente da Região Norte.
Em terceiro lugar, o ministro Maduro se pensa
sinceramente que não há razões para inquietações a Norte deveria imediatamente disponibilizar
todos os documentos sobre a matéria e sobre o processo e envolver todos os interessados
na preparação da proposta. Ora, como se sabe, tanto o ministro como o seu ajudante
Castro Almeida insistem em manter a opacidade das negociações e em se esconderem
atrás de subterfúgios formais para cozinharem nos seus gabinetes o que as suas iluminadas
inteligências consideram adequado.
Contrariamente ao que afirma o ministro em tirocínio
para outros postos internacionais, as gentes do Norte conhecem muito bem a realidade
dos centralistas e respectivos sequazes. Fez muito bem a Câmara do Porto em assinalar
que não está ali para ser mais um figurante desses figurões. Saiba o Sr. ministro
que não apreciamos fruta verde mas que também sabemos que a fruta fica pôdre depois de madura.
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