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As próximas eleições e a anterior
Tenho defendido que não há
alternativa a que CDS e PSD se apresentem coligados quer nas eleições europeias
quer nas eleições legislativas, partido do princípio que até 2015 não existe
nenhuma rutura na coligação, o que aliás já sustentei em post anterior ser
difícil acontecer após a renovação do governo após a demissão de Portas.
Parece-me que o eleitorado não perceberia que assim não fosse. Mas também
porque as legislativas vão ocorrer numa altura em que a economia estará em crescimento
sustentável, será o ano da aposta na revisão do IRS e Seguro ainda estará ao
leme do PS pois António Costa vai também fazer esta leitura e vai ficar quieto.
Ou seja, ventos favoráveis a Portas e Passos que assim continuarão “unidos”.
As europeias terão condicionantes
e enquadramentos diferentes. Bem sei que deverá ser difícil enquadrar um
discurso claramente europeísta/federalista e de maior integração como o de
Paulo Rangel, com uma postura normalmente mais reservada do CDS. Mas se for
possível conciliar estas diferenças, o facto das apostas dos dois partidos serem
em Paulo Rangel e Nuno Melo que não têm uma imagem conectada com o governo irá
certamente ajudar a minimizar os possíveis prejuízos. Repare-se que até no caso
de Rangel é normalmente visto como crítico de Passos do que seu apoiante, e
Nuno Melo tem claramente uma opinião pública muito positiva fruto do bom
desempenho quer enquanto deputado europeu quer ainda no rescaldo do caso BPN do
qual infelizmente sentimos o seu efeito todos os dias.
E não adianta aparecerem os
argumentos de que os partidos do governo foram penalizados nas autárquicas,
pois isso não é verdade. Ou seja, quem perdeu foram as candidaturas locais e
não os partidos do governo. Exemplos? Porto foi perdido pelo PSD para uma
candidatura independente mais pelo factor anti-menezes do que pelo facto de
Menezes ser o candidato do PSD. Gaia? Também aqui a vitória do PS acontece pela
divisão do eleitorado que anteriormente apoiava a coligação PSD/CDS que votou
em Guilherme Aguiar e em Carlos Abreu Amorim. Sintra? Uma vez mais a escolha
dos candidatos da coligação PSD/CDS que apoiou um candidato que não era a
escolha natural das estruturas locais levou à vitória de Basílio Horta.
Coimbra? Depois de anos coligados PSD e CDS apresentaram-se separados. E locais
houve onde o PS não conseguiu capitalizar nada e a vitória sorriu ao CDS como
foi o caso de Albergaria-a-Velha e Vale de Cambra. Como se pode constatar cada
eleição é uma eleição. Esta ideia de que o eleitorado baralha as eleições é um
desejo antigo dos partidos que estão na oposição. Só que os portugueses são
eleitores capazes.
Assim, voltando ao início, apesar
de também eu ser um defensor de que o natural é os partidos concorrem isolados,
perante a situação actual não vejo alternativa que não sejam as coligações nas
europeias e nas próximas legislativas. Mas aguardemos para ver o que vai
acontecer.
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