quinta-feira, janeiro 16, 2014

XXVI Congresso

Por mais que digam o contrário, a questão da sucessão de Paulo Portas à frente do CDS é um assunto que tem sido debatido em surdina. E isto porque independentemente das qualidades que lhe são reconhecidas como líder partidário, a sua imagem está desgastada. E só quem anda com a cabeça enfiada na areia é que pode dizer o contrário. Uma coisa é o que os militantes do CDS sentem, outra é a realidade.

Não me vou alongar nas questões governativas, da sua bondade ou mediocridade, será para outra altura. O que interessa é que os votantes de toda a direita, que a inteligência de Paulo Portas conseguiu juntar, sentem-se defraudados com este governo. Tudo por falta de coerência na sua actuação.

Quando no princípio do Verão defendi a saída de Paulo Portas no seguimento do episódio “irrevogável” recebi algumas mensagens de perplexidade. Como expliquei na altura o meu receio era como iria ficar o partido depois da humilhação a que o líder o sujeitou. A ver pelos inquéritos de opinião, creio que desta vez não me enganei. Paulo Portas está a fazer um excelente papel (ainda bem para Portugal), mas o CDS sofreu um golpe profundo na sua credibilidade.

Paulo Portas continua a ser o líder incontestado da direita portuguesa. O tempo passa e ninguém parece estar à altura de o substituir.

António Pires de Lima já foi uma boa solução e estará sempre na reserva para o que der e vier.

Não acredito numa segunda tentativa de José Ribeiro e Castro. O seu perfil afincadamente democrata cristão não agrega todo o espectro da direita. O CDS que ajudou a criar já não é o mesmo, e a forma honrada como faz política tende a acabar.

Depois temos os dirigentes actuais, e não querendo menosprezar ninguém, poucos têm vida política sem ser na sombra de Portas. Uma das excepções é Nuno Melo. Os militantes adoram-no, e é o único que fica ao nível do líder nas manifestações de apoio por parte do partido. A televisão gosta dele e a esquerda receia a sua combatividade. Tem algum excesso de agressividade que se vem esbatendo com a idade (e paternidade), mas está mais moderado. A passagem pelo cargo de deputado deixou-lhe uma imagem de competência que tem sabido gerir.

A outra excepção é Diogo Feio. Com um perfil diferente do outro Eurodeputado do CDS, Diogo Feio solidificou a ideia de serviço bem feito a tratar dos assuntos que tem em mãos. Dificilmente será apanhado em falso tal é a dedicação ao estudo dos dossiers. Possivelmente “entra” melhor em certos círculos que Nuno Melo, mas será muito difícil ganhar numa disputa entre os dois.

Sim, eu sei… pensam que ainda é cedo. Mas acreditem… Paulo Portas já vai mais à frente.

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