Continuando no congresso do CDS aqui ficam algumas notas soltas.
a.
Nuno Melo mostrou que continua em crescendo,
cabendo-lhe o discurso mais ovacionado e o papel de atacar Filipe Anacoreta Correia.
Portas chamou o seu general 5 estrelas e ele disse presente, dando também a
Filipe Anacoreta Correia o estatuto de oposição/tendência. Nuno Melo tem sido
apontado como um dos possíveis sucessores de Paulo Portas, a par de João
Almeida.
b.
Luis Nobre Guedes reapareceu num congresso e no passado
os seus discursos eram motivo de especial atenção e bem acutilantes. Aconteceu
assim nas primeiras vitórias de Portas e no congresso em que discursou a favor
de Ribeiro e Castro contra Telmo Correia e claramente foi um dos factores de
mudança. Ontem, pela primeira vez, apareceu num congresso a discursar contra
Portas o que certamente o condicionou. Percebeu-se que trazia uns acertos de
contas com a história e com o seu amigo de longa data. Ao longo do seu discurso
não fez qualquer referência ao movimento Alternativa e Responsabilidade. Mas
deixou um crítica violenta não só a Paulo Portas mas a toda uma geração que
achava possível mudar Portugal e que no entender de Luis Nobre Guedes não
conseguiu. (Mas eu diria que a “luta continua” e pela parte que me toca
continuo disposto a trabalhar para mudar portugal.)
c.
Filipe Anacoreta Correia tem sido a face visível
de um movimento que procura apresentar ideias e manter viva a discussão sem que
se tenha apresentado ainda como uma verdadeira oposição/alternativa a Paulo Portas. Este é
o segundo congresso e o primeiro em que Filipe Anacoreta Correia (FAC) se viu
obrigado a apresentar-se como candidato, sem que no entanto tenha ido a votos.
Deveria tê-lo feito e correr o risco de ter uns 10 a 12% dos votos ou menos? António
Lobo Xavier foi uma vez candidato conquistando pouco mais de 3% contra os pesos
pesados da altura e não lhe fez mal nenhum. FAC não o fez. Terá outra
oportunidade para o fazer? E o movimento que futuro terá? Um partido ganha-se
com estruturas concelhias e distritais e não parece ser esse o ADN do movimento
Alternativa e Responsabilidade. Continuará assim a produzir bons documentos, a
reunir quadros com valor mas sem conseguir o mais importante em política:
ganhar eleições.
d.
Congressos electivos são bem mais interessantes
do que as eleições directas. Mas o período pré-congresso para debate das moções
deveria ser repensado e ser passado a letra de “lei” nas regras de um
congresso. Não faz sentido que não exista a possibilidade de todos apresentarem
as suas moções em reuniões promovidas ao longo do país. A organização dessas
reuniões deve ser calendarizada pela Comissão de Organização do Congresso (COC)
e dessa forma ser um momento de participação cívico e democrático.
e. Paulo Portas aumentou o número de vice-presidentes para 8. Ali
estão alguns dos putativos substitutos dentro da ala do portismo. Nuno
Melo, João Almeida, Pedro Mota Soares e Assunção Cristas. Será mesmo um sinal
de partida da corrida?
Ò Carlos, aquela do "fogo amigo" e das trincheiras, sem uma ùnica palavra sobre as propostas em questão, não era de nenhum general, nem sequer de sargento, mas de cabo raso de baixo estofo. Despromovi-o imediatamente. Enfim, uma decepção.
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