terça-feira, janeiro 14, 2014

O congresso do CDS - 2

Continuando no congresso do CDS aqui ficam algumas notas soltas.

a.       Nuno Melo mostrou que continua em crescendo, cabendo-lhe o discurso mais ovacionado e o papel de atacar Filipe Anacoreta Correia. Portas chamou o seu general 5 estrelas e ele disse presente, dando também a Filipe Anacoreta Correia o estatuto de oposição/tendência. Nuno Melo tem sido apontado como um dos possíveis sucessores de Paulo Portas, a par de João Almeida.

b.      Luis Nobre Guedes reapareceu num congresso e no passado os seus discursos eram motivo de especial atenção e bem acutilantes. Aconteceu assim nas primeiras vitórias de Portas e no congresso em que discursou a favor de Ribeiro e Castro contra Telmo Correia e claramente foi um dos factores de mudança. Ontem, pela primeira vez, apareceu num congresso a discursar contra Portas o que certamente o condicionou. Percebeu-se que trazia uns acertos de contas com a história e com o seu amigo de longa data. Ao longo do seu discurso não fez qualquer referência ao movimento Alternativa e Responsabilidade. Mas deixou um crítica violenta não só a Paulo Portas mas a toda uma geração que achava possível mudar Portugal e que no entender de Luis Nobre Guedes não conseguiu. (Mas eu diria que a “luta continua” e pela parte que me toca continuo disposto a trabalhar para mudar portugal.)

c.       Filipe Anacoreta Correia tem sido a face visível de um movimento que procura apresentar ideias e manter viva a discussão sem que se tenha apresentado ainda como uma verdadeira oposição/alternativa a Paulo Portas. Este é o segundo congresso e o primeiro em que Filipe Anacoreta Correia (FAC) se viu obrigado a apresentar-se como candidato, sem que no entanto tenha ido a votos. Deveria tê-lo feito e correr o risco de ter uns 10 a 12% dos votos ou menos? António Lobo Xavier foi uma vez candidato conquistando pouco mais de 3% contra os pesos pesados da altura e não lhe fez mal nenhum. FAC não o fez. Terá outra oportunidade para o fazer? E o movimento que futuro terá? Um partido ganha-se com estruturas concelhias e distritais e não parece ser esse o ADN do movimento Alternativa e Responsabilidade. Continuará assim a produzir bons documentos, a reunir quadros com valor mas sem conseguir o mais importante em política: ganhar eleições.

d.      Congressos electivos são bem mais interessantes do que as eleições directas. Mas o período pré-congresso para debate das moções deveria ser repensado e ser passado a letra de “lei” nas regras de um congresso. Não faz sentido que não exista a possibilidade de todos apresentarem as suas moções em reuniões promovidas ao longo do país. A organização dessas reuniões deve ser calendarizada pela Comissão de Organização do Congresso (COC) e dessa forma ser um momento de participação cívico e democrático.


e.    Paulo Portas aumentou o número de vice-presidentes para 8. Ali estão alguns dos putativos substitutos dentro da ala do portismo. Nuno Melo, João Almeida, Pedro Mota Soares e Assunção Cristas. Será mesmo um sinal de partida da corrida?

1 comentário:

  1. Ò Carlos, aquela do "fogo amigo" e das trincheiras, sem uma ùnica palavra sobre as propostas em questão, não era de nenhum general, nem sequer de sargento, mas de cabo raso de baixo estofo. Despromovi-o imediatamente. Enfim, uma decepção.

    ResponderEliminar