Acho sempre interessante quando aparecem
ideias malucas a bulir com a nossa racionalidade. Mas fico preocupado quando
ouço pessoas de mérito elogiar um projecto de doidos, invocando “abertura de
espírito” e chamando os detractores da coisa de reaccionários.
Refiro-me ao projecto dos arquitectos Pedro
Bandeira e Pedro Ramalho para o quarteirão da Companhia Aurifícia, no Porto:
deslocar para ali a ponte D. Maria Pia.
Aquando das eleições para a Câmara do Porto
houve alguém que disse que o candidato do governo seria até capaz de propôr
trazer a torre Eiffel para a Invicta se tal ideia lhe passasse pela cabeça. Era
obviamente uma ‘boutade’ do crítico, que com essa hipérbole pretendia
caracterizar a fantasiosa imaginação daquela gente.
Ora, afinal, o que era um radical exagero
ganha agora corpo, feito ponte.
Nada tenho contra a brincadeira de umas
foto-montagens, à qual se junta a vontade de que falem deles, dos brincalhões.
Mas o que verdadeiramente me deixa sem palavras é a constatação de que há
outros que acham o disparate exequível e desejável.
Fico assustado. Os chineses não compraram
apenas a EDP; estão, pelos vistos, a contaminar as nossas inteligências.
QUUUUUÊ? Mas isso é a sério? Foi proposto por pessoas sem problemas do foro psiquiátrico?
ResponderEliminarCaro Carlos Duarte, confirme no jornal Pùblico de hoje. Também pensei ao princìpio tratar-se de uma brincadeira mas lendo o artigo confirmei a "seriedade" da coisa.
EliminarCaro Douro,
EliminarNão duvido mas estou absolutamente estupefacto. Uma coisa é ter ideias megalómanas (e a essas, infelizmente, já estamos habituados) outra é ter ideias comprovadamente delirantes. A quem propôs isso, proponho eu que descanse um pouco no meio da natureza ou, em alternativa, num quarto do Magalhães Lemos.
Não nos interessa mais a realidade mas apenas a sua imagem imediata e fácil. Qual o real problema daquela zona da cidade? é a falta de um monumento? não me parece!
ResponderEliminarPor esta ordem de ideias poderíamos pensar em deslocar qualquer ponte, monumento ou edifício de uma cidade apenas para chamar a atenção. Esta ideia e a importância que mereceu por parte dos média reflecte somente o declínio intelectual em que vivemos.