terça-feira, setembro 24, 2013

Felizmente há quem o tenha!


Houve um político americano que durante a refrega eleitoral chamou a atenção dos seus concidadãos para o facto de a escolha em causa não ser apenas sobre programas mas também dever ter em conta o carácter dos candidatos em liça. Eu penso que essa afirmação era justa.

O nosso Alexandre Herculano escreveu o seguinte sobre o Porto, no seu 2° volume das lendas e Narrativas:

“ ...não o julgueis antes de o tratar familiarmente. Não façais cabedal de certo modo áspero e rude que lhe haveis de notar; trazei-o à prova, e achar-lhe-eis um coração bom, generoso e leal. Rudeza e virtude são muitas vezes companheiras, e entre nós, degenerados netos do velho Portugal, talvez seja ele quem guarde ainda maior porção da desbaratada herança do antigo carácter português no que tinha bom, que era muito, e no que tinha mau, que não passava de algumas demasias de orgulho”.

Vale por isso a pena reflectir uns instantes sobre o carácter de cada um dos candidatos que nos convidam a dar-lhes a nossa confiança para gerirem os destinos do nosso concelho e da nossa cidade. Tenho a ousadia de pensar que nos é legítimo exigir a cada um deles aquilo a que os franceses chamam “droiture” e que define alguém cujos valores de honestidade, de lealdade, de sinceridade e de rectidão nos permite acreditar na pessoa e nos leva a entregar-lhe as chaves da cidade.

É uma questão de carácter! Há quem o tenha e há quem não o tenha. E, como dizia Herculano, quem o tem mantém o que de muito bom havia. E eu atrever-me-ia a acrescentar que mesmo a demasia de orgulho é, neste caso, neste Domingo, um “mal” que vem por bem. Confesso essa ponta de orgulho de ser tripeiro e é por isso que voto Moreira. Por uma questão de carácter. Sim, também.

 

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