Discordo em absoluto e veementemente dessa
conversa melíflua, pegajosa e infantilizante de que merecemos
um prémio porque nos portámos bem. Trata-se de uma linguagem de
jardim-escola que não tem lugar na política e ainda menos nas relações entre
Estados e que aliás apenas reforça a ideia de que deve haver uma componente
punitiva nos programas de ajustamento. Cumprimos – prémio; não cumprimos –
castigo.
Surge na linha de uma outra figura de estilo
cavaquiana que falava em ser-se bom aluno. Entre Estados ou entre povos ou entre nações
pode haver relações de cooperação ou de dominação mas não há professores nem
alunos.
Os que vestem tais peles podem ter ganho
muitos santinhos na catequese mas agora enganam-se de púlpito. Depois
admiram-se que, se e quando são apanhados “a copiar”, a mentir e a enganar,
alguém lhes diga para baixarem as calças e se pôrem a jeito para umas palmadas
no rabo. O problema é que se calhar até gostam, mas se assim é então dêem o
rabo deles, não o nosso.
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