Antes deste havíamos já acenado um adeus a outros
dois, que afinal foram um até breve.
Aquando
do último pedido de ajuda, ainda pela boca de Sócrates, logo aqui deixei no ar
a dúvida de saber por quanto tempo, depois do adeus, iríamos ficar sem voltar a
chamar o FMI.
Veio
depois o memorando que, para além do deve/haver das contas públicas, baseado na
receita do costume (+impostos -pensões), enunciava ainda uma série de reformas
para que a economia voltasse a crescer e a sustentar o monstro, sem tocar
verdadeiramente na raiz do problema – a coisa pública e o estado social.
Fizeram-se
pois cortes temporários e congelaram-se salários e carreiras para reduzir o
défice, em si uma questão de curto prazo.
Já
as reformas enunciadas no memorando, e que na realidade estão a ser
implementadas, visam o crescimento da economia de um modo mais salutar. Mas irá
esta crescer mesmo?
Tenho
para mim que sim, posto que muito moderadamente. O que não será suficiente.
Na
realidade os deuses não têm estado connosco. Um pouco por toda a Europa,
primeiro destino das nossas exportações, se está a fazer o mesmo. A Espanha,
nosso principal parceiro externo, está um verdadeiro desastre e ainda pior que
nós. O preço do petróleo tem-se mantido sempre em alta, insistindo em não
baixar a barreira dos $110. E como se tudo isto já não bastasse, para
satisfazer o apetite do tribunal constitucional, o OE 2013 sobrecarrega a pobre
economia com mais impostos ainda.
Ademais,
qualquer crescimento de uma economia de pequena dimensão como a nossa, também
será sempre pequeno. Deixemos-nos de tretas. Portugal foi sempre um país de emigrantes
pois nunca teve uma economia que fosse capaz de sustentar 10 milhões de
habitantes. Duvido que seja agora que, por qualquer magia, a venha a ter.
Há
pois necessidade de atacar a raiz do problema. Em particular pela revisão das
fabulosas carreiras salariais e sistema de pensões, pelo controlo de
desperdícios e o termo das demais mordomias da coisa pública.
É
que tudo o que é temporário termina e tudo o que é congelado se descongela.
Pelo menos com o frigorífico lá de casa assim é...
E
quando o temporário terminar e o congelado descongelar, o problema continuará
cá.
Suportar
todo a actual figurino de despesa pública com recurso a dívida já todos sabemos
que não é opção. Mas fazê-lo pela via fiscal também não o é.
Desde
o início que aguardo, ansiosamente, por sinais de que a raiz do problema irá
ser verdadeiramente atacada, nomeadamente na mesa da concertação social, por
onde devia ser iniciada. Infelizmente só vejo que tudo tarda. Mas que não pode
deixar de acontecer, não tenho dúvidas. Haja o folclore que houver.
"para satisfazer o apetite do tribunal constitucional, o OE 2013 sobrecarrega a pobre economia com mais impostos ainda."
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"fabulosas carreiras salariais e sistema de pensões"...
É preciso ter lata!!!!!!
(ou nem sequer ter consciência da própria ignorância)