terça-feira, julho 03, 2012

este lado padreco, Bairro Alto e urbano-esquerdista do Bloco de Esquerda é intragável

"...este lado padreco, Bairro Alto e urbano-esquerdista do Bloco de Esquerda é intragável. A fatal companhia dessa anémona política chamada "Os Verdes" (sempre a oeste das ordens do PCP e a leste de tudo o que interessa na política de Ambiente), é enjoativa. E a inevitável participação do grupelho 'fracturante' do PS, estremecendo de emoção de cada vez que se fala de mulheres, gays ou animais, sendo estágio obrigatório de ascensão política lá na agremiação, é desprezível. Todos irão fatalmente votar a favor de um projecto de lei que é verdadeiramente fascista na sua essência, culturalmente ignorante e ditatorial, centralizador e arrogante. Já sei: vou ser uma vez mais esmagado nos vossos blogues e Facebooks (Twitters, perdão), onde, à falta de melhores causas ou de coragem para outras, a vossa grande liberdade é perseguir a liberdade alheia. Mas, sabem que mais? Estou-me nas tintas para a vossa opinião. Tenho pena, apenas. Tenho pena de quem não entende a beleza de uma tourada ou o "silêncio poético e misterioso, um silêncio que estremece" do toureio de José Tomas ("El País"), de quem nunca cheirou a esteva e o orvalho de uma manhã de caça, de quem nunca perdeu horas sentado na margens de rio à espera que o peixe morda o anzol, de quem vai ao circo e não quer ver os leões do Paquito Cardinslli. Tenho pena, mas não posso fazer nada, que não isto: lutar para que não passem." (Miguel Sousa Tavares) Magnifico este texto de Miguel Sousa Tavares. Não sei se neste blog alguém o vai "esmagar" da minha parte aplausos ...a bem da Nação e das Touradas!!!

11 comentários:

  1. Pois pena que o Sr. Miguel Sousa Tavares não entenda que para certas pessoas essas actividades que realiza são uma crueldade. Uma tradição medieval que não faz qualquer sentido para alguém que se espera ter o mínimo de educação e de civismo.

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  2. Um dia, num almoço dito de negócios, na época em que Barrancos andava pelas 1.as páginas e o tema veio à mesa, esgrimia uma jovem senhora o argumento da tradição, qual farpa sagrada que a todos calaria.
    Não resisti a perguntar-lhe o que ali fazia.
    Perante o espanto dela esclareci que a tradição também era a mulher estar em casa...
    FRF

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    1. caro FRF
      esse tipo de argumento está engraçado...um bocadinho redutor...mas engraçado

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  3. Mss pelo menos, honra lhe seja feita, o MST não o utilizou.
    FRF

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  4. Caro FRF ,
    FVF diz que o argumento que faz é engraçado, mas redutor.
    A meu ver é engraçado e uma reacção bem perspicaz ao extracto narcisista do comentario de MST(comentador que,aliàs, geralmente leio com interesse).
    E já agora ,conta a historia que
    no Afeganistão, país ainda bem minado, as mulheres vivem felizes com a obrigação de seguir dois passos atraz dos homens !

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  5. Não conheço nem o projecto de lei que parece estar em causa, nem o artigo do Sousa Tavares cujo extracto o Francisco VF transcreve, mas não é pelo facto de o ST (olha quem...) o adjectivar de fascista que a coisa ficaria, por esses lados, resolvida.

    Já aqui exprimi a minha opinião sobre o tema, opinião, aliás, de um converso tal como me asssumo, e por isso não vale a pena chover no molhado e de maneira nenhuma “esmagar” quem quer que seja e ainda menos o nosso caro FVF.

    Mas não resisto a realçar a ironia da “beleza” que brutos como eu não conseguem ver naquele espectáculo, que tem pelos vistos poesia muda e mistério de causar tremuras (?), e aprendo que é preciso ter uma espingarda ao ombro para cheirar o orvalho matinal e que quem se senta na margem do rio sem cana de pesca deve ser parvo. A do circo não percebo.

    O STavares luta como uma Passionaria e de peito aberto exclama que “No Passaron”. É um valentão. Eu dava-lhe duas orelhas e um rabo.

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  6. de facto o comentário de FRF não passa disso mesmo...de ser engraçado...ou dito de outra forma...a isso chama-se "desconversar".
    Sou um amante da natureza e dos animais. desde miúdo que gosto de admirar e admiro a natureza...que adoro viver no campo, que faço quilómetros de propósito só para passar uma dia a observar e a apreciar cinegética.
    E, talvez por isso mesmo, tenha uma perspectiva descomplexada da questão. Concordo com MST quando se refere ao BE, aos Verdes e a uma ala do PS. De facto é assim mesmo como ele diz.
    Temos de compreender que da mesma forma que o homem caça, pesca, cria aves, porcos, vacas e os mata (a mais das vezes de forma violenta) também as corridas de touros, fazem parte dessa realidade, nua e crua que alguns liricos querem esconder, como se o terminar com as corridas de touros fosse relevante. No dia em que acabarem com as corridas de touros, nesse dia, esses pretensos defensores do touro, condenaram à morte à raça do touro bravo.

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  7. Pois eu confesso que nao vejo beleza nenhuma no facto de infligir voluntariamente sofrimento a um ser vivo, seja ele humano ou animal. A arte que se desenvolve em torno de um acto cruel pode ser extremamente sofisticada mas não deixa de ser uma practica primitiva e incivilizada. O unico sentimento poético que me pode suscitar é uma profunda compaixão.
    MG

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  8. Caro MG esse sentimento de compaixão deve ser mesmo poético,

    Locais ideais para esse exercicio: matadouros, navio arrastão na pesca, aviários industriais, criações de porcos, ou até o simples acto de cozinhar uma lagosta que é posta viva num tacho a ferver.

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  9. Parece que agora quem desconversa é o FVF. Mas com certeza que todos os exemplos que dá inspiram esse sentimento. Desde quando é que um mal justifica ou legitima outro mal? Podemos citar exemplos de práticas cruéis até à exaustão, passaríamos aqui uma boa parte do resto dos nossos dias (um outro hábito digno de referir neste contexto é o dos gastrónomos apreciadores de miolos de macacos vivos). Já provou?
    No entanto, seria honesto reconhecer que a tourada se diferencia dos exemplos que citou pelo facto de ter como único objectivo satisfazer o sadismo do espectador.
    MG

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  10. Meu caro MG
    diz que um mal não justifica o outro...não é esse o ponto do argumento...visa tão só por à evidência que o homem faz, sempre fez e sempre fará demonstrações similares.
    Na tese destes senhores e de acordo com a respectivas propostas de lei acabavam as touradas, as corridas de cavalos, a falcoaria, os leões, tigres e elefantes no circo, os golfinhos e demais animais no oceanário, os concursos de saltos hipicos...etc etc
    Eu respeito que haja pessoas que não gostem de corridas de touros mas também respeito que haja pessoas que gostem, tal como para todas aquelas actividades acima descritas...a diferença é que eu não tenho os tiques ditatoriais da dita esquerda progressista (a esquerda radical) que não aceita a diferença e tem a mania de educar de dedo em risto, qual Mao Tse Tsung.
    Por isso venham daí os touros ....a bem da Nação!!!

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