terça-feira, julho 17, 2012

CABALAS


Há quem justifique a enorme trapalhada política que envolve Miguel Relvas com aquilo a que chamam, segundo os jornais, uma “brutal campanha”. Há que reconhecer que é uma posição muito difícil de vender tendo em conta a realidade.

Não rejeitando que, em tese, podem até ter em reduzida medida alguma sustentação, este género de desculpas conspirativas só agrava o caso, tanto para Relvas como para Passos Coelho, cujo “capital político” (que parecia razoável face às circunstâncias) sofreu nestas últimas semanas uma forte erosão.

Independentemente do juízo que se tenha sobre Relvas, a verdade é que ele se transformou num peso para o Governo e, sobretudo, para o Primeiro Ministro. Chegou-se a um ponto de desgaste de imagem pública tal que talvez já não seja sensato pensar que o decurso do tempo irá esvaziar a crise e resolver o assunto em benefício de Relvas. A coisa, portanto, só tende a piorar. Não querendo, apesar de tudo, comparar as duas personagens, não nos podemos esquecer que Sócrates, de má memória, também apregoava que as suas trapalhadas se deviam uma cabala e achava que bastava aguentar-se para a tormenta passar. É ver o que lhe sucedeu.

1 comentário:

  1. A não ser que Passos se queira despedir por essa via.

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