Aquando das discussões preparatórias do Tratado de Nice, surgiu a ideia de criar a figura do juiz-residente do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, a quem incumbiria, em cada país, uma primeira filtragem das questões prejudiciais a serem enviadas àquele tribunal.
A gestão dos fundos estruturais na Bulgária revelou um tal nível de corrupção e de ineficácia que surgiu a ideia de criar a figura de um Alto Responsável europeu, instalado em Sofia, que acompanhasse e vigiasse in loco a aplicação daqueles dinheiros, com direito de veto sobre as medidas legislativas e administrativas nacionais conexas.
Na semana passada ouvimos falar dessa inspiração prussiana de nomear um Comissário “orçamentário” que teria a última palavra na aprovação e execução dos orçamentos nacionais dos países assistidos. Aliás, Mathias Moors, o funcionário que representa a Comissão na troika grega, já passa mais tempo em Atenas do que em Bruxelas.
Estas diferentes manifestações de centralismo europeísta revelam, a meu ver, a mais perversa derrapagem dos mecanismos da União e deveriam funcionar como alerta para os mais ingénuos que ainda não compreenderam a dinâmica bismarckiana em que estamos embarcados.
É certo que o diabo está nos pormenores e estes não são acessíveis ao comum dos mortais. Mas os dirigentes políticos têm obrigação de saber o que se passa e não podem enxutar a sua responsabilidade nessa deriva. Se houver Gauleiters, há igualmente quem lhes sirva de Stellvertretender.
A gestão dos fundos estruturais na Bulgária revelou um tal nível de corrupção e de ineficácia que surgiu a ideia de criar a figura de um Alto Responsável europeu, instalado em Sofia, que acompanhasse e vigiasse in loco a aplicação daqueles dinheiros, com direito de veto sobre as medidas legislativas e administrativas nacionais conexas.
Na semana passada ouvimos falar dessa inspiração prussiana de nomear um Comissário “orçamentário” que teria a última palavra na aprovação e execução dos orçamentos nacionais dos países assistidos. Aliás, Mathias Moors, o funcionário que representa a Comissão na troika grega, já passa mais tempo em Atenas do que em Bruxelas.
Estas diferentes manifestações de centralismo europeísta revelam, a meu ver, a mais perversa derrapagem dos mecanismos da União e deveriam funcionar como alerta para os mais ingénuos que ainda não compreenderam a dinâmica bismarckiana em que estamos embarcados.
É certo que o diabo está nos pormenores e estes não são acessíveis ao comum dos mortais. Mas os dirigentes políticos têm obrigação de saber o que se passa e não podem enxutar a sua responsabilidade nessa deriva. Se houver Gauleiters, há igualmente quem lhes sirva de Stellvertretender.
Meu caro, não consigo pereceber aonde quer chegar.
ResponderEliminarÉ evidente que o seu modelo de Europa, não é o meu, mas daí não vem mal ao Mundo. Sempre disse que os mecanismos que se estavam a construir eram uma fraude.
O que gostava de ouvir do meu caro Douro, de longe o mais competente nestas matérias, é que alternativas têm os países que pagam os desmandos dos outros.
Abraços
Havemos de conversar sobre isso, caro José, se para tanto houver oportunidade, mas não dá explicar-me nestes espaços exíguos.
ResponderEliminarUma observação: de que desmandos fala? Das compras de armamentos aos alemães, cujos bancos financiaram essas encomendas? Ora eu apenas penso que os credores são co-responsáveis dos desmandos, para não dizer que foram mesmo os seus beneficiários, e que sem se separar o trigo do joio não escapamos a uma certa armadilha de 'bem pensar'.
Apesar da realidade indesmentível dos desmandos socratinos, das fraudes gregas e similares, os 'sérios' alemães e primos conheciam perfeitamente as mentiras e aproveitaram-se delas e agora continuam a aproveitar-se para se arrogarem a autoridade moral de apertar o garrote e espremer até ao fim. Estão eles dispostos a aumentar o seu consumo interno, a equilibrarem as balanças comerciais com os seus parceiros de moeda? O tanas! Apenas mandam o homem da cartola e tagarelam 'solidariedade'. O jogo está viciado e a manobra é antiga, vem dos tempos e da experiência da unificação alemã do séc.XIX
Caro Douro,
ResponderEliminarBásicamento sempre soubemos quais eram as regras do jogo, por isso não vale tentar mudar quando estamos a perder. A Alemanha nunca enganou ninguém. Não tivemos foi capacidade (gente) de o jogar e agora a culpa é dos outros.
Abraços.