quinta-feira, novembro 10, 2011

Cresc iM EN T O

Uma das discussões, a que não se pode chamar debate, que me tem intrigado profundamente é a do crescimento, em torno da proposta de Orçamento de Estado (OE) do actual governo.

Anda por aí muita gente indignada que o OE vai produzir recessão. Evidentemente, senão não era de austeridade. Curiosamente, essa mesma gente não apresenta nenhuma alternativa. Limita-se a ser contra a austeridade do OE. Ah, e andam por aí uns poucos que dizem que é austeridade a mais, até encontram folgas, e vão por isso lutar por menos austeridade...

O que a mim me incomoda é que não se discuta se esta austeridade é boa e se é suficiente. Porque se for, então é seguramente a melhor estratégia para o crescimento futuro. Senão, então estamos todos lixados!

O que nunca se diz é que muitos dos países que hoje crescem muito, como o Brasil, só crescem porque tiveram programas de ajustamento como o nosso, a seu tempo, e sob a direcção do FMI, como nós. Sem esses programas não teria podido haver o milagre de Lula. No nosso caso, sem austeridade, sobretudo no Estado, não voltará a haver condições para crescer. E isso implica passarmos do défice, pelo menos do primário, do OE para uma situação de equilíbrio se não mesmo superavitária!!!

NOTA: eu sou funcionário público. Há anos que não sou aumentado, tirando o episódio socrático das eleições de 2009, quando já nos andavam a preparar a surpresa em que agora todos vivemos... Apanhei com os cortes de salário e subsídios deste ano. Vou apanhar com a redução do subsídio de Natal. Apanho com todas as subidas de impostos. Para o ano não vou ter nem subsídio de f'erias nem de Natal. Mas aguento. O que me incomoda é que ao mesmo tempo o Estado continua a comprar carros. Ainda não percebi onde é que o Estado vai poupar dinheiro, sem ser no meu bolso. Ainda não vejo os efeitos de qualquer reajustamento do Estado. E isso é que me poderá levar à revolta: é que quando não há moralidade, ou comem todos ou então... isto acaba mal.

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