quarta-feira, junho 08, 2011

Contra a mudança, resistir, resistir

De há muito que as postas e as rabanadas do Nortadas deixavam transparecer uma forte necessidade de mudança. As urnas confirmaram-na. É pois tempo de mudança.

Do memorando da troika também se percebe que os ventos da mudança deverão agora soprar todos num mesmo sentido. É a economia, estúpidos, poderia ter ficado registado na sua introdução.

Em 3 semanas a troika redigiu o plano de mudança que os nossos políticos não conseguiram em 30 anos. Fizeram-no curiosamente com as ideias destes mesmos políticos, que se limitaram a anotar, a estruturar e a calendarizar.

Assim, para além do deve/haver das contas públicas, o memorando esboça ainda uma série de reformas que o país necessita de implementar.

São reformas no sistema financeiro, no sector da administração pública, no mercado de trabalho, na educação, nos domínios das empresas públicas, no imobiliário, na justiça e na concorrência.

Todas estas reformas estão lá consideradas como condições para que a economia funcione. Se esta funcionar, crescerá. Se crescer, gerará as receitas necessárias à resolução dos nossos problemas.

Claro que o actual sistema alimenta muita gente que, vivendo nele, dele e para ele, só lhe restará tentar resistir à mudança. Ambos os partidos comunistas já o anunciaram e ameaçaram. É ruído com que conseguirei viver e que não me preocupa.

Na verdade, preocupa-me mais o ruído que ecoa agora do interior do próprio partido do governo. Fernando Ruas foi um dos primeiros a contestar as medidas do memorando que tocam ligeiramente a mama municipal.

A capacidade para entender a necessidade das mudanças previstas e para as conseguir implementar de modo inteligente, são critérios que deverão orientar a formação da nova equipa governamental. Seria, sem dúvida, desastroso que um qualquer foco de resistência à mudança nesta se pudesse instalar.

Nesta matéria, tenho já ouvido por aí algumas preocupações com o que poderão ser as exigências do Sr. Paulo Portas. Muito sinceramente, preocupa-me mais o que poderão ser as escolhas do Sr. Passos Coelho.

Sem comentários:

Enviar um comentário