domingo, setembro 12, 2010
Os desafios da Europa
O problema com que a Europa se debate nos dias de hoje é grande e deveria merecer a nossa atenção. Pacheco Pereira no Público e no Abrupto foca alguns dos aspectos. "Não me sobram dúvidas que muitos aspectos da crise têm que ser combatidos a nível europeu. A minha dúvida está em saber até que ponto esse combate se faz pela conjuntura, ou se se é capaz de ir mais longe na percepção de que a crise de 2008 se manifestou na Europa por cima de muitos problemas estruturais que os governantes europeus têm cuidadosamente evitado defrontar: os custos incomportáveis do "modelo social europeu", que deu riqueza a duas gerações de europeus, mas que ameaça dar pobreza às seguintes; a perda de competitividade europeia face à globalização; a decadência de muitas instituições que estiveram na base do progresso europeu, como as universidades e centros de investigação; as dificuldades de a Europa servir de melting pot, como os EUA, para as suas populações imigrantes, em particular aquelas que, por razões religiosas e culturais, são mais distantes do padrão de vida laica das sociedades europeias, etc., etc. Uma Europa que gastou muito do seu orçamento a manter uma agricultura subsidiada para uma pequena parte da sua população, mostrou o peso dos interesses nacionais incrustados, que eram o outro lado do "motor franco-alemão"." Mas a critica que se faz aos governantes portugueses, de falta de visão de futuro e de definição de objectivos estratégicos, parece ser igualmente apanágio dos governantes europeus, que nem contabilistas querem apenas ver os Orçamentos e ver se os números batem certo. Não lhes interessa a estratégia, até porque essa tem interesses contraditórios numa europa que se diz unida. E como diz Pacheco Pereira depois de duas gerações ricas, a que vem a seguir e que é exactamente a dos nossos filhos, será pobre e enfraquecida.
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