O homem de que se fala é Edward Hugh.
Quem é este senhor?
Um professor de inglês em part-time, que vive há anos na zona de Barcelona e que há anos escreve no seu blogue textos sobre questões económicas, nomeadamente sobre as idiossincrasias da União Monetária Europeia.
Segundo Hugh, o remédio ideal para a actual crise da zona euro seria a saída da Alemanha. Isso provocaria uma forte desvalorização do euro, que impulsionaria a competitividade e as exportações dos países "euro", ou seja, a respectiva recuperação económica.
Não sendo isso viável por razões de ordem política e não sendo possível aos países periféricos do euro desvalorizarem unilateralmente a moeda, restaria a estes aquilo a que chama a "desvalorização fiscal", ou seja, uma desvalorização interna da moeda através de um corte de 20% nos salários, pensões, subsídios e em todos os rendimentos públicos e privados.
Será Edward Hugh um excêntrico, um lunático?
A verdade é que muito boa gente começa a dar-lhe ouvidos e a convidá-lo para conferências, consultas e estudos. O homem tem recusado todas as tentativas de recrutamento de grandes financeiras, hedge-funds e institutos e vai vivendo tranquilo numa aldeia catalã, lendo, estudando, navegando na net e misturando Bob Dilan aos seus posts, que hoje são lidos por especialistas e universitários de Nova York a Pequim.
Um 'Roubini', mas pobre e de pantufas.
Edward, vem ensinar-nos algum inglês, please.
Quem é este senhor?
Um professor de inglês em part-time, que vive há anos na zona de Barcelona e que há anos escreve no seu blogue textos sobre questões económicas, nomeadamente sobre as idiossincrasias da União Monetária Europeia.
Segundo Hugh, o remédio ideal para a actual crise da zona euro seria a saída da Alemanha. Isso provocaria uma forte desvalorização do euro, que impulsionaria a competitividade e as exportações dos países "euro", ou seja, a respectiva recuperação económica.
Não sendo isso viável por razões de ordem política e não sendo possível aos países periféricos do euro desvalorizarem unilateralmente a moeda, restaria a estes aquilo a que chama a "desvalorização fiscal", ou seja, uma desvalorização interna da moeda através de um corte de 20% nos salários, pensões, subsídios e em todos os rendimentos públicos e privados.
Será Edward Hugh um excêntrico, um lunático?
A verdade é que muito boa gente começa a dar-lhe ouvidos e a convidá-lo para conferências, consultas e estudos. O homem tem recusado todas as tentativas de recrutamento de grandes financeiras, hedge-funds e institutos e vai vivendo tranquilo numa aldeia catalã, lendo, estudando, navegando na net e misturando Bob Dilan aos seus posts, que hoje são lidos por especialistas e universitários de Nova York a Pequim.
Um 'Roubini', mas pobre e de pantufas.
Edward, vem ensinar-nos algum inglês, please.
Esta oportuna posta do Douro, que sempre nos presenteia com um olhar sobra a Europa de uma outra latitude, deixou-me a meditar.
ResponderEliminarExcluindo o cenário da saída da Alemanha do €uro, que não perfilho pela razão implícita de que, sendo o €uro por ela comandado, perderíamos também a disciplina que lhe vai impondo, a tese do Ed Hugh, da tal redução generalisada de 20% nos demais países, parece abstratamente interessante. E lógica. Com efeito, uma tal redução, ao provocar correspondente redução nos preços das exportações, teria o mesmo efeito nestas de uma desvalorização da moeda, sem teccnicamente o ser.
No entanto, no caso português, esta tese parece-me totalmente descabida. Isto pela simples razão que a tal redução de 20% já cá estará. Na verdade, os nossos salários já são, pelo menos, 20% mais baixos que o geral nos países da zona €uro.
Caberá então aqui perguntar por que não crescem as nossas exportações se já usufruimos das tais condições?
Pessoalmente tenho duas pistas. Uma leva-nos à questão da falta de eficiência, como já hoje aqui foi mencionado, que anula aquela vantagem dos 20%. Na realidade, estes 20% só serão traduzíveis em igual vantagem se produzirmos com igual nível de eficiência. Doutro modo, apesar dos salários mais baixos, continuaremos a ter custos finais mais altos (ao que ainda se somarão alguns custos da nossa colocação periférica face ao mercado europeu em particular).
A outra diz-nos que, para aumentar as exportaçãoes, será também necessário fazer mais algo (produtos, bens, serviços) exportável. E aqui falamos da nossa muito fraca indústria, tanto quantitativa, como qualitativamente, e que se viciou à sombra de uma jovem galinha com ovos de ouro (tempos do império), que depois trocou pelos ovos dourados de uma galinha velha (europa) e que, sem ovos, não consegue encontrar o seu próprio caminho neste mundo global.
Claro que tudo isto mais não é do que o sentir do meu nariz. Mas, se algum economista porventura houver nos que ainda fazem o favor de nos ler, muito agradeceria uma achega mais profissional.
Up's, desculpem, o anónimo anterior sou eu,
ResponderEliminarFRF
Os nossos salários até podem ser inferiores, mas precisamos de fazer um ajustamento. Por exemplo, precisamos de sair do €uro a 200$00, e voltar a entrar a 250$00.
ResponderEliminarHá várias hipóteses que estão a ser estudadas. Dizem-me que uma delas - se bem percebo - é ter uma moeda (o escudo) para as transacções internas, e outra (o €uro) para as relações com outros países (inclusivamente os comunitários). É uma solução que, a mim que não sou especialista em circulação monetária, me escapa. O que parece certo é que estes tempos de crise trazem problemas novos, e as soluções terão de ser pensadas "fora do quadrado" e abstraindo dos quadros convencionais.
Um abraço aos douro e FRF
JAC
Quando se fala em exportar e competitividade em portugal estamos a falar em que produtos.
ResponderEliminarEm que produtos poderemos ser competitivos, tesouras emm inox, então o quê, quais e porque não somos.