quinta-feira, maio 20, 2010

Empurrar com a barriga

Já parei de fumar umas três ou quatro vezes. Coisa de meses. Deixo de tossir pela manhã, afino o paladar, etc. etc. (é melhor não explicar tudo).
Até que um dia…uma festa, uma asneira da selecção, um discurso do PS, enfim, um desgosto ou uma alegria me dizem « tira uma passa ». E pronto, a rampa é sempre a descer, ou seja, na semana seguinte já estou como dantes, embora mais envergonhado de mim próprio.

Ao fazer o balanço, minto-me ao pensar que não era o bom momento, que devia ter esperado pelo fim dos exames dos pequenos, pelo fim da audiência naquele processo ou pelo fim das idas ao dentista. É evidente que quando tudo isso passou e o rio corre tranquilo o que quero é disfrutar e penso que não vale a pena estragar uma semana das férias a roer as unhas e a chatear a família.

Foi em tudo isto que eu pensei ao ler este texto do TAF no JN.
Diz ele que é melhor esperar pela acalmia financeira. Quando tudo estiver bem, então vê-se o que se há-de fazer. Entretanto, todos na toca, que o momento não é oportuno. Como eu o compreendo…Claro que esperar por Godot é um programa como outro qualquer, mas acho graça a essa mentira. É uma ternura envergonhada que me faz sorrir pela sua candura.

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