quinta-feira, maio 06, 2010

Aqui d'el Rei?

Estaremos a assistir a um ataque ao euro?
Claro que há agentes financeiros a tirar partido da fragilidade das finanças públicas de vários países europeus. Claro que há "profiteurs" a quem interessa dramatizar a confusão e assim sacar margens no poker mentiroso deste toma-lá-dá-cá.

Mas resumir o que se passa a uma conspiração maldosa de uns especuladores sem rosto é uma mentira cobarde. Há um comboio que se pôs em marcha e que não parará aos gritos e lamentos dos responsáveis políticos que nos amarraram às traves da linha. Os verdadeiros aliados desse trem louco são os que teorizam sobre o tal "ataque", quando ao mesmo tempo se recusam a admitir a realidade, persistem em instalar-se na dívida e repetem a política do empréstimo sobre empréstimo.

O combustível do dito "ataque" são esses contratos faraónicos que o governo assina de cruz. O óleo atirado para a fogueira são essas atoardas de uma esquerda delirante que, na hora da verdade, vem dizer umas mentiras que diz serem condições para ajudar o "engenheiro". Como se fosse possível, no quadro legal vigente, condicionar a origem nacional de fornecimentos e de serviços que devem obviamente respeitar a regulamentação sobre os mercados públicos.

Mas há outros pirómanos nessas esquinas: os que querem matar o doente para lhe curar o mal. Não tem sentido cortar as pernas a Lázaro para a seguir lhe dar ordem de marcha. Lázaro, mesmo paraplégico, recusará naturalmente a amputação.

Ora é esse corredor estreito entre uns e outros que é preciso encontrar, essa passagem que existe entre os da banda de música do Titanic e os que nos receitam a eutanásia. E não é preciso um código secreto ou um "abre-te sésamo" para abrir esse caminho. Mas é fundamental que seja feito de bom-senso, de justiça, de equidade, de verdade e de coragem. O caso da imposição de portagens apenas nas Scuts do norte é exemplar do que não deve ser feito ou não pode ser feito dessa maneira. Veja, por exemplo, o que diz a Associação de Cidadãos do Porto (ACdP)

Que os portugueses ajudem Portugal e que os nortenhos se façam ouvir.

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