quarta-feira, março 24, 2010

Amanhã e Sexta

Amanhã e Sexta vamos muito provavelmente assistir à rendição europeia à Alemanha.
Quem não tem dinheiro não tem vícios e é natural que quem o tem não queira pagar os vícios dos outros. Mas a Europa tinha um projecto de união e de solidariedade que se supunha garantir a coesão económica e uma cada vez mais fortalecida unidade política, sobre o signo da igualdade soberana dos povos.

Amanhã e Sexta, em Bruxelas, o "tesoureiro" do projecto prepara-se para ditar as suas condições: processo sancionatório acelerado? Perda de direito de voto do infractor? Expulsão da zona-euro?
Vão falar muito da Grécia, mas é com o olho na gente que vão estar pois sabem-nos o próximo cordeiro. E seria interessante saber qual vai ser a posição portuguesa nesse Conselho Europeu e sobre aquelas condições alemãs. Infelizmente, à saída das reuniões de hoje dos partidos com o "engenheiro" ninguém falou nisto e ficaram-se todos pelas balelas do costume, como se tudo isto fosse uma bizarria grega e não nos diga muito respeito.

Amanhã e Sexta, os europeus vão, ao que parece, ajoelhar-se face ao altar germânico.
O "engenheiro" e os Srs. Amado e Teixeira vão regressar a Lisboa com ar satisfeito e com um papel branco na mão, a anunciar a nova paz monetária.
Se calhar, nem percebem que estão sentados na sala de espera e que vão ser os próximos chamados ao novo tratamento. Mas como já baixaram as calças, a coisa vai passar-se num instante.

2 comentários:

  1. Os Alemães não têm culpa, e até devem gostar de nós que investimos o dinheirinho da "convergencia" a investir em produtos Alemães, do BMW ao Mercedes. Se eles passassem uns dias aqui saíam a vomitar. Por isso embora a Europa seja um projecto lindo, alguém tem de por esta gente no sitio. O Português funciona bem com o chicote por trás, e a crise pode trazer... politicas pensadas.

    ResponderEliminar
  2. Não posso concordar mais, o Projecto da União Europeia é um projecto de solidariedade, e não de comunismo.
    A solidariedade é devida aos desafortunados da vida, não aos aproveitadores e esbanjadores.
    Desde que pequeninos que nos contam a história da cigarra e da formiga. Todos sabemos como acaba.
    Pena é que em Portugal continuemos convencidos que somos a formiga...
    Será mais que natural que um dia a cigarra não nos abra a porta de sua casa a meio de uma tempestade de neve. E, se aí chegarmos, só nos resta pegar na viola e metê-la no saco....
    MFV

    ResponderEliminar