segunda-feira, fevereiro 01, 2010

...e a caravana passa


Os 'soi-disant' ataques do Ministro das Finanças às agências de rating seriam patéticos se fossem para ser levados a sério. Faço a justiça ao Sr. Ministro de saber que ele fala apenas para consumo interno e para entreter uns tantos jornalistas que se excitam logo com estas declarações domésticas.
Para nossa infelicidade, brevemente se verá a atenção que as tais agências dão ao que esse ministro terá dito: uma desclassificação com o consequente agravamento dos spreads.

Mas talvez o Sr. Ministro nos possa falar sobre as iniciativas que tomou ou pensa tomar para que a nível europeu se constituam agências de rating com pelo menos a mesma pouca ou muita credibilidade das que ele criticou. Melhor do que discordar do que outros fazem, seria fazer o que fazem melhor do que eles. O Sr. Teixeira dos Santos não tem assento no EcoFin?

Vá lá propor medidas em vez de ladrar cá dentro.

4 comentários:

  1. Caro Douro, hoje estamos na rua da asneira!
    Basta ler os relatórios produzidos pelo governo americano no âmbito do inquérito à crise financeira. Acho que até lhe mandei, em tempos, alguns excertos. As "agências" de rating são entidades financiadas pelos bancos e pelas comissões financeiras decorrentes dos seus próprios investimentos em bolsa, e pelos serviços prestados a terceiros.
    Devo ter-lhe mandado tbém um artigo de opinião de um reputado professor universitário que apareceu no Financial Times!
    Não se trata de ser melhor ou pior trata-se de credibilizar algo que produz análises de risco com base em dados estatísticos ultrapassados.
    Se isto não chega, venha o diabo!

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  2. O amigo Pirolas é seguramente um dos meus mais fiéis e devotados 'feeders' e só lhe posso estar grato por tantos elementos e dados que me envia e com os quais às vezes me corrige. Mas desconfio que aqui o Pirolas não acrescenta muito ao post, pois o ponto que interessa é a irrelevância dos ditos "ataques" e a omissão de uma qualquer iniciativa para criar uma alternativa de rating, desde logo a nível europeu. Eu não pretendo desculpabilizar as agências em causa. Ora quanto ao que interessa, o amigo Pirolas diz nada.

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  3. não há nada que agradecer, nem existe intenção de corrigir o que quer que seja; trata-se simplesmente de diferenças de abordagem ou de opinião, o que já é, nos tempos que correm, extremamente salutar!
    mas oh caro Douro desde quando é que o sistema financeiro europeu sózinho terá capacidade para criar empresas de "rating" como uma S&T? Especialmente tendo em conta a preferência dos países anglófonos em manterem a city ao sabor dos correlegionários do outro lado do Atlântico.
    não falei de alternativas porque estou consciente, até prova em contrário, que não existirão alternativas ao nível europeu! até que a União Europeia consiga, como um bloco económico" alterar algumas das regras básicas da constituição e do funcionamento dessas agências.
    julgo que neste campo o ministro das finanças agiu bem! Ele tem lá assento mas é pena que não seja acompanhado nos seus comentários pelos seus colegas do ECOFIN!
    quanto à questão do impacto de tais comentários vejam-se os recentes comentários dos alemães que desaconselham os investidores a comprar títulos da dívida pública portuguesa; promissora esta União Económica e Monetária!

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