terça-feira, dezembro 29, 2009

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Vem aí. É um ano, novo, que rapidamente se tornará velho e terminará. Como todos os demais.

Sucede que podia ser um resultado de futebol. Histórico (20-10), daqueles que conseguíamos quando éramos novos e jogávamos à bola, em campos improvisados, com equipas escolhidas na hora e que jogavam até cinco minutos depois da hora a que as Mães começavam a cobrar o atraso...

O bom desses tempos é que acreditávamos. Em muitas coisas e no nosso País em particular.

Achávamos, ou então sentíamos, que o nosso País era o resultado do esforço dos nossos pais, avós e antepassados, militares, civis, magistrados e médicos, porteiros e peixeiras, todos os que nos rodeavam e os que os antecederam.

Acreditávamos, ou então ouvíamos, que o País estava a melhorar e as coisas a compôr-se, apesar daquelas tias saudosistas e daqueles parentes inconformados, que afirmavam que as coisas nunca tinham estado pior.

Que saudades desses tempos em que o País nos pertencia, sem termos qualquer responsabilidade por ele.


O que me aterra, sobre 2010, é pensar que o País continuará a afundar-se alegremente, casando maricas e promovendo professores, emigrando para se safar ou para estudar, enquanto alguns empresários acomodados enriquecem à custa dos nossos impostos, do nosso futuro colectivo e da conivência dos nossos responsáveis políticos, enquanto nós, quero dizer EU ainda não consegui encontrar forma de assumir a minha responsabilidade sobre tudo isto e afirmar tão alto quanto necessário:

B A S T A!

É o que vos desejo a todos.
Recheado de sucessos pessoais e profissionais.
Para 2010 e para toda a década de dez.
Pelo menos.

1 comentário:

  1. Esta República está decrépita, refém de uma justiça corrupta, venal, aninhada sob as asas do poder. O centrão é o ponto de encontro, o lugar geométrico que une a voracidade cleptocrática dos que atingem o topo, e a fome plutocrática dos que financiaram tal ascensão!

    Requiem para esta república de bananas sem alma, sem norte, sem verticalidade, sem pudor, sem escrúpulo, sem vergonha na cara!

    Venha uma Nova República! Já!

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