Já deixei o CDS há uns meses, e embora me incomode o que lá se passa procuro não falar muito sobre isso.
Esta semana, na 5ª feira, o grupo parlamentar do CDS absteve-se nas votações mais importantes sobre o sigilo bancário. De acordo com o que me foi dito Paulo Portas não esteve sequer presente, apesar da importância e sensibilidade do tema.
A esta hora a RTP-N já está a passar excertos das declarações do Manuel Sampaio Pimentel no programa Pontos de Vista, que só vai para o ar às 21h.
Concordo com o MSP sobre a essência do problema. Estas abstenções (houve várias votações e, no total, o CDS absteve-se mais vezes que o PSD!) são imperceptiveis vindas de um partido que (às vezes) luta contra a ingerência do Estado na vida privada. Ainda há umas semanas a questão do sal no pão era vista como uma intromissão intolerável na esfera individual. Para já não falar do novo vocábulo "fiscojacking", ou da autodenominação de partido dos contribuintes.
Perante a possibilidade de o fisco andar a ver as contas dos cidadãos, o CDS abstem-se.
Este espírito táctico, em que às vezes o essencial é incómodo (e então o melhor é descartar), não é para mim nenhuma surpresa. Também não é surpresa a coragem do Manuel Sampaio Pimentel. Surpresa é, apesar de tudo, mais ninguém se manifestar.
O MSP disse que esperava que o CDS não se transformasse numa "private dancer" do regime. Além de achar graça à metáfora, recordei-me de uma música antiga da Tina Turner, que aqui fica para ouvir a letra com atenção.
Meu Caro,
ResponderEliminarJá lá vai o tempo em que o consideravas parecido com o Valentim Loureiro.
Abraços