Não gosto porque desconfio de todas as soluções que possam dar ao "centrão" a possibilidade de nomear mais um ou dois, ou sejam quantos forem, amiguinhos para os lugares necessários.
Mas não gosto responsavelmente, pois sei que existem alternativas. Se a preocupação do Governo é o reforço da solvabilidade do BPN, ou de qualquer banco, por causa das consequências que isso possa ter quer para proteger os depositantes, quer, sobretudo, para garantir a capacidade de financiamento da economia, existem alternativas que, ainda por cima, protegem melhor o dinheiro dos contribuintes - i.e., de nós todos - que vai ter de ser investido.
Por exemplo, o Governo poderia optar por investir no capital do BPN, através de acções preferenciais, com ou sem direito a voto - embora eu preferisse sem direito a voto - que estipulassem a necessidade do banco as remunerar prioritáriamente, inclusive com percentagens prédefinidas (como já aconteceu noutros países). Esta solução configura uma penalização dos accionistas, que perdem valor com a dispersão provocada pela entrada de dinheiro, e pune-os ainda nas suas futuras opções, pois terão de remunerar o investimento do Estado antes de poderem ganhar dinheiro. Note-se ainda que essas acções preferenciais poderiam ser negociadas com outro tipo de "penalidades" ou garantias, nomeadamente a nível das remunerações dos administradores...
Se o Governo considera mesmo que a única hipótese é a nacionalização, então preferiria que a promovesse através da compra do BPN pela CGD, investindo - caso necessário - directamente na própria CGD através de um aumento de capital.
Finalmente, ainda uma nota para dizer que o Banco de Portugal não necessita de nomear administradores para "controlar" o que o BPN ande a fazer.
É possível um Portugal melhor. Basta querer.
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