segunda-feira, maio 19, 2008

Figos e bagas de sabugueiro

O Ministério da Agricultura diz que o arroz, o leite, o milho e outros cereais não são estratégicos e que por isso não são importantes para efeito de financiamento público. Estratégicos passam a ser a ginja, o kiwi o dióspiro, a baga de sabugueiro, o figo e o morango ou seja, espécies bastantes sensíveis, que exigem condições climatéricas específicas, cuja técnica de produção o comum dos agricultores não domina, e cujo cultivo para ter expressão nacional obrigaria à reconversão da maior parte das unidades agrícolas do nosso país. Isto faz sentido? Mostra bom senso? Num período de crise alimentar pode-se correr o risco de desvalorizar a produção de produtos essenciais como os cereais, a carne e o leite? Claro que temos sempre a hipótese de passar a consumir pão feito a partir de sementes de kiwi e acompanhar o peixe com figos gratinados e bagas de sabugueiro…:-)

4 comentários:

  1. Cara Paula,

    sabia que Portugal tem condições excelentes para a produção de kiwi e que nessa matéria até é o 3º maior produtor/exportador da europa?

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  2. Não há pão?!
    Comam brioches!
    Quanto ao kiwi agora não interessa falar mais pois a época da plantação já passou e só volta no Outono ou na próxima Primavera...
    Mas há falta de tema procurem saber o que são bagas de sabugueiro e espera pelo Verão para ver onde há figos, de preferência já maduros...
    É sempre a mesma conversa e ai daqueles que investirem. Amanhã estão a sofrer penalizações...

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  3. Acerca do kiwi, sabia sim. Conheço pessoalmente plantações de kiwi, e não tenho nada contra elas, nem contra as das outras espécies referidas. Sei também que o Ministério da Agricultura explicou que em causa está a preferência por áreas de agricultura que apresentam níveis de aproveitamento insuficiente face às potencialidades, e que estratégia significa fazer escolhas. E faz sentido. Mas apesar de tudo, continuo a achar que também nos devemos especializar naquilo que já produzimos e no que é absolutamente essencial às populações. Até porque, se o critério é puramente estratégico, quem garante que a política do dióspiro amanhã não passa a ser a da nêspera...?

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  4. Cara Paula,

    O governo deve orientar os apoios públicos para áreas da economia onde existam vantagens competitivas evidentes. A agricultura não é diferente. Se temos um clima que não beneficia a produção de cereais e em contrapartida é óptimo para produtos mais exóticos, mas que sentido faz estar a subsidiar políticas que lembram o Estado Novo??
    Mais que bom senso, mostra que o governo está a apostar exactamente onde há valor a acrescentar. Plantem-se nas bermas das auto-estradas as figueiras e sabugueiros, quanto maior a produtividade, mais vendas e exportação. Não se preocupe com os cereais minha cara, não consta que na Suiça estejam a reconverter os pastos das vaquinhas para a produção de cereais...

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