segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Principezinho

Depois do Música no Coração, ontem fomos ao Rivoli assistir à última exibição do Principezinho do La Feria. E cada um do seu jeito, pode-se dizer que gostámos muito. O tempo de palco é curto como convém a uma peça dirigida essencialmente a crianças, há muita cor e animação em cena, e pareceu-me que o essencial dos diálogos e da história está todo lá. Por mim, gostei de relembrar a história do principezinho e de voltar a ouvir o seu diálogo com a raposa que lhe pede, lá do fundo da sua solidão, que a cative, que a prenda a si, de forma a que possa passar a reconhecer a cor dos seus cabelos nos trigais até aí sem nome, e a saber de antemão a hora a que ele vai aparecer para conversarem. No fundo, pede-lhe um compromisso, porque ninguém conhece verdadeiramente alguém por fora ou sem criar vínculos, o que é tantas vezes esquecido por quem cativa levianamente sem se lembrar que a partir do momento em que se cativa alguém se é também responsável por essa pessoa. À saída, o La Feria autografou os libretos da criançada e fez-lhes uns desenhos com as caras deles e os nomes em cada um. Também os cativou. E tenho que reconhecer que embora de início tivesse muitas dúvidas sobre a sua vinda para o Porto, até porque detesto o género revista, tenho que admitir hoje que teve o grande mérito de chamar de novo crianças e adultos ao teatro, que enche as salas e que chama gente à baixa, e que os espectáculos – pelo menos, no que me foi dado ver – têm muita qualidade.

1 comentário:

  1. Tem muita qualidade, sim Senhora. Está tudo muito bem, a história foi cortada à medida certa para a gente mais pequena. E é linda, linda. O essencial é mesmo invisível aos olhos...

    ResponderEliminar