Há um fenómeno estranho no nosso país. Se abre um café numa esquina, o mais provável é vir a abrir outro uns metros à frente de um dia para o outro, se fizer sucesso uma daquelas lojas de refeições para levar para casa, uma semana mais tarde inaugura-se outra na mesma rua, se um cabeleireiro consegue reunir meia dúzia de clientes não demora muito para uma ou duas das suas empregadas montar arraiais no mesmo ramo de negócio na porta mesmo à frente. Hoje reparei que praticamente no mesmo quarteirão na zona do Pinheiro Manso há duas lojas de "estética canina" quando não há mais nenhuma ruas e ruas em redor...É seguramente motivo de reflexão...deve dizer alguma coisa sobre a alma lusa...:-)
Tenho algumas dúvidas que seja um fenómeno tão português, esse que refere, e tendo até a sustentar que não é um fenómeno novo (excepto no que ao estabelecimento em concreto diz respeito - de estética canina).
ResponderEliminarNa verdade o fenómeno em causa poderá ser considerado o que chamamos de sistema de guilda, que encontramos um bocadinho por todo o mundo. Por exemplo, não é por acaso que Eibar, em Espanha, Ferlach, na Áustria, Suhl, na Alemanha, Val Trompia, em Itália, têm "porta sim, porta sim" fabricantes artesanais e não só de armas de caça. Nem é por acaso que a rua do Ouro (no Porto ou em Lisboa) tem o nome que tem, o mesmo se podendo dizer da rua das Flores. Também não é acaso a rua do Almada ser conhecida pelas inúmeras lojas de ferragens que ainda hoje aí proliferam como cogumelos. Num conceito mais moderno temos os Tennant Mix concebidos para os centros comerciais que, entre outras características, juntam numa mesma área estabelecimentos da mesma espécie (veja-se as Praças da Alimentação).
Ou seja, a novidade que encontro no fenómeno aludido no Post é o estabelecimento propriamente dito e a conclusão que já podemos tirar. A Estética Canina já é! E veio para ficar. Falta agora que venham os "psiquiátras de animais de estimação" e então sim, poderemos dizer sem errar que atingimos o pico da civilização, ao tratarmos os animais como pessoas e as necessidades da bicharada como se fossem as nossas.
Talvez seja um fenómeno comum (está à vista :-)). Mas, a não ser que, como diz, se crie uma concentração tal de estabelecimentos do mesmo género que essa concentração em si se torne apelativa e um trunfo de mercado, não será, na maior das vezes, um fenómeno um bocadinho "psicopata"...(se a clientela nem dá para um cabeleireiro, por exemplo, como vai dar para dois...?!)
ResponderEliminar"na maior parte das vezes" não sei (e não sei mesmo :)) mas admito que haja muitos casos protagonizados "por quem não possa ver uma camisa lavada". Ou seja, poderá nem tudo ser sistema de guilda, hehehe! 1 beijinho
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