Terminei o meu período de férias, intermitentes - do tipo cá e lá -, que passei maioritariamente em Portugal. Três notas me marcaram mais profundamente.
Primeira, as autoestradas. Portugal está cada vez mais um país europeu, no que respeita a AE. Como sempre, infelizmente e por vistas curtas, continua a ser o interior o mais prejudicado, embora agora já menos (pobres Beira Alta e Trás-os-Montes).
Segunda, o CDS que é como quem diz Paulo Portas. Pelo que me pude aperceber o descrédito é total. Parece que Paulo Portas está desorientado com tudo o que sucedeu nos últimos dois anos. Os militantes estão completamente descréditos que lhe seja possível reinventar-se para recuperar a liderança a que nos tinha habituado.
Terceira, o País. O descrédito é geral. As pessoas parecem não acreditar no futuro de Portugal. O Verão disfarçado não ajuda, mas a verdade é que a crise é moral. Uns falam de impostos a mais, mas ninguém paga o que deve ('vai querer facturinha doutor', continua a ser a fórmula mais frequente nas transacções comerciais...). Ninguém, nos meus círculos mais ou menos de centro mais ou menos de direita, reconhece méritos ao actual governo, mas toda a gente parece aliviada por finalmente alguém estar a governar, com sentido de missão clara (por as contas em ordem). Ninguém acredita no sistema político e na sua capacidade de gerar respostas, sobretudo no que respeita à oposição (salvo o velho BE que redescobriu as privatizações - e, portanto, o capital privado); no entanto, ninguém parece disponível para discutir o próprio sistema, em especial no que respeita à sua organização política, que é o cerne de todos os males (o mal-afamado centralismo de que todos estamos conscientes mas que todos aceitamos manter, activa ou passivamente).
Enfim, pude descansar. Até de postar. Já não foi mau.
Agora, regresso, regressamos, às coisas sérias.
PS- Meu caro Zé Mexia, não fui capaz de responder ao teu desafio dos dez melhores petiscos, mas há um que não queria deixar de realçar, até porque me alambazei o mais que pude nele, durante estas férias: o peixinho grelhado; qualquer um, fresco, num belo brazeiro ao final da tarde, regado antecipada e durantemente com um belissímo vinho verde da nova geração que, por razões familiares, me habituei a apreciar particularmente: o Quinta do Cais, de Marco de Canavezes.
então, mas a manuela Fereira Leite não estava a por as contas em ordem ? O que está este governo a fazer de diferente ? Não aumentou os impostos ? Não arranjou receitas extraordinárias, como venda de bens do estado ou o cancelamento de quase todo o investimento público ? E não esquecer que este governo tem 3 ou 4 anos para controlar o déficit, enquanto a manuela tinha que chegar ao fim do ano com ele abaixo dos 3%, senão vinha pau ! estou a ver que a dieta incluiu queijo, muito queijo !
ResponderEliminarPrimeiro, mas mais fundamental:
ResponderEliminarEste Governo não tem 3 ou 4 anos por acaso; o de MFLeite também teria tido se a "direita" tivesse estado à altura das responsabilidades; escolha de Sacana, perdão Santana Lopes incluída...
Segundo, os méritos de uns não invalidam os méritos de outros; ainda assim, vender créditos é muito diferente de reduzir despesa, sobretudo se esta for corrente, como parece haver indícios de ter sido conseguido este ano.
Finalmente, não me cabe a mim fazer a apologia de um governo socialista. Mas também não posso pretender que o governo é mau só porque é socialista (no nome, que não na actuação, atrevo-me a acrescentar).
Quanto ao queijo, houve algum, felizmente, bom e português.
Cumprimentos.