terça-feira, setembro 11, 2007

CONTINUO CONTRA

Julgava eu, ingenuamente, que o disparate da Via Nun ´Álvares (VNA) era evidente por si. Não é assim, porém, aparentemente.
No entanto, creio que ninguém contestará que um planeamento urbanístico moderno deve ter um sentido e um propósito, adequando os espaços às pessoas, tendo em conta as possibilidades de utilização fixadas nos planos directores. Isto é o que se passa em países democráticos e civilizados, porque na Coreia do Norte, na Rússia soviética ou na Alemanha de Hitler, executavam-se avenidas como a que está projectada apenas para suposta glorificação dos regimes . Continuo a afirmar que a dimensão da VNA não tem sentido nenhum do ponto de vista urbanístico numa zona residencial, nem serve qualquer objectivo atendível. De resto, nas várias sessões públicas de que tive conhecimento não foi referido um só argumento razoável que justificasse a dimensão. Construir-se em Nevogilde uma auto estrada com largura superior à Via de Cintura Interna não serve para nada a não ser para (in)glória desta gestão autárquica. Repare-se que não estamos a falar de nenhuma via estruturante necessária à circulação rodoviária, como qualquer estudo de tráfego demonstrará. A via esgota-se em si mesma. Claro que uma avenida com 40 metros de largura sempre poderá servir para provas de automóveis ou para aeroporto dos aviões da Red Bull, dado que, infelizmente, a vocação do Porto pouco mais é hoje do que ser parque de diversões. A obra é faraónica, desproporcionada e não foi pensada para as pessoas, sejam elas as que ali vivem ou viverão, ou para as que por lá circulam, muito menos para a cidade no seu todo. Lamento.

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