Estava eu indecisa sobre se o ataque à propriedade privada e a destruição da plantação do milho transgénico no Algarve me iria merecer ou não alguma consideração aqui no Nortadas, quando virei o Jornal de Notícias ao contrário, e tudo me passou a parecer mesquinho e vão ao pé da grandeza da seguinte afirmação feita por Joe Berardo acerca de si próprio na última página: “Não sou tão importante como Gulbenkian mas quase”. Ena! Continuei, que a grandes tiradas seguem-se quase sempre outras, e convém estar atento. Não me enganei. Acerca do tratamento dado a Rui Costa diz Joe Berardo que se “não o tivesse espicaçado, ele não teria marcado dois golos contra o Copenhaga” e, indagado sobre se essa estratégia se devia aplicar à equipa inteira, afirma sem reservas que, “se for para todos marcarem golos, acho que sim. As pessoas têm que ser motivadas”. É o que é preciso não é? Bora lá a "motivar" e a "espicaçar" o pessoal! :-)
Creio não haver muitas certezas sobre os efeitos a longo prazo do cultivo de espécies transgénicas. Apenas sabemos que existem mais de 100 milhões de hectares plantados um pouco por todo o mundo. Sabemos que o objectivo dos cientistas que estudaram e aperfeiçoaram a sua ciência foi nobre e puro. Sabemos que uma importante parte da população mundial tem mais garantias de não se ver privada de alimento.
ResponderEliminarReceamos o que não conhecemos; receamos que a Administração Norte-Americana, ciosa da vantagem competitiva e tecnológica que possui sobre o resto do mundo, e infelizmente também sobre a Europa, não se coíba, de ser menos prudente, de não esperar até ter certezas sobre os efeitos de longo prazo, das espécies transgénicas, nas outras culturas biológicas, e claro, no fim da piramide, em nós mesmos.
É também o equilibrio ou desiquilibrio de poderes na Organização Mundial de Comércio que se joga por interposto milho transgénico.
Esta podia ser uma boa oportunidade para se debater o tema numa óptica cientifico-económica.
Quanto ao episódio em si, provocado por um bando de infelizes manipuláveis, só ganhou importância pelas tonterias que a seu propósito foram ditas, mas que merecem a nossa reflexão.
Obrigado, Paula.
Não sei muito sobre milho transgénico a não ser que é mais resistente à bicharada e às pragas que o milho normal e que envolve um risco elevado de desiquilibrio ecológico porque os insectos não se aproximam dele, faz surgir ervas daninhas mais resistentes, e pode contaminar as espécies locais (já para não falar dos efeitos que pode ter em quem o consome e que não estão devidamente estudados). É muito natural que a magnanimidade com que a lei trata os transgénicos tenha apenas a ver com razões de competitividade económica, e também acho que se justificaria debater sob vários pontos de vista a questão dos OGM, mas acho que não se pode usar como chamada de atenção para o problema a invasão e destruição de uma propriedade privada (até porque o episódio além de lamentável teve pormenores rocambolescos). Mas acerca disso estamos quase todos de acordo...
ResponderEliminarObrigada eu, Francisco :-)